FOTOGRAFIA: HELMUT NEWTON- O MAIS INFLUENTE E POLÊMICO FOTÓGRAFO DO SÉCULO XX

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Alguns artistas conseguem se consagrar pela sua arte e se tornam um ícone, uma referência. É o caso do famoso fotógrafo alemão Helmut Newton. Nascido em Berlim em 1920, naturalizou-se australiano e ganhou fama com seu estudo com belas fotos de nu feminino. Filho de uma americana com uma judeu-alemão, logo aos 12 anos comprou sua primeira câmera e trabalho com a fotógrafa alemã Yva Else Neulander em 1936. Dois anos depois fugiu da Alemanha para escapar da perseguição nazista aos judeus, mudando-se para o Chile. Posteriormente mudando novamente, dessa vez para a China, onde passou um tempo trabalhando para um jornal em Singapura.

Até que a guarda britânica o prendeu e o enviou para a Austrália. Sempre interessado em fotografia, Helmut Newton terminou trabalhando no exército australiano durante a Segunda Guerra Mundial. Após esse período de guerras, abriu seu estúdio fotográfico em 1946 e começou a trabalhar com moda. A exibição de “New Visions in Photography“, realizada no Hotel Federal em Collins Street, foi provavelmente o primeiro vislumbre da “nova objetividade fotográfica” na Austrália. E foi o início de grandes parcerias até quando deixou a Austrália rumo a Londres, em 1957, onde abriu um novo estúdio, juntamente com seu parceiro judeu-alemão Henry Talbot, batizado de “Helmut Newton e Henry Talbot“.

 
Em Londres se consagrou definitivamente como grande fotógrafo de moda, o que lhe rendeu um editorial de moda para a Vogue Australiana e assinou um contrato de 12 meses com a edição britânica da conceituada revista. Ao fim do contrato, foi para Paris onde trabalhou na revista Vogue francesa e alemã, onde permaneceu até 1961. Newton cada vez mais solicitado, começou a fotografar também para a revista Harper´s Bazzar.

Com um estilo próprio e marcante, onde suas fotos tem uma marca forte no erotismo com doses de fetichismo e sado-masoquismo. Porém nunca sem perder a classe. Suas fotos são sofisticadas, retrata muito a burguesia aristocrata onde belas e ricas mulheres se liberam em suas fantasias sexuais mais loucas. Em geral as fotos são em p&b e tem todo o clima noir do cinema europeu. Diferente de fotógrafos como Herb Ritts, onde suas fotos traduzem uma simplicidade na produção, se dedicando ao corpo plasticamente perfeito e nu, as fotos de Helmut Newton são ricas em detalhes de produção e requinte. Tudo é muito rico e traz uma atitude, muitas vezes insinuante.

Com a fama de mestre da fotografia erótica-chic, Newton fotografou grandes celebridades como Catherine Deneuve, Madonna, Cindy Crawford, Charlotte Rampling e Elizabeth Taylor. Suas fotos ganharam o mundo e estamparam as capas e editoriais de moda nas principais revistas do mundo e lançou vários livros de fotografias.

Nos anos 80, Newton pode expor mais seu tom erótico e disparou suas lentes sobre o tema lançando uma série de fotos intitulada de Big Nudes, série que marcou o auge de seu estilo erótico-urbano, sustentado com excelentes habilidades técnicas. Período em que também trabalhou em retratos e criações fantásticas. Foi nessa mesma fase que Newton fez alguns dos trabalhos mais marcantes na revista Playboy. Como o ensaio com a atriz Nastassia Kinski em 1983, que teve algumas fotos vendidas em leilões pela Bonhams, em 2002, por US$ 21.075 e pela Christies, em dezembro de 2003 por US$ 26.290.

Helmut Newton passou os últimos dias de sua vida entre Monte Carlo e Los Angeles, morreu em 2004 num acidente de automóvel na Califórnia. Foi cremado e suas cinzas estão num cemitério em Berlim. Mas o mestre da fotografia continua vivo, pois inspirou e inspira diversos fotógrafos no mundo inteiro. Sua carreira e obras estão disponíveis no site oficial.

Assista esse documentário sobre a exposição “SUMO”, livro que foi lançado para comemorar os 79 anos de Newton, que aconteceu em Paris:

 
 
 
 

RECONHECIMENTO – A princesa Carolina do Mônaco lhe presenteou, em nome do seu principado, com a “Chevalier des Arts, Lettres et Sciences”. 1996 foi a vez do Ministério da Cultura Francês lhe atribuir o “Commandeur de l’Ordre des Arts et des Lettres”. Uma carreira cheia de sucessos e de fama.