ESTRELA: Nathalia Serra faz sua estreia em “Malhação” e logo nos conquistou

 

Destemida e talentosa, a atriz Nathalia Serra largou Desenho Industrial e foi estudar em Nova York dramaturgia. Música, dança e arte sempre fizeram parte da rotina dela e lá na Big Apple isso tudo só fez tomar outra proporção. Depois de encarar os palcos americanos ao voltar para o Brasil surgiu o convite para fazer parte do elenco de Malhação e o resto dessa história vocês já imaginam, sucesso total. Nathalia conquistou o público e equipe de cara. A garota mostrou a que veio e o quanto o estudo é importante na vida do ator. Pelo jeito vem uma grande atriz por aí.

Nathalia, como está sendo interpretar a Clara nessa temporada de Malhação? Desafiadoramente maravilhoso! Eu acordo e vou dormir todos os dias agradecendo. A personagem é tipo uma peça coringa da trama, que transita por vários núcleos, e quando chega, é pra causar. Com ela, tenho a oportunidade de contracenar com quase todos os atores envolvidos na obra, e aprender demais! Tive o prazer de entrar para uma equipe extremamente generosa, tanto atores, quanto técnica e direção, que me desafiam e incentivam todos os dias. Realmente, é um grande presente!

Como foi o início da carreira no Brasil e como chegou até Malhação? A minha carreira profissional no Brasil começou mesmo, depois que voltei de Nova York, já graduada, e super decidida do que queria fazer. Assim que cheguei, comecei a correr atrás de testes, e passei, logo de cara, pra uma montagem acadêmica do musical “Rent”, na CAL. Logo depois, rodei o país com o meu primeiro musical profissional, “S’imbora – o Musical de Wilson Simonal”, que foi a realização do meu primeiro sonho como atriz. Em paralelo, fazia vários testes pra TV, de onde surgiram oportunidades de participações em novelas, como “Haja Coração”. Daí, fiquei sabendo dos testes para a temporada de “Malhação – pro dia nascer feliz”. Fiz uma batelada de testes, e quando achava que já não tinha mais chances, recebi a confirmação que eu estava dentro!

Dessa temporada fora morando em Nova York, o que mais te atraia na cidade? Que desafios encontrou? Nova York é um polo cultural! Ali se respira arte! Um lugar todo projetado para seduzir os olhos e impactar! Morar ali é extremamente rico e inspirador para um artista… O acesso à tudo é tão fácil… Música, dança, audiovisual, história, tecnologia… São doses cavalares de estímulos artísticos todos os dias! Meu maior desafio foi, realmente, o processo inicial com a língua. Apesar de falar inglês fluente, demorou um tempo para que eu começasse a pensar sempre em inglês, e evoluir nas aulas de interpretação. Me exigiu muito! Foram várias horas extras de aulas para anular o sotaque, e evitar ao máximo falar, ler e escutar português, até que eu realmente começasse a fazer as cenas sem ter a impressão de estar com aquele “delay“, em que o cérebro pensa primeiro em português, traduz e transmite a reação e a resposta em inglês.

Formada em balé clássico. A dança te ajudou em algo na carreira de atriz? Qual a sua maior paixão, atuar ou dançar? Conseguir juntar as duas coisas é perfeito não é? Com certeza, a dança abriu as portas para a minha paixão pela arte! Comecei a dançar com 4 anos, e foi numa fase em que fiquei sem a dança, focada e dedicada, cursando o sétimo período da faculdade de Desenho Industrial, e já com 20 anos de idade, que percebi que não seria feliz longe dos palcos. Afastada da dança, entendi que o meu amor era mesmo, pela interpretação das personagens de cada ballet. Convenci meu pai que me deixasse largar tudo no Brasil, para me especializar como atriz em Nova York, e hoje, cá estou. No meu trabalho de atriz, a dança me ajuda muito. A consciência corporal, a disciplina, a disposição e gosto por ensaios, dentre outras coisas, aprendi, desde pequena, na dança. Hoje, vejo a dança como um complemento para a carreira que escolhi, e seguindo o que aprendi nos Estados Unidos, acredito que o ator tenha que ser completo. O que eles chamam de “triple threat”, ameaça tripla em português, são os atores que cantam, dançam e interpretam, e assim se dá a formação de atores, à qual cursei lá. Espero poder abrir portas com essas ferramentas, que ainda são um diferencial aqui no Brasil, além de poder ter a oportunidade de voltar aos palcos em outros musicais!

Que tipo de dança você mais curte? Que tipo de prazer te dá? Dançar sempre foi uma paixão desde que me entendo por gente, e apesar da formação clássica, sempre transitei por várias modalidades. Jazz, sapateado, street dance e dança de salão fizeram parte da minha formação profissional. Mas se me soltar num baile funk, ou na avenida durante o carnaval, certamente não vou ficar só olhando. A dança, pra mim, sempre foi extravasar. Colocar as angústias, as alegrias, tudo pra fora, através da execução dos movimentos, e de cada gota de suor. Tipo uma terapia mesmo, que através do exercício físico, aliado à estética artística necessária na dança, consigo esvaziar a minha mente, e produzir altos níveis de endorfina, o que me dá uma sensação de prazer e bem estar imensos.

Falando nisso, quando está de folga o que curte fazer? Que programas te atrai mais? Ir ao teatro e sair pra comer com certeza está no topo da lista! Eventualmente, arrasto os amigos pra dançar em alguma night, mas o que amo mesmo é poder estar cercada de pessoas queridas. Vivo grudada no meu cachorro, e nos dias mais relax, procuro estar ao ar livre com ele, dar um mergulho no mar, respirar ar puro… Não tem nada mais reenergizante!

Na paquera você fica mais na sua ou parte para o ataque quando está interessada? Meio a meio. Eu sou muito observadora, e analiso bastante os caras pelos quais me interesso, o que pode dar a entender que estou na retaguarda. Mas quando resolvo querer alguém, costumo ser bem direta.

E nos EUA, os nova-iorquinos são mais atirados ou retraídos em comparação com os brasileiros? Nova York é um lugar que recebe gente do mundo inteiro, e mesmo entre os moradores da cidade, é muito difícil achar alguém que tenha nascido e crescido lá. Foi um lugar onde pude ter contato com gente de várias partes do mundo, mas realmente, o aproach do brasileiro é único. Comparando com os americanos em geral, chega a ser agressivo, quando estamos desacostumados. Se o boy americano está afim de você, ele não te segura num canto e tenta te beijar, ele te chama pra um “date”, que nada mais é que um encontro romântico, um jantar num restaurante bacana, ou algo assim… Daí, só depois de uns 3 encontros desses, é que dão um primeiro beijo. Parece complexo, mas dá a oportunidade pro possível casal se conhecer, pelo menos um pouco, criar afinidade, e até decidir se está mesmo afim de “ficar”.

O que o homem precisa ter para chamar sua atenção? Que características físicas e de caráter te atrai? Como disse, sou super observadora, mas são coisas sutis que me atraem. Tenho um olhar especial para pessoas que trazem consigo valores de generosidade e humanidade, capazes de enxergar além da “casca”, com a sensibilidade necessária para se importar de verdade com as questões do outro, e a humildade para saber ouvir. Ser parceiro, carinhoso, incentivar os sonhos do outro, mas principalmente, estar disposto a dividir essa caminhada junto com alguém, é fundamental para que a relação some, e faça que a vida a dois faça sentido. Esteticamente, prefiro homens grandes, de ombro largo. Com físico de homem, não de menino.

É muito vaidosa? Até que ponto? Estou sempre ligada à moda e design, e amo me vestir bem, criar looks e me maquiar! A faculdade de Desenho Industrial me trouxe um senso estético bem apurado. Apesar da profissão exigir muito nos padrões, cuido do meu corpo por prazer e bem estar, e não me lembro de ter feito nenhuma loucura por vaidade.

Por conta da exposição que a TV traz tem sido muito assediada? Como lidar com a fama? Apesar do caráter duvidoso da minha personagem, as pessoas são sempre muito carinhosas comigo. É meio louco fazer televisão, por ser um veículo que é capaz de exibir o meu trabalho em lugares que eu jamais pensei ser reconhecida. Fico extremamente feliz em poder atender os fãs que vem até mim falar da novela, tanto via redes sociais como nas ruas, porque o objetivo é que os toque, já que é feito com tanto carinho, pra eles e por eles.

Conquistar Nathalia basta… Generosidade com o mundo, verdade consigo mesmo e amor a cada passo.