ESPORTE: Strike! O boliche renasce no Brasil como esporte e se firma como opção de lazer para todas as idades

Quem tem um pouco mais de idade, com certeza assistiu várias vezes à paixão de Fred Flintstone e Barney Rubble por um esporte bem peculiar, que os fazia se reunirem em confraria, deixarem as mulheres em casa e vestirem roupas e chapéus da equipe para competir em alto nível. Sim, eles jogavam boliche, com muito estilo e paixão. O boliche não é tão antigo assim como os Flintstone, mas há relatos de jogos similares no Egito, na Grécia Antiga e na Europa Medieval (mesmo que alguns fossem jogados com as cabeças dos inimigos mortos na guerra). O esporte moderno de que falamos vem sendo organizados por entidades na Europa e nos Estados Unidos desde o século XIX, numa tentativa de uniformizar regras, elevar o padrão de qualidade do jogo e torná-lo competitivo. Hoje, o boliche reúne mais de 100 milhões de praticantes no mundo, 10 milhões de competidores, já foi esporte de exibição nas Olimpíadas de 1988 e possui circuitos profissionais que pagam uma boa premiação em dinheiro aos competidores.

No Brasil, a febre do boliche aconteceu nos anos 1960 e reviveu seu auge nos anos 1990, quando foram abertos diversos locais para a prática do esporte, que também tinha um forte apelo para a juventude e logo se tornou um ponto de encontro para diversão e paquera. Ir ao boliche era um programa interessante no final dos anos 90, tanto para jogar quanto para encontrar os amigos, conversar e comemorar aniversários, por exemplo. O milênio virou e ao que parece o entusiasmo pelo esporte renasceu. Pistas de boliche se proliferam pelo Brasil e têm feito a alegria dos antigos praticantes (e dos novos também), além dos competidores do esporte da bola pesada.

O JOGO – As pistas de boliche medem cerca de 20 metros de comprimento e 1 metro de largura, ladeada por canaletas que são o verdadeiro terror dos jogadores. Qualquer imprecisão no arremesso pode significar a bola na canaleta e o triste fim da jogada sem nenhum ponto marcado. Os pinos medem até 50 cm de altura e estão dispostos num formato de triângulo, com o espaço entre eles milimetricamente medido para oferecer condições iguais para cada competidor.

As regras do boliche são simples e instigam os competidores a buscar a precisão nos arremessos, pois cada pino derrubado pode ser precioso na contagem final. O jogo é dividido em dez frames, que são as tentativas de derrubar os pinos. O jogador tem duas chances para derrubar os dez pinos de cada frame. Se conseguir na primeira tentativa, fez um strike, que vale dez pontos mais os pontos das duas jogadas seguintes, o que pode dar uma vantagem considerável. Se os dez pinos caírem só na segunda tentativa, valem os mesmos dez pontos mais os pontos da próxima jogada. Se o jogador não conseguir derrubar todos os pinos nas duas tentativas, terá um ponto para cada um que for ao chão. E assim vão, frame a frame, pino a pino, até fechar o placar e conferir quem marcou mais pontos.

No nível amador, pode parecer difícil derrubar todos os pinos. Já os competidores profissionais, que usam equipamentos diferenciados, bolas com peso e furos feitos sob medida, disputam cada centímetro da pista em busca do arremesso perfeito. Para eles, é comum a bola tomar um efeito, beirar a canaleta e acertar os pinos em cheio, tornando cada jogada única e emocionante.

Com o boom recente do boliche no Brasil, praticamente todas as capitais do país já contam com suas pistas, cada uma com suas vibe e design particular. O maior fabricante de pistas e equipamento para boliche é a norte americana Brunswick, que está presente em todo o mundo. Mais do que um ambiente de competição, os bowlings são projetados para garantir a diversão das pessoas, contando com iluminação, serviço de comidas e bebidas e espaço para convivência. O preço é bem acessível, podendo variar de R$ 75 a R$ 110 por hora, com espaço para até seis jogadores competirem. Cada vez mais o esporte tem se consolidado como uma boa alternativa de lazer.

Em São Paulo, três dos boliches que se destacam são o Villa Bowling, que fica no Shopping West Plaza, que possui 20 pistas totalmente modernas e possui uma equipe pronta para passar noções básicas para os iniciantes. Os preços variam de 76,00 a 156,00 reais, dependendo do dia da semana. Ou local bem disputado é o Dragon Bowling, no Shopping Center Norte. Com 24 pistas que podem receber até 144 jogadores, os valores vão de R$ 48 a R$ 84, e já incluem o utilização dos sapatos especiais para a pista. Por fim o Tiger Bowling, no bairro do Bom Retiro, possui 24 pistas e os valores vão de R$ 51 a R$ 81 a hora. Já no Rio de Janeiro um dos mais badalados fica na Barra da Tijuca e se chama Strike Boliche (Barra Shopping). Com vinte pistas automáticas e capacidade de até 250 pessoas, mesa de sinuca e videogames. Além disso, possui um restaurante com cardápio delicioso e diversificado, que vai desde sanduiches até pratos mais elaborados como massas, carnes e peixes. Na Zona Norte do RJ, o mais destaque vai para o Striker Casual Bowling, com incríveis 26 pistas e uma impressionante estrutura com 2700 metros quadrados. Os preços vão de R$ 40 a R$ 85, dependendo do dia.

Em Recife, funciona no Shopping RioMar desde 2012 o Game Station Bowling, com doze pistas com medidas oficiais e capacidade de receber até 4 mil jogadores por dia. Um número bastante significativo que mostra o potencial de mercado desse esporte. A capital pernambucana ainda conta com outro bowling no bairro da Torre, o Strike Recife, que também tem se destacado entre os participantes. Há ainda um terceiro espaço, este ainda não inaugurado, no Bairro do Recife, dentro do projeto de reforma dos antigos armazéns do porto.