FOTOGRAFIA: Lucien Clergue le célebre photographe

Como a fotografia teve um berço francês, talvez isso explique a grande variedade de artistas franceses na fotografia. É o caso do fotógrafo francês Lucien Clergue. Lucien nasceu em Arles, França, em 14 de agosto de 1934, filho de pais comerciantes. Ainda muito criança começou a tocar violino e aos 10 anos iniciou, de forma precária, a fotografar. Durante a II Guerra Mundial, em 1949, viu sua casa ser destruída e teve que ir morar na rua juntamente com os ciganos. Logo os ciganos que sua mãe passou a vida dizendo que caso não se comportasse, os ciganos o levariam embora. Foi nesse mundo que Lucien aprendeu a viver e ficou fascinado pela organização social desse povo que passava parte do ano vivendo em casas e parte em caravanas. Enquanto as fotografias de Clergue sobre a vida cultural dos ciganos era documentada, elas não funcionam como etnografia. Seu interesse não estava tanto no cotidiano como o extraordinário.

Após a morte de sua mãe, conheceria o escritor Jean-Marie Magnan que ajudou a orientá-lo e encorajar nos estudos e na prática da fotografia. Mais alguns anos depois, durante uma corrida de touros em Arles, Lucien conheceu o pintor Pablo Picasso e mostrou suas fotos a ele. O interesse pelas fotos de Lucien Clergue foi aumentando com o passar do tempo que o apoiou em suas obras, criando a partir da influência do pintor imagens abstracionistas da arena dos touros. Nesses trabalhos é possível notar a influência da mitologia e do sentimento de aventura que o acompanha, o que Lucien chamava de “Mentalidade do Homem Mediterrâneo” . Foi durante este período também que ele trabalhou em uma série de fotografias contando a viagem de artistas de circo, arlequins, acrobatas, vulgo saltimbancos. Em 04 de novembro de 1955, Lucien Clergue visitou Picasso em Cannes, e os dois artistas já eram grande amigos. Amizade essa que durou por quase 30 anos até a morte do Mestre. O livro, meu amigo Picasso retrata os momentos importantes da sua relação.

Lucien tinha três temas bem característicos como costumava dizer: “A vida; A morte, a morte do touro na tourada; O nu feminino em verdadeira natureza, paisagem, são os fundamentos de minhas pesquisas permanentes para encontrar as origens do nosso mundo que está em nós mesmos.” Depois das perdas sofridas ao logo dos anos, Lucien encontrou acalento no dorso feminino e se esmerou ao fotografar o nu feminino, e as fotografias que produziu entre 1950 e 1970 do dorso nu de mulheres, são as mais conhecidas imagens do artista.

Nas touradas as fotografias Clergue de luta de touro são muito mais gritante apresentando a corrida como tablado teatral. Em El Cordobes, Nîmes, 1965, a multidão nas arquibancadas formam uma única massa atuando como pano de fundo para o desempenho. O ângulo da câmera Clergue enfatiza o domínio da Cordobes, e o tamanho do animal. Uma arena romana repleta de espectadores. Ao permitir que o fundo da imagem caia fora de foco, os espectadores perder qualquer senso de especificidade. Os espectadores saem da história e tornar-se tão eterno quanto a própria performance.

 

Lucien Clergue se tornou fundador do famoso festival: “I Encontro Internacional da Fotografia em Arles” (1969) iniciativa que vem crescendo de tamanho e importância a cada ano. Em 2007, na cidade de Arles, Lucien Clergue foi honrado e teve uma coleção com retrospectiva de 360 de suas fotografias de 1953-2007. Ele também recebeu o Prêmio 2007 Lucie. Ele foi nomeado cavaleiro da Légion d´honneur em 2003 e eleito membro da Academia de Belas Artes do Instituto da França em 31 de Maio de 2006, sobre a criação de uma nova seção dedicada à fotografia. Clergue é o primeiro fotógrafo a entrar na Academia para um banco dedicado à fotografia.