PERFIL: FERNANDO PINTO – COLECIONADOR DE CATARSES

ifícil escolher como se referir a Fernando Pinto, um jovem em franco crescimento que combina uma multifacetada lista de atividades com os olhos sempre voltados para a alta performance. Atleta de remo pelo Sport, Náutico e Cabanga, com títulos regionais, nacionais e internacionais é sócio do Nelson Wilians e Advogados Associados, um dos mais importantes escritórios do Brasil com projeção internacional. Conselheiro Federal na Ordem dos Advogados do Brasil pelo estado do Rio Grande do Norte e agora pré-candidato à prefeitura da cidade de Natal pelo partido Novo, Fernando faz um mix de tudo que aprendeu ao longo de sua vida e aplica em cada uma dessas atividades numa verdadeira equação de sucesso.

Das inúmeras histórias, a mais antiga é a do remo. A paixão, iniciada aos 14 anos no clube Sport, lhe trouxe a primeira grande vitória, um título brasileiro aos 16 anos. “Acho que peguei uma das melhores gerações da história do remo pernambucano. Tive quatro títulos brasileiros de júnior, vitórias em Copa Norte, além de campeonatos estaduais, e aí veio o retorno ao master, onde venci brasileiros por todos os clubes pernambucanos. Venci sulamericanos pelo Náutico com meus parceiros que remo aos 16 anos e fui vice-campeão do mundo no em Sarasota, nos EUA. Mas, foi ao ser campeão brasileiro pela primeira vez em 1996, pelo Sport, que percebi que a competitividade sempre fez parte da minha natureza e o conceito de alta performance passou a ser uma constante desde então. Desde aquele momento, tudo se tornou diferente e o conceito de perfeição foi ressignificado – as coisas bem feitas são as mais perfeitas possíveis em dado momento, ao passo que as coisas imperfeitas são as menos perfeitas em dado momento. Não há perfeição, mas não há nada que não possa ser melhor do que já foi um dia. Catarse, pode significar, em minha opinião, uma libertação de paradigmas acompanhada de mudanças profundas no ser. Então, a primeira catarse em minha vida ocorreu naquela primeira vitória, que só foi possível, quando comecei a perceber que o impossível era superado a cada dia. Mas eu não tinha ideia da grande batalha que eu não escolheria, da derrota que me escolheria, independem de meu livre arbítrio, que foi a morte precoce do meu pai quando eu tinha 17 anos. Ali, inconscientemente, aprendi a ressignificar os desafios para não passar a ser um sujeito infeliz. Esse fato, e essa reflexão, me tornaram mais amadurecido e mais humano. Naquele momento, aprendi que a minha vitória foi a de superar a dor espiritual. Foi uma outra catarse”, comenta.

A descoberta da advocacia veio muito rápido, em decorrência da mudança de vida. Nessa época, foi trabalhar na empresa de representação comercial da mãe e do padrasto, assim, adquirindo experiência comercial. “Essa atividade foi extremamente importante para o polimento da minha forma de ver o mundo da advocacia que pratico hoje. Na representação comercial fui preposto da Adidas e da Nike e conheci toda a rede desse mercado de Sergipe ao Maranhão. Conheci todos os rincões do Nordeste e tive o insight de que queria ser advogado”, revela. Na faculdade, como precisava de experiência na área e ao mesmo tempo recursos para pagar o curso, deixou o remo. “Sempre fui muito questionador e ao estudar Direito, tive a certeza de que advocacia era o meu caminho. Então, fiz uma renúncia (ao remo), passei a ter que viver de meus estágios, um na Receita Federal e outro num escritório de advocacia, onde trabalhei em praticamente todos os ramos do direito. Mas o melhor de tudo eram os extras obtidos em virtude de clientes que eu mesmo indicava para o escritório quando ainda era estagiário.”

Logo após sua formatura e aquisição da OAB, Fernando abriu um escritório, já que sua veia comercial lhe proporcionou clientela suficiente, também decidiu que era hora de voltar ao remo, quando colaborou inclusive com a reestruturação física da Federação Pernambucana de Remo, que estava abandonada. “Reformei toda a Federação Pernambucana de remo e ariei troféus com minhas próprias mãos”. Em mais uma guinada decisiva, recebeu a proposta do escritório Nelson Wilians – tudo ao mesmo tempo. “Conheci a Nelson Wilians e Advogados num encontro com um cliente meu, então me ligaram para fazer uma proposta com base no meu perfil empreendedor e iniciamos uma parceria. Na época, o escritório, atuante em direito tributário, já tinha várias unidades do país e funcionava no formato boutique. Me encantei com a meta do escritório, de ser o maior do Brasil. Então, topei em entrar nesse barco timoneado pelo Nelson Wilians, hoje um dos meus melhores amigos, além de mentor profissional, para mais uma vez conquistar muitas coisas que pareciam impossíveis. Sempre fui muito agressivo em minha forma de atuar, principalmente pelos déficits que sofri na vida, pelo hábito da necessidade de superação e pelo fato de ser um atleta de elite e não me acomodar e/ou incomodar com coisas pequenas. Também havia no NWADV (Nelson Wilians e Advogados) um potencial enorme e poucas pessoas ocupavam aquele espaço que eu sonhava como advogado”. Ele diz. Fechou contratos em vários estados do país e em praticamente todos os setores do direito.

Com resultados de sucesso, há nove anos, o escritório Nelson Wilians traçou uma meta nacional de trabalho com entidades representativas de classe, os sindicatos patronais. Fernando seguiu para o Rio Grande do Norte “O estado (RN) tinha muito para crescer e o sócio que comandava o Nordeste morava no Ceará. Ambos seguimos para essa missão, sabendo que Natal tinha menos de 1% do PIB e Pernambuco 3%. Mas eu sabia que lá, a quantidade de mãos que iríamos apertar era mais ou menos a mesma de Recife, mas praticamente sem concorrência para o perfil de inovação que apresentávamos. O resultado é que fechamos a Federação das Indústrias e o Sistema ‘S’, além de diversas entidades de classe e sindicatos patronais em quase 15 dias”, orgulha-se. “Lembro que o Dr. Nelson (Wilians) falou pra mim logo no início, quando eu tinha agendado uma reunião com o vice-presidente da Votorantim que eu fosse lá acreditando que poderia fechar um contrato gigante em curto prazo, mas que na minha carteira eu deveria fechar muita coisa na padaria da esquina. Para ele, eu deveria aumentar o volume de empresas de todos os tamanhos ao máximo, e tratar os pequenos como grandes. Essas empresas não teriam esse tratamento com mais ninguém e, inevitavelmente, com crescimento do nosso escritório, teríamos os grandes clientes que almejávamos. Então, a filosofia de excelência que ele já tinha, em sinergia com um sócio com meu perfil, nos fez sair do clichê de que só as empresas grandes serviam como clientes. Por fim, objetivamos ser o maior para todos, fossem as empresas grandes ou pequenas, e em todos os ramos do direito. Deu certo”. Recorda.

A sede da NWADV em Natal como também a de Recife, hoje são referências pelo trabalho feito pela equipe ao longo dos anos. “Mas lembrei dessa história no RN, porque lá havia uma quantidade maior de empresas de menor porte e foi assim que começamos a povoar a cidade com o time que ajudei a montar. Lá, o escritório era pequeno e modesto e hoje tem 650 m², inclusive com área de lazer, sinuca, cervejeira, chuveiro e bicicletário. É um escritório moderníssimo e fora da caixa”, revela.

“Uma das lições que aprendi com Paulo Drummond meu sogro, amigo e um coach de vida, foi a de que “computadores não apertam mãos” e nesse mundo jurídico, carregado e virtual o aperto de mãos se tornou cada vez mais importante. Aprendi também com ele, muito antes mesmo de me tornar advogado, que “capital não tem pátria”. Essas se tornaram crenças impulsionadoras em minha vida. Assim, pelo NWADV, viajei aos quatro cantos do Brasil e fechei contratos em praticamente todos os estados. Obstinação, trabalho duro e intenso, inovação e muita capacidade de gestão, me permitiram recordes indescritíveis. Lembro sempre que em três meses no escritório, passei um e-mail paro o Dr. Nelson com 101 contratos fechados. Alguns me chamavam do Leão do Norte”, diverte-se.

Enquanto celebrava o sucesso profissional, com uma carreira em franca ascensão, veio o segundo momento mais difícil da vida de Fernando, o diagnóstico de um câncer severo em seu filho Miguel, de três anos. “Tudo apontava que era incurável, mas, como um competidor obstinado que nunca desiste de nada e que acredita que tudo pode ser superado, depois de um ano fomos para Chicago atrás de um tratamento alternativo, revolucionário. Então essa foi minha segunda grande derrota por questões alheias a minha vontade, e, mais uma vez, tive que dar um novo significado a vida. Perdi mais uma vez a pessoa que eu mais amava e amo na vida para o câncer. Esse jargão de que coisas acontecem e podem te deixar melhor, mais forte, mais aberto e mais, diríamos simples e sofisticado ao mesmo tempo, é verdade. Mas, o que aprendi mesmo é que o amor é realmente infinito e podemos amar intensamente em todos os momentos da vida, seja no prazer ou na dor, por maior que ela seja!”.

Um ano depois da perda do filho, sua esposa Renata Drummond também foi diagnosticada com câncer de mama, mas agora ela está curada e o casal comemora a vinda de uma menina para o final do ano de 2019. “Sinto que minha vida pessoal me forjou sob pressão e alta temperatura. Os diamantes são feitos sob pressão e em alta temperatura. De tanta pressão e calor que vivi, eu seria duro como um diamante que até agora não quebrou, e que está em constante polimento”.

Após idas e vindas e diversas andanças pelo Brasil, há um ano e meio Fernando voltou o foco para Pernambuco agora com o objetivo de posicionar o escritório na vanguarda da advocacia do estado, com ênfase em qualidade e tecnologia. “Grande, somos muito. Acho que não há um município em Pernambuco, na Paraíba ou no Rio Grande do Norte em que o nosso escritório não tenha cliente. Temos advogados atuando em nosso nome em praticamente todas as comarcas e varas do país. Estamos internacionalizando o escritório – formamos uma aliança internacional, já atuamos em praticamente toda América Latina, em Nova York, Lisboa e Paris, e agora, estamos buscando o ineditismo em termos de qualidade, aliando o que existe de melhor em tecnologia e em seres humanos, que é do que realmente somos feitos – humanidade, pessoas incríveis e com características insubstituíveis. Somos o resultado do que existe de melhor em cada um daquele que faz parte de nosso negócio. Como temos o que existe de melhor nas pessoas, nos tornamos um lugar para gente feliz e esse é um dos segredos de sermos incontíveis, desde a nossa origem há 20 anos atrás.”

“Além, da advocacia, há um plano de duas startups em desenvolvimento – uma delas é com o próprio Nelson Wilians, uma grande plataforma de nível mundial voltada para a advocacia. “Estamos desenvolvendo, ainda sob segredo, mas vai ser um produto da Nelson Wilians Aplicações Tecnológicas. Estaremos lançando esse empreendimento em 2020 e a plataforma está sendo performada. Também sou sócio, junto com um brasileiro que vive nos EUA, de uma empresa de marketing digital para operações B2B que fazem diagnóstico de redes sociais e ajuda no posicionamento orgânico de empresas no universo digital. Chama-se X8MKT, e já foi, inclusive, apresentada no consulado americano em Orlando. Algumas empresas nos EUA já estão usando o X8MKT e está sendo um teste muito agradável. Serão viáveis para um salão de cabeleireiro ou para uma multinacional. Devemos fazer um lançamento em Pernambuco no próximo ano e estamos avançados em performance. No Brasil estamos iniciamos a operação que está andando satisfatoriamente”. Adianta.

VOCAÇÃO POLÍTICA NA VEIA

Em paralelo à vida profissional e pessoal em alto ritmo, o advogado também traz no DNA uma vocação política à qual tem dado ouvidos. Recentemente, passou em um processo seletivo e teve sua pré-candidatura para prefeito da cidade de Natal aprovada pelo partido Novo, do qual participa desde sua concepção. “Foi André Luis Ramos de Santa Cruz, Procurador Federal e um dos mais notáveis professores de direito empresarial do Brasil e do Instituto Mises Brasil quem me indicou o Novo, antes mesmo de “30” ser o número de nossa legenda. Foi com base em minhas posições liberais e em meus ideais, que ele me indicou o Novo. Foi amor à primeira vista. Penso que no espectro político, se discute muito os costumes que estão na seara individual, quando na verdade, o propósito real da política nada mais é do que fazer do Estado o meio pelo qual nossos tributos são empregados para nós mesmos e da forma menos onerosa possível. O Estado deve ser simples, fácil, eficiente, seguro e barato. Deve focar de forma qualitativa apenas na saúde, na educação básica e na segurança. No mais, deve existir liberdade do indivíduo fazer o melhor de sua vida. Basta observar o índice de liberdade econômica e ver que não há exceção no mundo. Os países mais livres possuem melhor qualidade de vida e que estão superando a pobreza. Também sou um tributarista, me considero um anti-tirano. Acho que a tirania do Estado se manifesta através de seu gigantismo burocrático, do excesso de impostos e do autoritarismo do servidor público que, rotineiramente, abusa de sua autoridade por mero capricho. Além disso, as queixas dos empreendedores sobre os excessos do Estado, em geral, são constantes.” Defende.

Somado aos ideais, a situação enfrentada por conta do falecimento precoce, por câncer, do pai aos 52 anos e do filho com 5 anos, estes tiveram influência singular na vida política de Fernando Pinto. “Naquela ocasião, o plano de saúde de meu pai cobriu apenas alguns meses e ele teve que ser removido para um hospital público, onde, por falta de profissionais, eu cheguei a ter que fazer o trabalho de enfermeiros, lavando o intestino dele aberto, e mesmo o hospital tendo bastante recurso, às vezes faltava pessoal. Por outro lado, meu filho, quando foi tratado de um câncer letal no cérebro, concluiu sua existência física num dos hospitais mais modernos do mundo, mas era uma fundação que presava pela inovação. Sou a prova viva de que a inovação na saúde estimula a esperança dos laboratórios em ganhar bilhões, dos médicos em serem reconhecidos pelas descobertas, dos hospitais em receber recursos advindos de todos os lados e, principalmente, do paciente e a família que passam a ter esperança na cura e, graças a isso o mundo evolui. Essa história propagada por burocratas esquerdistas de que experimentos em humanos vão tornar o paciente vulnerável em cobaia humana é falsa, desumana e injusta. Essas questões aguçaram mais ainda em mim uma necessidade de mudança política e me empurraram para uma missão no mundo público. O Novo deu certo e sou pré-candidato a prefeito de Natal, cidade que me adotou e que precisa do filho adotivo mais amado na terra para fazer algo muito melhor – empreender e inovar na política. Natal voltará a ser For All (O Trampolim da Vitória). Tenho sorte de ter a raça recifense e a alma natalense, ao mesmo tempo.” Explica.

Quando solicitada uma síntese de seu universo, o multitarefas Fernando Pinto traz de pronto uma metáfora que envolve toda a sua história “No remo eu sou o voga, o atleta que dá o ritmo e esse ritmo tem que ser harmônico e quase impossível de ser acompanhado. É a sensação de morte iminente com a consciência plena e equilibrada no mesmo estado de existência física e espiritual. Eu contribuo para esse trabalho de sincronia e como não olho pra ninguém, desenvolvi um sentido periférico, pois não vejo as pás do remo, mas sinto sem ver onde está o defeito, lá atrás do barco. Toda vez que o barco supera o limite, o voga, aquele que não olha pra ninguém, passa por uma catarse. É uma zona de libertação de dor e o ingresso num estado espiritual inanimado. É a superação absoluta e um encontro com o divino. O remo me ensinou que ninguém nunca está em 100%. Ou está até 99,9999…% ou transitou por 100% e descobriu um novo limite. O objetivo de chegar até o final por meio da superação, é ter um novo começo. Esse processo aplicada no dia a dia, nos libertam de crenças limitantes e faz com que coisas impossíveis sejam alcançadas. Chegar ao final sem superação, não dá sentido à vida que deve ser vivida.” Finaliza.

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