ESTRELA: A atriz Renata Dominguez cheia de charme e ousadia no Complexo do Alemão

Podemos dizer que a atriz Renata Dominguez é uma mulher “sólida”, que foi se moldando ao longo de suas experiências de vida. Seja lá no início batalhando no Equador, seja com personagens bíblicos, ou mesmo no alto da laje no Complexo do Alemão (onde essas fotos foram feitas). Renata nos transmite uma força, uma solidez (mesmo com todas as incertezas e inseguranças inerente ao sexo feminino que por ventura possa abalar tudo isso! risos) que à torna ainda mais admirável e atraente. Prova disso foi a disposição de leva-la para fotografar no alto do morro em grande estilo. Sensual na medida certa, bela na medida extrema. É uma delícia conversar com mulheres assim, cheias de personalidade e com um jeito leve de levar a vida. Nós nos apaixonamos! Leia a entrevista e entenda o porque.

Seu início foi como apresentadora infanto-juvenil no Equador, foi algo planejado ou foi obra do acaso? O foco sempre foi ser atriz? Eu sempre tinha sonhado em ser atriz. Ainda criança, em Goiás, decorava as cenas dos filmes e encenava em casa, imitando as mocinhas (risos). Mas na minha carreira, as coisas meio que foram acontecendo naturalmente. Aprendi que nada acontece por acaso. Nunca imaginei construir uma carreira no Equador. Eu fui morar lá aos 12 anos de idade, somente por causa do trabalho do meu pai (diretor da Odebrecht), assim como morei também em Porto Velho e Itumbiara antes disso. Dois meses depois, minha professora de jazz (coincidentemente também apresentadora de TV) me convidou pra fazer um teste na Ecuavisa para ser sua assistente de palco; três semanas depois, estava eu sentada na frente da Georgianna Nebel (diretora artística da emissora) sendo contratada como apresentadora. A Ecuavisa investiu na minha preparação. Fiz aulas de interpretação, improvisação, espanhol intensivo, canto, dicção e o meu primeiro trabalho foi ao ar um ano depois. Apresentei 6 programas lá, trabalhei em 3 emissoras diferentes.

Fui embaixadora da Unicef no Equador e representante oficial da marca Walt Disney no país. Posso dizer que como apresentadora eu experimentei um pouco de tudo, apresentei programas de games, estilo VJ, infantil, intercolegial, programas de variedades, ao vivo e gravados, diários e semanais, experimentei até ser “cantora”. Gravei algumas músicas e até fiz turnê pelo país. O fato de eu ser brasileira impulsionou a minha carreira num país marcado pela rivalidade das suas principais regiões (Guayaquil-litoral e Quito-serra). Sendo estrangeira, eu ficava de fora de qualquer preconceito regional e tinha aceitação nacional. Retornei ao Brasil em 1999 e não foi diferente. Havia optado por direcionar meus estudos para uma segunda opção de vida, pois a instabilidade do meu meio sempre me assustou um pouco. Em 2000 comecei a estudar arquitetura na UFRJ e ao mesmo tempo, como válvula de escape, entrei para o Tablado. Novamente as coisas simplesmente aconteceram. Estava em cartaz no teatro com a última peça da Maria Clara Machado, O Jonas e a Baleia, quando fui convidada para fazer um teste em espanhol para Vale Tudo. Fiz o teste em espanhol e uma semana depois estava sentada em frente ao Ricardo Waddington sendo escalada para dar vida à Solene de Malhação.

Depois de passar muitos anos trabalhando fora do Brasil e depois seguir carreira em solo brasileiro, como você percebe essa diferença na sua carreira? Ajudou ou atrapalhou em algo? Ajudou muito. Lidar com outras culturas, aprender outras línguas, se virar num país totalmente diferente, com valores e costumes diferentes não é fácil. É inevitável que haja um período de adaptação, porém o meu trabalho agilizou muito esse processo. Tive que aprender a lidar com a pressão do ibope, com as críticas, as cobranças, o stress, as responsabilidades, diferenças culturais, conviver com os egos e as vaidades do meu meio, saber errar, acertar, administrar minha autocrítica e o perfeccionismo, impor limites, ceder, argumentar, estabelecer prioridades…desde muito nova. É difícil lidar com pessoas né?! Principalmente quando você ainda é uma criança. Tá certo que a minha família sempre esteve muito presente nessa fase, mas na hora do “gravando”, era eu, o microfone e o Equador. É evidente que tive a minha adolescência prejudicada, inclusive gostaria de ter levado a vida menos a sério em alguns momentos, mas em compensação, cresci muito como pessoa. Posso afirmar que foi uma experiência muito válida pra mim, pela bagagem que se adquire.  A vida é o maior laboratório.  Quanto maior a bagagem emocional, quanto maior a quantidade e a intensidade das experiências vividas, maior é a maturidade, a sensibilidade e o arquivo de memórias emotivas pra serem usadas na hora de interpretar. Tudo o que se vive intensamente vale a pena.

 

Sua estreia na TV brasileira foi em Malhação onde você passou três anos com a personagem Solene. Foi cansativo? Que lembranças e aprendizados guarda dessa experiência? Não poderia estrear no meu país com outro nome. A Solene foi um verdadeiro “sol” na minha carreira, uma benção! Foram três temporadas consecutivas no auge da Malhação. Três anos de muito aprendizado, muita mudança na minha rotina de vida. Precisei trancar a faculdade porque era impossível conciliar, precisei engordar 12kgs para fazer o papel, o que foi ótimo porque não fiquei rotulada como “mais um rostinho bonito” na TV. Lembro de sentir uma diferença enorme entre apresentar e interpretar porque como apresentadora era eu, a Renata, falando com o auditório, improvisando de acordo com a resposta imediata do público, com total liberdade no cenário. Como atriz, eu tinha que convencer que era outra pessoa e passar verdade e espontaneidade, mesmo sabendo exatamente o que seria dito, contida dentro do enquadramento de câmera, num espaço extremamente limitado. Me sentia podada. Fora que o retorno do público, vem depois, nas ruas e através das redes sociais. Me lembro da primeira cena que precisei chorar e eu já saí de casa chorando, fui dirigindo até o Projac chorando, entrei no estúdio já inchada de tanto chorar e na hora do “gravando,” travei. Lógico!! (risos)… Outra cena que marcou foi o primeiro jantar japonês da Solene em que eu pedi para comer de verdade a bola de raiz forte. Quase morri (risos)… Ardia tudo. As lágrimas saltavam de forma suicida. Funcionou pra cena mas a Sol “chorou” a sequência inteira porque não passava o efeito. Outra lembrança marcante que tenho é da época que antecedeu o casamento da Sol com o Beto.

Durante um mês a Dona Vilma, minha mãe na novelinha, criou uma série de empecilhos para boicotar o casamento. Então, o diretor geral me perguntou se eu me incomodava de beijar de verdade o Sérgio Abreu (Beto), durante aquele período apenas, pra criar uma química forte a ponto de justificar o casal se submeter a tantos absurdos pra manter aquele casamento de pé. Eu, que sempre tinha feito beijo técnico, do nada, passei a beijar o Serginho de verdade, até gravarmos a cena da lua-de-mel. Depois dessa cena, voltei ao beijo técnico. Ele nunca deve ter entendido o que foi aquilo. (risos)… Na Malhação, me lembro de ser muito feliz trabalhando, apesar de não gostar de nenhuma cena minha no ar porque me achava muito crua. A medida que você vai amadurecendo profissionalmente, a pressão vai ficando muito maior, as expectativas vão aumentando. Você precisa se superar a cada trabalho. Eu hoje em dia sofro muito mais trabalhando, dou a vida por cada personagem, mas a sensação de dever cumprido compensa todo o esforço e dedicação.

Depois você passou para a Record onde participou de vários projetos, inclusive o clássico Rei Davi. Como foi participar dessa história épica? Que novos desafios trouxe? Bate-Seba foi a personagem mais madura que já fiz. Tinha uma sensualidade natural, que brotava na sutileza dos movimentos, na leveza, era lânguida. O oposto de mim. Sou ligada na tomada, moleca. Brinco, dou gargalhada, é difícil alguém me ver séria. Tive que trabalhar isso. Fazia exercícios de respiração, quase uma meditação antes de gravar para buscar uma serenidade que até então eu não sabia que eu tinha dentro de mim. (risos)… São raras as oportunidades que a gente tem de fazer um papel com tamanha relevância e grau de exigência. Tudo o que pesquisei levava a questionamentos. Foi um desafio mostrar quem era essa mulher que virou a cabeça de um homem tão devoto a Deus, essa mulher que tomou as rédeas do seu destino numa época onde a maioria das mulheres abaixava a cabeça. Juntamente com o Spinello (diretor geral), conduzimos a personagem para ser apenas um ser humano, com suas complexidades, fraquezas, paixões, impulsos…uma heroína que não foi 100% nobre o tempo todo, o que a aproximou do público. Um ser humano que veio ao mundo como nós viemos, trilhou seu caminho, teve a humildade de reconhecer seus erros, soube se curvar a Deus e foi elevada a 1a mulher da linhagem de Jesus. Bate-Seba trouxe muita coisa para minha vida: mais maturidade, trouxe essa coisa da sensualidade, que eu nunca explorei em mim. Foi uma história de fé, de valores, uma lição de vida retratada de forma coloquial e muito real. Me sinto privilegiada por terem me confiado a missão de dar vida à Bate-Seba num mundo atual escasso de valores, de referências, inconsequente. Foi um marco na minha carreira e ganhou o mundo. Vira e mexe recebo mensagens de fãs da Colômbia, Peru, Estados Unidos, Alemanha, Portugal, República Dominicana… Estive no Porto, em Portugal, em 2012 e o shopping parou com o assédio dos fãs. Também fui reconhecida em Londres, ano passado, como Bate-Seba. É gratificante receber esse retorno.  Além de Rei Davi ter triplicado a audiência da Fox Mundo nos Estados Unidos, onde já foi reprisada 2 vezes.

 

Em um de seus trabalhos mais recentes você teve que engordar 9 kg para interpretar uma ex-BBB. É fácil ganhar peso, mas perder e ficar em forma como você está deve ter sido um trabalho árduo? Como foi isso? Na verdade engordei 5kgs pra interpretar a ex-BBB Valentina na comédia “Vestido pra Casar” porque precisava ter curvas mais exuberantes. Sempre tive muita facilidade tanto para perder quanto para ganhar peso. Minha maior dificuldade sempre foi manter o peso ideal. Quando trabalhando, era radical. Pegava pesado na dieta das proteínas e nos aeróbicos, mas quando estava de férias, sempre me permitia ser feliz! (risos)… Adoro queijos e chocolate branco. Não resistia. Quando achava que tinha passado dos limites, fechava a boca e começava tudo de novo.

 

Pelas fotos percebe-se que você está com o corpo em plena forma. Chegou ao seu nível de satisfação ou falta algo? Como mantém a forma? Depois dos 30 anos comecei a sentir muita diferença no meu metabolismo. Fechar a boca e malhar compulsivamente não me mostra resultados rápidos como antigamente. O nosso metabolismo vai ficando mais lento à medida que vamos envelhecendo e a resposta vem com a persistência e a rotina. Desde que optei por voltar para o mercado ano passado, minha atitude mudou. Saí da minha zona de conforto. É a primeira vez em 23 anos de carreira que estou sem contrato fixo com uma emissora. Me acomodar não é mais uma opção. Hoje em dia, minha vida pode mudar com uma ligação e não posso correr o risco de perder uma oportunidade por não estar no peso ideal da personagem. Eu sobrevivo da minha imagem então estou muito focada e, pela primeira vez, descobri uma fórmula que vem dando certo para manter a forma com saúde: reeducação alimentar, treinos diários com o personal Leonardo Vieira e os tratamentos estéticos no Spa Heloísa Rocha. Tô conseguindo manter meu peso estável há 7 meses e cada vez mais vejo minha musculatura mais definidinha. Com certeza, estou hoje na minha melhor forma física.

Que programas fazem mais sua cabeça, dia de praia com amigos ou uma balada à noite? Onde é mais fácil te encontrar quando quer relaxar e curtir? Sou mais caseira. Não troco um jantarzinho a dois por uma balada. Nunca fui de galera.  Me dou bem com todo mundo mas são poucos os que entram na minha intimidade. Sou viciada em assistir séries e filmes, não existe programa melhor. Gosto de praia dia de semana, vazia, nunca nos finais de semana. Adoro dançar, mas não sou muito fã de boates. Mais fácil me encontrarem em shows ou em eventos fechados, entre amigos, ou viajando, que é o que eu mais amo fazer na vida. Eu chego de uma viagem já pensando no meu próximo destino. (risos)…

Você é do tipo que quando está interessada vai à luta ou apenas joga um charme e espera que ele perceba e venha até você? Nunca fiz o tipo agressiva não. Sou tímida. Se eu jogar um charme, será muito sutil. E gosto de ser correspondida. Caso contrário, acabou ali. Sempre fui muito bem resolvida em relação a isso.

Falando na hora da paquera… alguma cantada já funcionou? Existe algum caminho mais fácil que cantada que te atraia atenção e desperte o interesse? Cantada pra mim funciona como um repelente. Todos que tentaram se aproximar de mim me cantando, não conseguiram nem a minha educação. E olha que eu me considero uma pessoa fofa (risos)… Num primeiro momento a beleza conta, mas para despertar meu interesse tem que haver alguém interessante por trás da casca, que saiba conversar, que tenha senso de humor, charme e que aja como se não estivesse a fim de mim. Porque isso me intriga, me seduz numa primeira abordagem. Entretanto, no decorrer da fase “estamos nos conhecendo” gosto de ser surpreendida (nem que seja pelo whatsapp). Um pouquinho de romantismo não faz mal a ninguém né?! Passei a infância em Goiás e a adolescência no Equador, tive uma criação mais conservadora, numa família tradicional. Pra eu chegar a ter vontade de beijar alguém, já tem que haver uma afinidade, um encantamento. Sempre achei essa coisa de ficar por ficar um prazer imediatista que não me satisfaz. E outra, nunca tive saco também pra aquela dúvida do dia seguinte se o cara ia ligar de novo ou não. Ninguém merece se sentir tão descartável assim.

 

Que qualidades um homem deve ter para te encantar? E onde eles pecam na paquera? Qualquer mulher se encanta por um homem charmoso, inteligente e apaixonado. No meu caso, o romantismo era indispensável antigamente. Hoje em dia, para me encantar um homem deve ter caráter, senso de humor, amar a vida tanto quanto eu e tem que haver uma admiração mútua. Acredito que eles pecam quando não sabem distinguir quem realmente vale a pena e passam a tratar toda mulher como um número. As mulheres estão tão fáceis que muitos homens têm preguiça de investir num relacionamento. A frase “foram feitos um para o outro” não acontece por acaso. Dá trabalho ser feliz com alguém; envolve ter disposição para resolver problemas; escolher perdoar, mesmo sem vontade; optar por ser feliz à ter razão. Pedir desculpas, por exemplo, tem muito mais a ver com o quanto valorizamos a relação do que com o nosso ego. Não é fácil. Mesmo assim, a vida é muito melhor e mais leve quando compartilhada com a pessoa certa.

Mentiras sinceras te interessam ou a verdade sempre? Sinceridade sempre. A verdade pode até doer muito quando dita, mas a mentira vai doer toda vez que for lembrada. A grande questão é “saber” ser sincero. Às vezes, é preciso ter um certo tato ao falar as verdades. Sempre existe um jeitinho melhor de falar e isso varia para cada pessoa. A abordagem em si pode ferir mais que a sinceridade em questão. A pessoa pode até aceitar saber a verdade mas, dependendo da falta de jeito, não perdoar quem a trouxe à tona.

O que os homens ainda não aprenderam sobre as mulheres? E que qualidade inveja neles? Os homens não entendem que a maioria das mulheres é dominada pela emoção. Se a mulher não se sente amada, ela não se entrega de corpo e alma e, naturalmente, começa a não corresponder às suas expectativas. Nós, mulheres, precisamos compartilhar o nosso dia a dia, sentir que eles se importam com a gente, nos sentirmos prioridade na vida deles. Enquanto a gente insiste em tentar conversar é porque ainda existe amor. Fica a dica! 😉 Já os homens, são muito pragmáticos, mais literais quando se expressam, fora que eles sabem separar muito bem amor e tesão. Admiro essa qualidade.

Você curte homem vaidoso? Qual o limite? Me seduz saber que o meu homem se preocupa com a minha opinião, se cuida para se manter atraente pra mim, e não apenas para seguir um padrão de beleza imposto pela sociedade. Agora, a beleza em si é muito relativa. Vem de dentro. Num primeiro momento conta, mas quando oca, desfalece. Entre charme e beleza física, fico com o charme sem dúvidas. A maioria das pessoas que não nasceram belas é muito mais interessante porque teve que superar o físico pra vencer na vida, pois não conquistou as coisas com facilidade.

 

E como você lida com o espelho? Depende do meu estado de espírito no dia (risos)… O que a gente vê no espelho é o reflexo da nossa alma. Tem a ver com o nosso nível de autoestima naquele dia. Acho que o maior segredo é a paz de espírito, é você estar bem-resolvida na vida. O problema é que além da vida não facilitar com seus altos e baixos, a mulher tem as variações hormonais que afetam bastante o nosso emocional. O meu emocional está diretamente ligado à minha autoimagem. Se estou bem comigo mesma, tudo flui melhor, meu olhar brilha. Uma dica boa para fazer as pazes com o espelho é buscar valorizar os nossos pontos fortes e parar de se comparar com os outros. Porque se a gente não se achar bonita, quem vai achar?

Como foi fazer essas fotos no Complexo do Alemão? Eu fui muito feliz fotografando no Complexo do Alemão, uma mistura de adrenalina com uma sensação de gratidão, respeito, solidariedade. Fomos tão bem recebidos pelo pessoal da ONG e da comunidade. Conheci pessoas de bem, super prestativas, que abriram as portas de casa e foram incansáveis em ajudar. Pessoas com o coração puro apesar das circunstâncias que os cercam, pessoas capazes de chorar de emoção ao retribuirmos um simples abraço e que, ao mesmo tempo, têm a força de levantar e ir à luta diariamente para sobreviver, que não desanimam diante dos desafios e, principalmente, não perdem sua capacidade de sonhar e acreditar que o amanhã pode ser melhor. Saí de lá muito grata pela experiência. A propósito, adorei fotografar na laje. Olhar aquela imensidão do alto dá um poder!!! E pretendo voltar em breve, porque quero muito andar no teleférico.

Quais seus próximos passos…? Sempre que faço muitos planos acabo me frustrando. Aprendi a viver um momento de cada vez e a esperar a hora certa das coisas acontecerem. 2014 foi um ano de grandes decisões, ano de transição, amadurecimento e encerramento de um ciclo que culminou com um grande sucesso de bilheteria no cinema, ao lado de Leandro Hassum e Marcos veras, que foi a comédia “Vestido pra Casar.” Comecei esse ano protagonizando a série policial da Fox, “Na Mira do Crime,” um sucesso de crítica, como a repórter Luana. Não acredito em coincidências. Nada é por acaso. Deus tem um plano para cada um de nós. Pra mim as “coincidências” são uma forma muito conveniente que Deus encontrou para se manter no anonimato. Agora, por exemplo, estou recebendo muitos convites para ensaios fotográficos com propostas completamente diferentes que me desafiam como mulher e como atriz. E eu amo ser desafiada. Sou tímida. Preciso compor uma personagem para encarar as lentes de um fotógrafo. Começamos com as fotos no Complexo do Alemão, com toda a adrenalina de estar ali, com os pés cravados na realidade. A vida pode ser muito dura e as pessoas reagem conforme as circunstâncias dadas para sobreviver. Isso influencia muito na atitude de quem vive naquele cenário e essas características têm que estar presentes nas fotos. Acabei de ser fotografada também pelo André Nicolau num ensaio que explorou bastante meu lado mulher, a sensualidade que estou aprendendo a explorar naturalmente com a maturidade. Esse ensaio será lançado em abril.

 

Outro trabalho fotográfico marcante foi o Editorial Cacilda Becker e Walmor Chagas, um projeto guardado por 15 anos pelo diretor artístico Marco Antônio Ferraz. Eu e o MAF nos conhecemos numa foto que fiz para a edição1 da sua revista 4our e naquele dia, demos química. Partiu dele o convite para eu interpretar o mito Cacilda Becker. Fotografamos no Teatro Municipal de Niterói e foi tudo tão real… Houve toda uma entrega, uma comoção, não só minha mas da equipe inteira envolvida. Estudei suas expressões, sua personalidade, suas personagens, a melancolia e a languidez por trás da sua altivez no palco, suas motivações… Interpretar Cacilda fazendo um mendigo na peça “Esperando Godot” foi único, de uma energia fora do comum, um alimento para a minha alma. Como atriz, eu vivo por esses momentos. Estou louca pra ver o resultado. Enquanto não tenho data definida pra voltar para as telinhas, estou estudando propostas de teatro e me preparando. Um ator não pode parar de estudar, tem que estar sempre antenado com o que está acontecendo e reciclando suas referências. Cada vez mais anseio por personagens fortes, com personalidade marcante, que possam impactar a vida das pessoas de alguma forma.  Inclusive, as vilãs me fascinam. Através da arte, temos a oportunidade de chegar nas pessoas, fazê-las refletir, informá-las, entretê-las, podemos provocar um sorriso em alguém que acredita não ter motivos para sorrir na vida. Eu amo o meu ofício e estou com muita sede de desafios. Pronta pro que der e vier.

 

Fotos – Matheus Coutinho
Direção criativa – Maf 
Assistente de fotografia – Marcelo Chinigalha
Styling – Marlon Portugal
Beauty – Emilene Esteves
Agradecimentos especiais – Paulo Ballado, TV Verde e equipe, Leonardo França, Bruno Alcântara, Daniel Grifo e Anna Carla Trindade

Renata Dominguez veste:  Look 1 – Vestido Lenny; Look 2 – Cropped Carol Brasil, Biquíni Magia do Mar; Look 3 – Body Doux, Calça Fleche D’or; Look 4 – Blusa peplum Nana Kokaev, Regata seda Mônica Negreiros, Saia Ambicione; Look 5 – Vestido Marc Jacobs, Jaqueta Nana Kokaev, Pull Ambicione. Acessórios Francesca Romana Diana, Sapatos Schultz. Agradecimentos: Zany assessoria, Lutsy Ipanema.