CAPA: Hall Mendes, o garoto prodígio da TV

Embalado pelo sucesso de audiência do fenômeno “Malhação – Viva a Diferença”, Hall Mendes assinou com a Record TV e rouba a cena em “Jesus”. O galã já chegou a trama para abalar o coração das personagens jovens. “Fiquei muito feliz com o convite. Gosto de viver desafios diferentes. É um trabalho desafiador, totalmente diferente do que vinha fazendo como o Jota em ‘Malhação’ recentemente. Como ator, pra mim é instigante”, admite o galã, que até pouco tempo vivia o Jota nas tardes da Globo, fez “Velho Chico”, e já está se dividindo entre os estúdios de TV e os palcos em “Jovem Estudante Procura”, espetáculo que viaja em turnê pelo Brasil em que divide a cena com Talita Younan e Vinicius Wester, companheiros de “Malhação”. “Estava com saudades do palco. Fiquei um período afastado em função dos trabalhos na TV, mas já pensava em voltar com o término da temporada, e em seguida pintou o projeto. É uma delícia de espetáculo, ainda mais dividindo a cena com a Talita, que é minha irmã, com o Vinícius, e esse elenco. É uma forma do público matar a saudade de uma temporada que ficou marcada não só pra gente”, conta, saudoso. “Viva a Diferença vai ficar marcada pra sempre pra mim, com certeza. O dia a dia, as amizades que fiz, tudo que aprendi. E o carinho dos fãs, principalmente. Que são muito fiéis e hoje me acompanham em tudo que eu venha a fazer”.            

Hal Mendes é seu nome artístico. Qual seu nome verdadeiro? Você é nordestino, certo? Meu nome é Hallbert Kellyson Mendes Silva Nascimento. Nasci em Gameleira, PE.

Porque decidiu entrar para a vida artística? Como foi o processo? Fui uma criança muito tímida, mas criativa. Na escola, apesar da timidez, me destacava nos trabalhos que os professores passavam. Sempre queria fazer algo diferente, escrevia músicas, poemas e até peças de teatro. Foi aí que criei uma paixão imensa pela arte e fui perdendo a timidez, hoje sou sem vergonha (risos). Quando terminei o ensino médio, fiquei meio perdido, sem saber o que iria cursar. Fiz vestibular pro curso de publicidade e jornalismo, mas acabei optando em fazer nutrição. Foi a pior decisão da minha vida (risos) acabei desistindo no primeiro período e decidi viajar para o RJ e realizar meu sonho. Entrei para um curso de TV e cinema e a partir daí as coisas começaram a acontecer na cidade maravilhosa.

Como foi fazer um personagem em “velho Chico”? Quais suas maiores dificuldades? Velho Chico foi uma oportunidade única. Quando descobri que tinha passado nos testes, fiquei em choque (risos). Na época era tudo muito novo pra mim e tudo aconteceu muito rápido. Sinto muito orgulho de ter feito parte dessa novela, de ter conhecido tanta gente incrível. Foi um trabalho intenso, tivemos muitas perdas, mas foi um aprendizado enorme, como ator e como pessoa.

Você sempre soube que queria ser ator ou já pensou em ter outra profissão? A arte era a única coisa que tirava minha timidez quando criança. Na época, minha tia Lany Mendes, cantava em uma banda chamada Calypso do Pará, e eu achava aquilo um máximo, a forma que ela levava a vida dela, fazendo shows e levando arte para as pessoas. Foi aí que despertou o sonho de ser cantor também (risos) juntei os meus primos e fizemos uma banda chamada “Rider”. A banda acabou quando conheci o teatro e me apaixonei perdidamente pela profissão. Nunca tive sonho de ser médico, advogado ou algo do tipo.

Como foi sair de Pernambuco e se mudar para o Rio de Janeiro para interpretar “Jota” em “Malhação: Viva a Diferença”? Sair de Pernambuco foi uma das decisões mais difíceis que tive que tomar. A saudade da família parece que nunca passa, mas tá valendo muito a pena. Me acostumei com Rio, no início foi difícil, mas não me imagino morando em nenhum outro lugar além do Rio de Janeiro. Hoje posso dizer que aqui é minha casa.

Você tem algum artista como inspiração na hora de atuar? Irandhir Santos é um ator que eu sempre admirei, desde criança. Tive o prazer de conhecer e contracenar com ele em “Velho Chico”. Sou fã demais.

Como foi sair da TV e ir para os palcos com o espetáculo “Jovem Estudante Procura”? Conhecer nossos fãs lindos desse Brasilzão acompanhado de grandes amigos como, Talita, Fábio, Malu e Vini, tá sendo incrível demais.

Você é muito parecido com o ator Brandon Flynn, de 13 Reasons Why. As pessoas te comparam muito com ele? Se sim, o que você acha dessa comparação? Eu me divirto pra caramba! Eu não acho tão parecido não, acredito que temos o perfil, mas não igual. Admiro muito o Brandon e sou mega fã do trabalho dele.

Entre a televisão e o teatro, qual você prefere e por quê? Eu sou apaixonado por teatro, mas amo o audiovisual. Não sei dizer qual eu prefiro, são duas coisas totalmente diferentes. Nesse momento estou conseguindo conciliar os dois e to me sentindo muito completo.

O que mais chamou sua atenção em relação ao Abel na novela “Jesus”? Por quê? O Abel é muito galanteador, me divirto gravando as cenas. Apesar de ser considerado “playboy” da época, ele tem um coração enorme. É um personagem bem construído.

Me fale sobre seu personagem Abel? Como é a personalidade dele e quais são os dramas do Abel? Abel é um personagem muito bem construído e interessante, muito humano! Tem lado bons e ruins e vai aprender muito ao longo da novela. Apesar de ser um menino do bem, responsável e família, Abel é muito ambicioso e coloca o dinheiro em primeiro lugar em tudo que faz na vida.

Ele estava na bíblia? Chegou a ler a bíblia? Sim, inclusive tem uma passagem da Bíblia que vamos reproduzir na novela. Já li a Bíblia sim, não toda, mas algumas coisas.  Gosto de abri-la e meditar em alguma passagem, tem ensinamentos incríveis!

Você tem religião? Se sim, qual? Se considera uma pessoa de muita fé? Sou um cara que acredita em muitas coisas, energia, pensamento positivo, universo… Mas costumo dizer que minha religião é Deus! Tenho muita fé e tenho uma relação incrível com ele, de pai e amigo.

Como tem sido a repercussão do personagem? Quais são os comentários que você mais escuta das pessoas? Está sendo incrível. Como foi tudo muito rápido, ainda sou muito reconhecido pelo Jota, da “Malhação”, e agora pelo Abel, por um público diferente e agregador.

Quais os desafios de interpretar um personagem de uma trama bíblica? É bem diferente de tudo que já fiz. Acabei de fazer um trabalho com uma linguagem jovem, com gírias paulistas… tá sendo realmente desafiador essa linguagem bíblica, estou aprendendo muito e me divertindo nas gravações.

Essa é sua primeira novela de época, o que tem achado da experiência? Fascinante, é realmente um desafio. É muito gostoso fazer um trabalho com essa linguagem diferente da sua.

Fez alguma preparação especial ou pesquisa? Foi tudo muito rápido, fiz 3 dias de preparação e depois comecei a gravar. Assim que surgiu o convite pra fazer a novela, comecei a pesquisar sobre o Abel e também sobre a história da novela.

Quais são seus planos profissionais para depois da novela? Eu estou sempre estudando e fazendo testes, mas posso adiantar que 2019 vai ser um ano incrível e de muitos trabalhos. E também estou em turnê pelo Brasil com a peça “Jovem Estudante Procura”

Os fãs de “Malhação” ainda falam com você sobre o Jota? O tempo todo! Me divirto e mato um pouco da saudade do Jota, foi um personagem incrível e que ficou marcado, pra mim e para os fãs da “Malhação”.

Qual a importância de ‘Malhação’ na sua carreira? Abriu muitas portas. Aprendi muito e conheci muita gente importante que amo como se fossem da minha família. Na verdade, “Malhação Viva Diferença” foi uma família, por isso foi um projeto que deu tão certo. Todo mundo se amou muito! E até hoje é um fenômeno entre o público que nos assistia. Sinto muitas saudades.

Em quais momentos o seu sotaque pernambucano vêm com mais força? Sempre fora do estúdio, só com família? Minha cabeça é uma bagunça de sotaques. Quando comecei a estudar audiovisual, tive que “neutralizar” meu sotaque nordestino, achei fácil e consegui rápido. Quando veio “Malhação”, tive que estudar o sotaque paulista (que é diferente de tudo que já tinha ouvido na vida (risos)) mas acabei conseguindo ao longo do tempo, foi difícil, mas consegui, consegui tanto que tô com o sotaque paulista até hoje (risos)… não consegui tirar, tô puxando muito o “R”. Mas meu sotaque Pernambuco que eu amo de paixão tá guardado e eu adoro quando alguém pede pra eu falar nordestino.

Tem algum projeto paralelo? Se sim, qual? Estava viajando com a peça “Jovem Estudante Procura”. Infelizmente tivemos nossa última apresentação em BH por conta da rotina de gravação, mas pretendemos voltar com as viagens em 2019. Estava morrendo de saudades dos palcos e não fazia teatro desde antes de “Velho Chico”. Foi uma ótima oportunidade, ainda mais de trabalhar com a Talita, que se tornou minha irmã depois de “Malhação”, e o público tá adorando matar a saudade.

O que você pretende para o seu futuro profissional daqui pra frente? Eu quero estudar mais, aprender novas línguas e fazer coisas novas. Hoje tenho um sonho enorme de apresentar um programa de auditório. Não sei como surgiu essa vontade, mas é algo que está crescendo muito em mim.