Se você observar a quantidade de vezes que a palavra “risos” aparece nessa entrevista vai perceber o quanto a atriz Marcella Rica é simpática, divertida e alto astral. Talvez parte do grande público só tenha conhecido Marcella agora com o papel de Jéssica em “A Lei do Amor”, mas ela já vem de muito tempo construindo uma carreira de sucessos. Ao todo já são 12 anos, passando de Malhação ao sucesso na novela das 9. Marcella é divertida, naturalmente sexy e altamente ligada em sua carreira. Para nos surpreender, encarnou a Madonna nas lentes do fotógrafo Sérgio Baia e nos arrebatou de vez. Com o fim da novela vai ficar um vazio… Volta logo Marcella! É a lei do amor! (risos)
Marcella, aos poucos já são mais de 10 anos na TV. Como você avalia sua trajetória? 12 anos já (risos), tô velha! Comecei aos 13, apresentando um quadro quinzenal no Fantástico (“Aí, Se Liga”). Eu acho que tive muita sorte, que Deus foi muito bom comigo e minha família me ajudou a fazer boas escolhas. Foi muito importante toda a base familiar pra lidar com tudo, entender o que era sólido e o que era sonho, onde eu precisava me empenhar, estudar e a ordem das coisas… Foi um processo duro, mas muito bonito até aqui. O fato de ir crescendo e as oportunidades irem surgindo aos poucos, foi muito importante. Pegar um personagem sem estar pronto pra ele é difícil demais e o mercado é muito exigente. E é muito difícil entender cedo também, que a concorrência é grande e que a profissão é instável, o estudo é constante e é essencial ser ativo. Hoje tenho a produtora, corro atrás dos meus projetos… foi bom entender a necessidade disso cedo. Tive a sorte de trabalhar priorizando os estudos desde sempre e os convites foram surgindo aos poucos, no tempo certo. Aprendi muito em “Malhação” e sou muito grata pela Jéssica ter chegado hoje pra mim.
Quando despertou para ser atriz e como foi o início? Fui ao Teatro Tablado com 10 anos assistir uma aula da minha amiga-irmã, Lorena Comparato, e me apaixonei, na semana seguinte estava matriculada. Passei a frequentar muito o Tablado e assistir “Pluft” (com a Cláudia Abreu) todo final de semana. Acho que o despertar foi nessa época e vivo dizendo pra Cacau que contracenar com ela hoje na novela faz muita coisa ter sentido pra mim, sobre as escolhas até aqui. Mas nem sonhava em ser atriz ainda, logo na sequência veio o convite pro quadro no Fantástico, que me levou ao “Toma lá dá cá”, onde conheci o Diogo Vilela, que me convidou pra minha primeira peça profissional. Acho que durante a temporada com ele, entendi que era isso e aí foram surgindo novos convites…
Com Jéssica parece que haverá um divisor de águas na sua carreira. Como tem sido “cuidar” dessa personagem com tantas nuances? Um presente sem fim. Sou muito grata por essa oportunidade, por todo o aprendizado, pela convivência com tantas pessoas incríveis e por esse personagem, que me permitiu voar pra tantos lugares, descobrir tantas coisas, criar, visitar universos distintos… foi muito, muito bom! O aperto no peito da despedida já tá por aqui, junto com a gratidão. Mas essa fica, pra sempre.
E como está sendo trabalhar ao lado de Claudia Raia. Parece que a relação de mãe e filha da novela vai além diante da sintonia de vocês? Um SONHO! Eu digo isso em todas as entrevistas, mas não dá pra não repetir (risos)! A Cláudia é o máximo e responsável por grande parte do aperto no peito nessa despedida. Ela me abraçou de um jeito muito lindo, me ensinou muito, me deu a mão e construiu comigo do jeito mais doce, e não só a relação cênica, mas na vida também. Ela é um ser humano extraordinário, fora do comum e muito generosa. A gente se diverte muito, ela cuida como mãe, toma conta, dá os melhores conselhos… são puro carinho e amor. Eu era fã, agora sou ainda mais fã e filha babona. Ela e a Flor viraram uma família pra levar pra vida, o maior presente da novela.
A Jéssica tem algo seu? E ao fim desse trabalho acha que algo dela ficará em você? O que ela te ensinou? Acho que a determinação, força. E talvez uma dose de sincericídio bem humorado também (risos). Em mim fica – ainda mais registrado do que sempre foi – que amor de mãe salva, que a mulher precisa ser respeitada, o “não” significa não e os abusos precisam ser denunciados. Fica também um certo apego pelos cabelos e a habilidade de passar 11 horas em cima de um salto como se nada fosse. Ah! E claro, aprendi a encher um tanque no capricho como ninguém (risos).
A personagem, assim como você, tem uma sensualidade discreta. Meio pin-up, loira, boca carnuda, alta… Que acha? Acho que não tem como fugir muito, querendo ou não a gente se empresta, ou melhor, se dá toda pra personagem, então com certeza tem muito de mim ali, não só fisicamente. Mas tirando essa parte, acho que sou um pouco mais discreta que ela (risos), pelo menos no começo da trama a Jéssica era bem “jogada”, abusava mais dos atributos. Eu acredito em outro tipo de sensualidade, algo menos pensado.
Você se acha sexy? Dei uma gargalhada antes de responder, isso já diz tudo né? (risos) Me acho nada! Acho que o humor é a ponte na maioria das minhas conexões (risos).
Já sentiu alguma vez os homens inibidos na sua frente? Eu sou muito comunicativa e workaholic, então é tanta informação e velocidade que até eu fico inibida comigo mesma às vezes (risos).
Que tipo de homem te atrai? O que eles precisam ter e ser para chamar sua atenção? Acho que o que move minha atenção é admiração. Gosto de quem é de verdade, sabe respeitar, acredita no trabalho, tem personalidade, senso de humor, fé, sonhos e entusiasmo na vida.
O que os homens ainda não aprenderam na hora de conquistar uma mulher? Seria injusto generalizar, porque sem dúvida muitos aprenderam. Mas acho que ainda falta muito o respeito. E o interesse em conhecer, dar relevância, tratar com igualdade… Tem muita gente ainda precisando compreender a diferença entre conquistar algo ou alguém.
O que você não permite que o homem faça num relacionamento (na relação a dois) e o que faz ele ganhar muitos pontos com você? Acho que a falta de respeito é a pior coisa que pode acontecer numa relação a dois e em qualquer tipo de relação. E quem cozinha bem nessa vida, eu já amo. (risos)
Cavalheirismo está fora de moda? O que te encanta nisso? Existe um questionamento grande em relação a isso. Sobre o termo, sobre ser ou não “à moda antiga”, sobre o feminismo lutar muito pela igualdade, mas ainda existir uma grande expectativa feminina em relação a essa busca pelo “cavalheirismo”… é um tema polêmico. Eu na verdade acho que não só as mulheres, mas todo ser humano gosta de ser bem cuidado, de lidar com pessoas gentis, que gostam de agradar. Então prefiro trocar cavalheirismo por gentileza – com pitadas de romantismo -, porque gentileza, gera gentileza. Eu acho encantador e acho que seria lindo se todas as pessoas no mundo – homens e mulheres – fossem mais gentis, românticas e carinhosas.
E você está satisfeita com o que ver no espelho? É muito vaidosa? Até que ponto? Jamais saberei o que é isso (risos). Os 3 kg que a gente queria ter a menos sempre existirão pra provar que a vida sem chocolate não tem graça, já me conformei. (risos). Acho que nada em excesso é bom, principalmente vaidade, pode ser até perigoso. Mas gosto de me cuidar sim, hoje até mais pela saúde do que só pela aparência. Eu cuido muito da alimentação, da postura – minha coluna tem 89 anos -, continuo treinando, uso protetor solar, tiro a maquiagem, durmo de aparelho… amo minha dermatologista (Dra Vanessa Metz), minha dentista (Dra. Cristina Figueiredo), minha manicure (Elaine Carvalho) (risos)… tenho todos aqueles cuidados clássicos, sempre válidos (risos). Mas nada além do ponto, até porque a vida é muito corrida e eu realmente prefiro usar o tempo pra trabalhar e estudar mais.
Depois de “A Lei do Amor” o que vem por aí? Esperamos te ver de volta em breve. Continuo com meus projetos de direção na produtora, dirigindo alguns canais no YouTube e agora gravando os bastidores da segunda temporada de “Valentins” para o Canal Gloob. Começo a ensaiar uma nova peça com o Diogo Vilela em breve, muito feliz e ansiosa pra trabalhar com ele novamente. E na expectativa de mais projetos e convites legais, sempre. 🙂
Para terminar… Como foi participar desse ensaio meio Madonna, meio Lady Gaga…? Provocou!! (risos) Foi um pulo da cobertura, de olhos fechados, diretamente pro colo do Sérgio Baia (fotógrafo), porque eu sabia que ele ia me pegar com direito a colchão de plumas lá embaixo (risos). Liguei pra ele e falei, olha… a ideia é bem ousada e abusada, mas agora você dá seu jeito pra me fazer baixar a Madonna na frente da sua lente! (risos) Ele e a Vivi Gonzo foram o máximo!
Nós concordamos e amamos!