MUSA INTERNACIONAL: A nova Bond Girl Bérénice Marlohe é uma bela francesa com traços orientais‏

A nova Bond Girl Bérénice Marlohe é de ascendência mista, pois nasceu em Paris em maio de 1979, filha de mãe francesa e pai cambojano. Quando criança Berenice sonhava em ser pianista, porém a carreira artística já lhe interessava e acabou indo estudar no Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris por dez anos. Sua primeira atuação como atriz foi em um curta-metragem (La Discordance) em 2007. Porém sua imagem fora dos padrões franceses foi um fator que dificultou à Berenice encontrar novos papéis no início da carreira. 
 
“Mesmo as pessoas que me viram em oficinas de teatro na França e queriam me apresentar para outras pessoas, quando aquelas pessoas olhavam minha foto, eles diziam: “Não, ela nunca vai trabalhar na França.” Eu não sei o que dizer. Diziam que eu não estava no “molde” francês. Eu só queria ser uma atriz na França, mas estava afim de trabalhar fora do país em um filme de inglês ou americano. Então, quando isso (os testes para Skyfall em Paris) veio, foi tão legal. Eu realmente acredito em sinais. Este foi definitivamente um sinal.” Outro sinal, diz ela, foi um sonho que ela teve com Javier Bardem, que interpreta o vilão, Raoul Silva em Skyfall, “Foi muito engraçado. Seis meses antes do teste, eu tinha ido aos Estados Unidos para tentar encontrar um agente. E de repente eu tive um sonho com Javier Bardem. Era tão estranho, porque eu nunca sonho com atores. Acho que ele foi meu mentor ou algo do tipo. E depois do sonho, de repente, eu me senti tão tranquila. Tipo, tudo vai ficar bem. Seis meses depois, voltei a Paris e ouvido sobre as entrevistas, é que alguém me disse que talvez teríamos Javier Bardem no filme, aí pensei, “Ah, mais um sinal!” Às vezes, a vida e o universo entram em sintonia. E isso é muito legal.”

Antes de estrear no cinema americano, Bérénice não era como a maioria das atrizes. Sempre disposta a encarar papéis diferentes em produções de baixo orçamento, ela participou de um seriado (francês) médico fazendo o papel de uma transexual. Para ela, era uma oportunidade de expor seu talento como atriz. “Foi algo muito interessante de fazer! Interpretar um transexual foi maravilhoso, porque eu tive a oportunidade de expor um pouco meu lado homem, e um pouco o lado mulher, e eu pude criar algo fora do habitual, algo diferente, e ninguém pode dizer que isso não é legal…” É por este motivo, diz ela, que Christopher Walken é seu ator favorito. Para ela, ele é uma mistura de seres. “Para mim, ele é talentoso, é claro, mas também tem um quarto de um alienígena, um quarto de um animal, um quarto de um homem, e um quarto de uma mulher. E para mim, isso é o que eu gosto para ver na tela”.
 

É também por esta razão que conseguir o papel de uma Bond Girl era um sonho para ela. Sua Bond Girl favorita, e sua fonte de inspiração, é Famke Janssen, que interpretou Xenia Onatopp em GoldenEye, que se destacou por sua capacidade de “matar” os homens esmagando-os entre suas coxas durante o clímax: “Ter um orgasmo quando ela estava tentando matar as pessoas! Era muito louco! E engraçado! E original! Gosto atores que não vão nos caminhos convencionais, e Bond é ótimo para isso.”

Para o diretor Sam Mendes, um dos motivos para a escolha por Berenice foi sua linhagem asiática, isso foi o argumento decisivo para sua volta à Paris para a escolha da nova Bond Girl. “Ela tem essa coisa de que muitas das Bond girls clássicas têm, que é que ela é uma mulher real, com uma sexualidade madura”, diz Mendes. “Mas também há um mistério real nela, ela tem essa herança asiática, que para nós na história – onde parte do filme acontece em Xangai e Macau e no Mar da China Meridional – era perfeito em alguns momentos ela é ocidental, em algumas ela é muito exótica”. E pelo jeito Mendes estava certo quanto a sua escolha, durante as filmagens de SkyFall Berenice se saiu com uma desenvoltura ímpar, gravou cenas de nu (fiquem atentos à cena do chuveiro), aprendeu a atirar e manejar armas com uma habilidade típica das grandes Bond Girls da história do cinema. “Eu tive que aprender a atirar com uma arma… bem, na verdade, eu pedi para aprender. Mas era uma oportunidade boa demais”

 

Pelo jeito a França que não queria ela antes, agora com certeza cairá de amores por essa bela morena de traços orientais. “Ninguém me queria na França antes, e agora todo mundo me quer. Isso é muito engraçado. Então eu disse, ‘Não!’ É claro, eles me querem agora. Qual é o objetivo? Eu batalhei tudo sozinha. É muito tarde agora. Quero trabalhar com pessoas que confiaram em mim, que são profissionais, e que não têm medo de apostar em novas pessoas.” Parte pantera negra, parte dragão oriental. Todos agora querem Berenice.

Fonte: Entrevista publicada originalmente publicada na edição de agosto de 2012 da GQ britânica

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