ENTREVISTA: Jonatas Faro canta, dança, atua e vem como “artista completão” na TV

Cedo. Talvez esse seja o tempo de Jonatas Faro. Começou a carreira bem jovem, por talento, mas também por persistência. Muito jovem saiu do “ninho” como ele diz e foi viver nos EUA. Foi pai aos vinte e poucos anos. E hoje antes mesmo dos trinta, já tem muita história pra contar. O melhor de tudo é que essas experiências vividas tão cedo também trouxeram maturidade cedo. Amante da música, além de novelas e peças também entrou pro mundo dos musicais e para este ano tem muita coisa boa para contar e apresentar para o público.

Depois do sucesso com seu primeiro vilão na TV, o Conrado de “Cheias de Charme”, Jonatas Faro volta à TV no programa de mais visibilidade da Rede Globo, o Domingão do Faustão”. Conhecido e respeitado por atuar em musicais, como o famoso “Hairspray”, o ator e cantor vai estrelar o quadro “Artista Completão”, novo quadro do dominical do Fausto Silva para comemorar 25 anos do programa no ar. No “Artista Completão”, Jonatas vai mostrar suas habilidades no canto e dança, com uma estrutura de super produção de musicais, onde vai mostrar seu talento como cantor, intérprete e dançarino. Na competição, os participantes vão ter um grupo de bailarinos e um preparador vocal, além de um coreógrafo para cada ritmo.

 

Você iniciou a carreira na novela Chiquititas do SBT. Dizem que foi de tanto ligar pra emissora e insistir em fazer testes que conseguiu atenção e depois o papel. Onde acha que a persistência passa a ser teimosia e pode atrapalhar ao invés de ajudar? E como, no caso, te ajudou? É verdade sim. Sempre me perguntam sobre essa história. Acho que tudo parte do bom senso. No meu caso eu não tinha muito, tinha só 10 anos, mas funcionou. Lembro que eles sempre desligavam na minha cara, mas um dia acho que alguém deve ter sentido pena de um menino tão insistente e resolveram transferir a ligação para outro setor. Me passaram as informações do local e hora de um teste que estava tendo. Convenci minha mãe a me levar e quando chegamos descobrimos que era o último dia de quase duas semanas de testes. Acho que era pra ser mesmo. Concorri na época com mais de 13.000 garotos e passei. Depois disso foi tudo muito rápido. Em menos de um mês já estava morando e estudando na Argentina.

Em que a temporada nos EUA aos 17 anos foi positiva na sua vida? O que aprendeu, tirou de lição e carrega até hoje? Foi uma época em que comecei a sentir vontade de dar uma agitada na vida. Senti vontade de conhecer coisas diferentes, de sair do ninho, de passar por situações diferentes e sair da zona de conforto. Tinha 17 anos e fui na cara e na coragem sozinho, sem conhecer ninguém e com 200,00 dólares no bolso. Até hoje não sei como minha mãe não morreu do coração. Foi o período mais louco e inusitado da minha vida. Fiz de tudo: de garçom a motorista de caminhão. Conheci pessoas incríveis e acho que foi uma das épocas mais importantes para o meu crescimento e amadurecimento. Morei na Flórida, NYC e LA.

 

Dos papeis que já fez qual considera que foi o mais desafiador? É sempre desafiador! Acho que nunca vem como algo fácil. Até por que eu sempre fui muito crítico comigo mesmo. Acho que o que mais exigiu de mim como profissional até hoje foi o “Link” no musical “Hairspray” em 2009. É considerado o musical mais difícil de se executar na Broadway. São 3 horas cantando, interpretando e dançando freneticamente sem parar. Foi um dos trabalhos mais importante até hoje na minha carreira. Mesmo cansado eu sempre me divertia muito fazendo! Tenho ótimas lembranças dessa época!

A paixão pela dança veio antes ou depois da Dança dos Famosos? Eu nunca tinha feito aula antes disso. Mas eu sou um cara movido à música desde que me entendo por gente. Minha mãe conta uma história que quando eu tinha 3 anos ela me levou ao supermercado com ela e em um certo momento de distração ela me perdeu de vista e quando me achou eu estava em frente a várias televisões dançando ao som de um clipe com uma roda de pessoas em volta. Ela diz que ali viu que eu realmente gostava de música!

 

O que é atuar pra você? O que te realiza na profissão de ator? O que me realiza é o fato de a cada personagem conhecer um universo novo. Qualquer novo personagem vem acompanhado de uma bagagem diferente, pessoas diferentes e emoções diferentes. Eu sempre tento levar pra vida tudo o que eu consigo aprender e absorver com cada história nova que a gente conta.

Você foi pai muito jovem, teve algum receio das mudanças que viriam a partir dali? Se sentia preparado para a paternidade? Fui pai muito cedo mesmo. Não imaginei que seria com essa idade, mas o barato da minha experiência é que eu estou descobrindo a cada dia o quão intenso é você olhar no olho do seu filho e se reconhecer ali. É algo divino mesmo. Ele tem o temperamento muito parecido com o meu. Ele é muito doce, mas às vezes também é arredio. Tem o tempo dele. Eu fico imaginando quando ele for um pouco maior e já tiver entendimento de algumas coisas. Eu ainda vou ser jovem e acima de pai vou ser o melhor amigo dele.

 



Boa pinta, famoso, talentoso. Como lida com o assédio feminino e o assédio da imprensa? Lido super bem. Já fui bem mais arredio com o fato de às vezes me sentir em um aquário dependendo do lugar, mas hoje em dia eu procuro entender todos os lados e relaxar mesmo. Eu não deixo de fazer absolutamente nada. As pessoas vão olhar de um jeito ou de outro porque de certa forma elas se sentem parte da nossa história também. Eu lembro que quando era pequeno meu avô me mostrou uma foto que tinha tirado com o Falabella no aeroporto e eu achei aquilo sensacional por ser uma pessoa tão conhecida e que frequentava a minha casa todos os domingos com o “Sai de Baixo”. Tendo respeito e educação é sempre muito bem vindo!

Você já posou de cuecas e sabe fazer charme diante da câmera. Como lida com o corpo e os pudores? Acho que tudo depende do contexto. Ninguém é sensual o tempo todo. Acho inclusive que quanto mais natural mais sensual.

 

Como é sua vida por trás das câmeras? O que te diverte, te faz rir, te emociona? Sou um cara super tranquilo. Gosto de um bom filme, uma boa conversa e boas companhias. Me divirto encontrando os amigos, tomando um vinho e dando risada dos acontecimentos da vida. Gosto de estar com pessoas que me façam rir. Acho importante! Ultimamente tenho me emocionado muito com o meu filho. Ele está na fase de começar a falar e se expressar então é uma surpresa atrás da outra. Dá última vez que estive com ele eu disse sem esperar resposta: Papai te ama muito! Ele me olhou e respondeu do jeitinho dele: te amo!

Acha que o ator, por ser pessoa pública, tem um “preço a pagar”? Acho que além do “preço”, que é a falta de privacidade em algumas situações, o importante mesmo é o fato de ter voz, de poder influenciar, de poder tocar as pessoas! Isso é muito sério. Não tinha essa percepção há 5 anos atrás.

O que tem para este ano em projetos profissionais e pessoais? Esse ano tem muita coisa boa! Tenho um projeto musical na Globo que deve estrear no final de março no Domingão do Faustão, com o quadro “Artista Completão”. Estou feliz com essa ideia de juntarem canto e dança, vai ser pioneiro e inovador. Não é todo mundo que consegue ter essa vibe. Sempre fui envolvido com música, venho de uma família musical, cresci com essas influências muito fortes. Canto em casa, sou movido a música, estou sempre ouvindo alguma coisa. E tem a minha parceria com a Sony, vamos lançar um EP até meio do ano.