BAR: Un brindis con Pisco – os sabores da bebida que causa uma verdadeira batalha etílica entre Chile e Peru

Por Nadezhda Bezerra

Em uma viagem ao Peru ou ao Chile será inevitável (a menos que você não consuma álcool) saborear a bebida que causa uma verdadeira batalha histórico-etílica entre os dois países. Vale lembrar que tanto Peru quanto Chile foram colônias espanholas e que parte do Chile hoje já foi território peruano, portanto a cidade de Pisco, que fica no Vale de Ica, região produtora de uvas no Peru pode ter sido parte do Chile no passado. O significado da palavra vem do idioma “QUECHUA” e significa pássaro ou ave, um significado bem apropriado para que curte um drink pra “se soltar”. O Peru “briga” pela posse já que a bebida é nomeada com o nome da cidade que fica em seu território e ainda diz que a bebida consumida e produzida no Chile não poderia levar esse nome pela mesma razão. Peleas à parte há sim diferenças entre o Pisco Peruano e o Pisco Chileno, agora qual pode ser considerado o “verdadeiro”, a gente deixa pra eles decidirem enquanto ficamos com a parte boa: saborear.

O Pisco peruano utiliza uva Quebranta de baixo rendimento prioritariamente, fazendo uso também dos tipos Uvina, Mollar, Albilla e Itália enquanto o Chileno se faz quase que somente com a uva Moscatel, muito aromática e popular.O processo de destilação também se difere entre um e outro. No Peru o pisco só pode ser feito em uma zona litorânea delimitada, extremamente seca e com ampla oscilação térmica – com mais de 30 graus de dia e cerca de 8 à noite fazendo que as uvas tenham alta concentração de açúcar. Essa “doçura” faz com que só seja necessário um único processo de destilação e já se atingir a concentração de 38 a 48% de graduação alcoólica. Já no Chile, por conta das uvas utilizadas a bebida é destilada duas vezes e retificada (tem água acrescida para diminuir o teor alcoólico, que chega a 70% depois da segunda destilação). Essas diferenças deixam o Pisco Peruano ter um “bouquet” mais sutil e uma coloração cristalina, enquanto o Chileno, que geralmente é envelhecido em barris de madeira, possui mais cor e sabor.

 

Falando em pisco, foi inaugurado há alguns meses em Boa Viagem, Zona Sul de Recife, o Pisco Lounge Bar, um daqueles lugares que unem boa comida, boa música, aconchego, drinks incríveis (sob o comando do barman paulista expert em mixologia Ricardo Nascimentos) e claro, muita, mas muita gente bonita e descolada. O Pisco surgiu visando uma lacuna na noite recifense em oferecer um espaço que oferecesse a diversão de um bar com a alta gastronomia oferecida em grandes restaurantes. O lounge bar foge do lugar comum e globaliza – tem nome de bebida peruana, comidinhas da cozinha Nikkei (fusão da cozinha japonesa com peruana) assinada pelo chef Biba Fernandes e formato inspirado em casas nos EUA. Mas até chegar nesse formato foram várias visitas em grandes centros no mundo do entretenimento como Las Vegas, Miami e NY, viagem até Lima para colher o melhor da gastronomia peruana. Empreendimento dos sócios Gustavo Krause, João Andrade Lima, Hugo Ferreira Costa, Aníbal Pinteiro, Simon e Bernardo Carrazone a proposta do Pisco é promover a interação do público e ser um espaço de grandes comemorações, a casa inclusive faz reserva de mesas para aniversário e outras celebrações.

 

Experimente o cardápio inteiro sem medo de errar, e marque um táxi para poder fazer o mesmo com os drinks.