ESTRELA: Bella Schneider a voz que nos encantou no The Voice agora mais provocante do que nunca

Dona de uma voz afinada e limpa, a pernambucana Bella Schneider já nasceu ouvindo música em casa. Do clássico ao pop, segundo Bella sua mãe sem querer terminou a influenciando indiretamente pois durante sua gravidez costumava cantar muito. Logo cedo aprendeu a tocar violão sozinha e precoce, escreveu a primeira música para a mãe, quando tinha apenas cinco anos. E aos 11 anos durante uma apresentação de um recital Bella descobriu ficou encantada com tudo e começou a se dedicar mais à música. “A Zenilde me entregou a letra da música, que era uma versão em Português de ‘Love Me Tender’ de Elvis Presley, e eu tímida, fui lá pro fundo da sala. (risos) Ela pediu que eu viesse cada vez mais pra frente, e terminei subindo no palquinho. Ela então me pediu para cantar, e eu falei que mal sabia a letra. Mas então respirei fundo, e cantei. E logo ela decidiu que eu seria a nova solista do coral. Até então eu nunca havia cantado ‘oficialmente’, comentou Bella. Fluente em inglês, alemão e espanhol, Bella é bem eclética na área musical, indo do rock ao blues, da MPB à música celta. Após vencer o quadro “Cante Outra Vez”, do Caldeirão do Huck, foi a hora dela encarar seu maior desafio. Quando em 2016 sua carreira tomou outra proporção por cona da sua participação do “The Voice Brasil”, que lhe abriu as portas para novos projetos e desafios. Para 2018 a bela traz algumas ótimas surpresas, como novas parcerias, músicas autorais cantadas em inglês e português, misturando elementos orgânicos, além do uso de sintetizadores com sons de alfaia e berimbau, que trazem um pouco das suas raízes pernambucanas.

Bella soubemos que a influência musical veio da sua mãe que grávida de você vivia cantando. (risos) É isso mesmo? (risos) Sim! Principalmente dela! Meus pais tem muito bom gosto musical e sempre fizeram questão de me apresentar todo tipo de música, história e arte mundial. Minha mãe poderia ser cantora e sempre me trouxe o lado brasileiro da cultura que absorvi. Enquanto meu pai trouxe o lado Alemão e Europeu. E os dois sempre mostraram um pouco de tudo do mundo inteiro pra que eu pudesse conhecer. Só posso agradecer por ter tido oportunidade de ampliar meus horizontes cada vez mais.

Quais foram e são suas influências? No início minhas referências eram os Hanson, Sandy & Junior, Tribalistas, KOL, Michael Jackson e muito Hip Hop, Black Music e MPB. Então passei para o Rock, Blues e R/B com The Beatles, The Pretty Reckless, Queens of the Stone Age, Amy Winehouse, Skank, Ivete Sangalo e música eletrônica. Hoje me encontro mais no pop moderno que mistura muitas influências, como Julia Michaels, Imagine Dragons e Iza mas também amo Mangue Beat.

O que mais te encanta na música? O poder de mudar vidas. A música tem uma força única. Uma energia que toca o sentimento mais profundo que há em nós e pode reforçá-lo, encontrá-lo, criá-lo, ou até mudá-lo. E por isso gosto de trazer mensagens positivas na minha música. Não necessariamente falando apenas de felicidade, mas também abusando da sinceridade, das sensações e demonstrando que é possível ver a vida melhorar em todos os sentidos. O principal é continuar através das tempestades.

E aos 5 anos você escreveu uma música para sua mãe. Como foi isso? Sim! (risos) Eu realmente não lembro como foi. Mas sei que já sabia escrever, o que se confirmou como uma das minhas grandes paixões, afinal acabei estudando literatura mundial. Sempre gostei de ter caderninhos comigo e escrever o que se passava pela minha cabeça. Histórias, poemas, ou músicas, e a primeira que escrevi em um papel foi para a minha mãe. À quem eu tenho uma imensa gratidão por me apoiar no mundo musical. Eu sei que já cantarolava e criava canções desde que aprendi a falar, no entanto, apesar de nenhum dos meus pais serem músicos.

Você passou um bom tempo morando na Alemanha. Como foi essa experiência? O que ela te agregou como cantora e pessoa? Nossa! Eu amo a Alemanha, meus amigos e familiares alemães. Tive boníssimas experiências em todos os sentidos, inclusive no campo profissional. Tanto que no ano do The Voice eu tinha decidido que iria me mudar de vez pra lá por conta das oportunidades e por sempre ter sido muito bem acolhida e valorizada lá. Eu vivi nessas idas e vindas desde pequena, então sempre foi algo muito comum mudar de escola e inclusive de língua, Procurei tirar o melhor que pude de tudo isso. Aos 14 anos eu já falava quatro idiomas e depois me aproximei de mais dois. Amo poder ‘provar’ o dia-a-dia em diferentes países, cidades e culturas. E na Alemanha vi o meu lado organizado aflorar e ser valorizado. Fora que é uma realidade que me dava mais liberdade como mulher. O lado profissional também sempre foi muito reconhecido na Alemanha e respeitado, assim como nos Estados Unidos, ou na Inglaterra onde ganhei prêmios de composição e melhor clipe com ‘Time Travel’, tive poemas publicados em livros, músicas nas rádios, e assim por diante. O alemão sabe respeitar qualquer e toda profissão, como deveria ser. Isso é uma das dores que afeta o nosso business no Brasil. Não é impossível, mas nossa realidade é mais difícil sim. E viver nessas duas realidades extremas me faz rever cada experiência com muita calma para procurar compreender o porquê de tudo de acordo com o perfil das pessoas com quem estou trabalhando ou convivendo.

Em 2015 você venceu um quadro do programa de Luciano Huck que resultou na sua entrada no The Voice Brasil no ano seguinte. Como foi vivenciar tudo isso? Eu decidi me inscrever no The Voice Brasil em 2015 antes de ir embora de vez para a Alemanha, por um pedido intenso da minha mãe depois de ter um grave problema de saúde. E foi um sinal da vida que eu deveria ficar no Brasil, meu país, e não desistir apesar das dificuldades serem maiores aqui. Eu passei nas fases e consegui chegar a audição às cegas. Entrei para o time da Claudia Leitte e segui para a batalha quando não havia mais “peguei”. Então houve uma repescagem no mesmo ano através do Caldeirão do Huck onde meu grupo ganhou. Depois, eu fui a vencedora do grupo, o que me levou de volta à final do The Voice Brasil cantando em um dueto com Alexandre Pires, assistente do meu time. Foi algo impensável, inimaginável desde o início, e extraordinário! Eu não esperava nada desde o primeiro dia. Procurei apenas fazer o melhor que eu podia no momento, e fiz. Aproveitei tudo como pude, aprendi muito, amadureci e cresci em pouco tempo com a experiência de ter um país me ouvindo com atenção. Todos os anos e conquistas profissionais anteriores me levaram até lá, e assim é a vida. Foi uma experiência muito intensa que marcou minha vida muito mais do que eu imaginava que poderia.

O The Voice Brasil foi um divisor de águas na sua carreira? Com certeza! Só posso agradecer por ter participado de algo tão grande onde pude conhecer tantas pessoas “maravilindas” de tantos estados e estilos musicais diferentes. Fora toda a equipe, técnicos e a chance de trabalhar com o nível mais alto de produção do país e mostrar o meu talento através de uma marca mundial. O The Voice é uma espécie de selo de qualidade. Não é qualquer um que passa por aquela chancela, e eu passei com meu esforço e dedicação pessoal e continuo melhorando cada dia mais em busca da perfeição que nunca existirá como já dizia Paul McCartney que estuda para se aprimorar até hoje. Depois do programa as pessoas começaram a me reconhecer mais na rua e isso acontece até hoje.

O que ficou de positivo? O principal que ficou foi isso: as pessoas, o aprendizado, e o reconhecimento. O The Voice me deu a possibilidade de chegar na casa de muitas pessoas e elas puderam escolher me seguir e continuam me acompanhando até hoje. Tenho fãs-amigos, meus Ragazzi & Ragazze, maravilhosos! São pessoas do bem que como eu querem compartilhar esse brilho pro mundo, e isso sim não tem preço! São pessoas muito especiais que tenho a chance de me aproximar cada dia mais.

Que projetos surgiram depois disso que te deram um novo olhar para sua carreira? Como foi o pós-The Voice? Depois do The Voice fui convidada para participar de muitas gravações, programas, vídeos, eventos e shows em vários lugares Brasil afora. Das principais e mais marcantes tiro a “Girafa Session” em Blumenau, que tem os vídeos no Youtube, e o projeto com o Rick Bonadio da Midas Music em São Paulo com quem lancei meu último single e primeira música em português da vida: ‘Final Feliz’. O clipe foi produzido pela Monomídia e a equipe já trabalhou com grandes nomes como Luan Santana, Mateus & Kauan, assim como o Rick é conhecido pelos Mamonas Assassinas, NX Zero, Charlie Brown, etc. Foi mais um lugar de altíssima qualidade onde pude explorar mais do resultado dos meus esforços e anos estudando e vivendo música. O single ‘Final Feliz’ também resultou em mais coisas e já começou a mostrar que a partir de então decidi me desafiar no português! Sem contar que até hoje muitas pessoas me reconhecem por onde quer que eu vá.

Depois de cantar muito em inglês você vem em breve cantando em português. Como vai ser isso? Pois é! Como eu disse, isso já começou com o último lançamento com o Rick Bonadio, mas agora também estou mudando o estilo e caminhando mais em direção ao Pop com influências internacionais e nacionais. Eu sempre achei o nosso idioma lindo, mas acho muito fácil cair na mesmice em composição musical e não gosto disso. Sou muito exigente comigo mesma e perfeccionista. Então estou procurando trazer a minha experiência com o inglês para o português, praticando bastante, pesquisando, e quebrando a cabeça junto com o meu produtor Diego Marx pra transmitir tudo que eu quero passar através das músicas que estão por vir!

Seu novo projeto traz novas parcerias e novos sons. Conta um pouco do que vem por aí? Esse novo trabalho com o produtor Diego Marx de Brasília, também ganhador de Grammy, tá a minha cara. Juntos conseguimos traduzir toda essa mistura que sempre existiu em mim. A vontade de ter mais músicas cantadas, misturando a força que o rock criou em mim com sintetizadores analógicos, baixo orgânico ou com pads, piano real e ritmos do corpo como as clássicas ‘claps’, menos drive nas guitarras e arranjos mais enxutos e objetivos com timbres escolhidos de maneira minuciosa. Também estamos fazendo com que o meu amor por dança finalmente seja representado com influências de Hip Hop, e características nacionais que emocionam, ao som de alfaias, berimbau, e muito mais!

O que curte ouvir? Eu ouço praticamente de tudo, sou bem eclética. Vou da música clássica ao rockzão. (risos) Vamos citar aqui mais estilos musicais: Blues, música eletrônica, música celta, música árabe, manguebeat, maracatu, MPB, R/B, black music, musicais, alguns funks, alguns sertanejos, e assim vai. Os artista que tenho escutado mais ultimamente são o Ed Sheeran, Camila Cabello, Shawn Mendes, Charlie Puth, Julia Michaels, Iza, Emicida, Skank, Ivete Sangalo, Sandy e Junior, Paralamas do Sucesso, Scalene, Cazuza, Far From Alaska, Selena Gomez, Taylor Swift, Demi Lovato, Alok, AnaVitória e Noah Cyrus.

E nas horas vagas o que faz sua cabeça? Ah, amo assistir algo! Seja filme ou série e comer alguma gostosura. Amo viajar e conhecer culturas novas, comidas diferentes, visitar museus pra vivenciar um pouco da história, e conversar com amigos e família. Também adoro compor, tocar, cantar, escutar e descobrir músicas… O problema é que não consigo fazer nada de música sem analisar (risos). Modo trabalho sou muito workaholic.

É muito vaidosa? Ah, médio. Acho que depende. Gosto de me sentir bem. Creio que isso seja o mais importante. Sou apaixonada por moda, mas acho importante saber quem realmente somos e não apenas segui-la, mas usá-la pra expressar nossa identidade que nos torna únicos. Hoje em dia temos mais liberdade de usar a moda de qualquer época ou estilo. Eu gosto de intercalar. Um dia sou princesa, outro dia sou roqueira, no outro sou rapper e tudo isso sempre fez parte de mim. Se der pra misturar, misturo com prazer. Pros eventos, gosto de ir bem arrumada, mas no dia-a-dia uso pouca maquiagem ou nenhuma, um pouco na vibe Gisele Bündchen e Alicia Keys (risos). Eu gosto de todos os níveis de cuidado com looks e tratamentos de beleza, etc. Tudo depende do momento, ocasião, tempo, prioridade e sentimento. Penso que é importante cuidarmos do nosso corpo. Ser saudável é imprescindível, mas o principal é ser feliz de verdade. Isso que procuro buscar pra mim.

O que te seduz na hora da paquera? Inteligência, educação e opinião. Pra mim um companheiro tem de ser educado, cavalheiro, porém que respeite a minha autonomia, decisões e opiniões e se posicione longe do machismo. Nem deveria ser tratado como algo especial, pois deveria ser o normal. Já estamos notando uma certa melhora na nossa sociedade, mas ainda há muito para caminharmos em todos os sentidos. O respeito tem de ser mútuo.

Para conquistar Bella basta… Me respeitar, me valorizar, ser altruísta, valorizar família, ser responsável e trazer coisas boas pra minha vida, como alegria, amor, compreensão, motivação e compartilhar novas visões. Porque amo descobrir e aprender com quem está ao meu lado. Acho que uma junção de qualquer tipo de relacionamento tem de adicionar e não subtrair. Tudo é uma questão de encontrar o equilíbrio e definir os objetivos. Pessoas corretas são encantadoras pra mim. Incluindo para meu círculo de amizades. Não significa não aproveitar a vida, mas ter ética. Isso parece ‘brilhar’ aos meus olhos e coração. (risos)

Assista making of e entrevista para a TV Mensch:

Fotos Newman Homrich (@newmanhom)

Beleza Guiggo Cavalcanti (@guiggo)

Vídeo José Neto (@Neofotografia)

Looks @Myftoficial – @CasaZozand

Cabelo e unhas @Nutrahair_recife

Locação Sierra Maison (@sierramaisonrec)