Se você conhecer Carol Castro em um dia, e no outro, do outro lado da calçada ela não te cumprimentar, desencane, ela não te enxergou! Carol não pode usar lentes e como óculos nem sempre é preferência nacional ela sai muitas vezes por aí sem ver nadinha. Isso demonstra o quanto Carol é tranquila e natural. Vaidade ela veio começar a ter dia desses, sempre foi mais moleca do que o mulherão que estamos acostumados a ver, acredita? Com sorriso no rosto e emoção à flor da pele ela fala da sua experiência na Paixão de Cristo em Nova Jerusalém em Pernambuco e de muitas outras coisas mostrando porque ela á muito mais que simplesmente linda.
Aos nove anos você participou de uma peça do seu pai, o ator Luca de Castro. Aos 10 escreveu, produziu e dirigiu sua própria peça. Era sobre o que? Na verdade, aos nove participei de algumas peças (a cada 15 dias era uma diferente) e após essas peças, tinha o ato variado com vários esquetes. Eu tinha ainda nove, quando escrevi um esquete e o dirigi. As peças eram sempre sátiras de grandes sucessos e o ato de variedades era comédia também. O esquete se chamava “Socorro”.
Como foi seu início na TV? Você começou direto na Globo, na novela Mulheres Apaixonadas, e de lá pra cá não parou mais. Eu tinha 18 anos quando fui vista no teatro pelo produtor de elenco Luis Antonio Rocha. Eu já havia feito um comercial que estava no ar e o Luis, quando me viu em cena, linkou a minha pessoa à menina do comercial. Me ligou dizendo que o Ricardo Waddington queria falar comigo. Já era pra fazer a personagem Gracinha. Foi uma grande surpresa! Eu já queria fazer novelas, mas não sabia por onde começar.
Suas personagens sempre são marcantes, como a própria Gracinha de Mulheres Apaixonadas, passando por Ruth (O Profeta) e mais recente Jacira. Como você avalia sua trajetória por essas personagens. O que ainda falta? Fico feliz, pois já pude fazer vilã, boazinha, comédia, nem boa nem má – mas com caráter duvidoso… Tenho muito carinho por cada trabalho que faço. O que eu estiver fazendo naquele momento será sempre o mais importante pra mim naquele momento. Gosto de desafios. Quero fazer personagens onde eu possa me “descaracterizar” tanto que as pessoas não me reconheçam.
Suas personagens têm sempre um “q” de sedução, isso vem de você naturalmente? Se acha uma sedutora? Olha… vem naturalmente sim. (risos) Não fico pensando: “Vou ser sedutora agora” e aperto um botão. (risos) Não me acho uma sedutora, como dizem. Mas já ouvi que exalo mistério, por exemplo. Talvez seja isso. Muita gente não acredita, mas já fui muito tímida. Ainda sou, mas já melhorou bastante. Eu chegava a ser gaga quando bem mais nova. A timidez traz uma reserva, um ar de mistério que acaba seduzindo.
Como foi sua experiência na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém este ano? Foi uma das experiências mais especiais da minha vida. Difícil descrever em palavras, mas vou tentar. Eu já sabia que seria emocionante, não só pela grandiosidade da história a ser contada, mas por ter ouvido amigos que participaram me dizendo que era uma experiência única. E foi. É uma mistura de sensações… Primeiro tem a questão do tamanho do projeto, o que ele representa. Depois como foi sonhado e concretizado por um homem e sua musa inspiradora: Plínio Pacheco e Diva Pacheco. O teatro-cidade que é Nova Jerusalém já te encanta nos primeiros segundos, quando saímos daquela estrada no meio do sertão e chegamos naquele “palácio” rodeado de muro de pedras e torres. Uma fortaleza de sonhos. Aí, você é recebido por pessoas maravilhosas vestidas a caráter, como se tivéssemos voltado no tempo… Os ensaios se iniciam e você se vê completamente mergulhado dentro da história, rodeada de pessoas incríveis que fazem aquilo com todo o amor e fé que possa existir em um ser humano. E quando o público entra… Ah! É de encher os olhos de lágrimas de tão bonito de se ver e presenciar! Podendo chegar a 10 mil pessoas por noite, te assistindo e se emocionando junto com você. Eu me debulhava em lágrimas todas as noites. É mágico! Esse ano ainda teve um fato muito forte que aconteceu durante o último dia de ensaio… Faleceu Jones Melo, um dos organizadores da “Paixão”. Era braço direito de Plínio e dos 47 anos de espetáculo, ele participou de 45 (se não me engano).
Era muito querido por todos, um ser evoluído, um artista completo. Me recebeu com sorrisos e livros autografados. Livro que ele escreveu, outro que ele ajudou na pesquisa. Quando ele fez a passagem, foi muito triste. Mas todos que o conheciam, sabiam que ele tinha partido feliz. Por que um ano antes, ele deu uma entrevista dizendo que se ele fizesse a passagem ali dentro da cidade-teatro, ele partiria feliz… Foi muito forte mesmo! Bateu em mim, como se eu o conhecesse há anos. Fui convidada para voltar no ano que vem, pois tive uma relação muito especial com a família Pacheco e todos que participam da “Paixão”. Sonho em poder voltar e sentir tudo aquilo outra vez… Torço para que a agenda imprevisível de trabalho bata com a data da Páscoa. O carinho que tenho por todos os envolvidos na “Paixão de Cristo” é indelével e incomensurável…
Como manter sua vida privada sendo uma pessoa pública? O fato de eu ser reservada naturalmente já ajuda nesse quesito. Nunca fui de ficar de oba oba, ou querer aparecer sem motivo. E, claro, sempre tratei bem todos os jornalistas e fotógrafos.
O que gostaria que soubessem de você e ainda não teve a oportunidade de expor? Boa pergunta. (risos) Uma curiosidade boba que pouca gente sabe é que uso óculos e não consigo usar lente de contato. Ou seja, muitas vezes não estou enxergando muito bem! Isso pode me colocar numa saia justa, como não reconhecer quem está do outro lado da calçada, por exemplo. (risos) Além, de eu ser pisciana e ser um pouco desligada.
Você acha que o público tem alguma imagem sua que não seja real? Às vezes sim. É como se quem aparecesse na televisão fosse alguém perfeito, intocável. E não é verdade. Imagina! (risos) Tenho defeitos e qualidades como qualquer mulher.
O que é seduzir para você e como lida com a sedução? Sempre parti do princípio que o ideal é ser você mesmo. Sem joguinhos e máscaras. O que me seduz é um sorriso sincero, um olhar expressivo, um carinho honesto.
Como você lida com a beleza e a vaidade? Fui aprendendo com o tempo a ser mais feminina e menos moleca. No início da minha carreira na TV eu era muito desencanada. Não era muito vaidosa. Hoje em dia aprendi a gostar de me cuidar e me vestir bem.
Gosta do que vê no espelho? Alguma “preferência”? (risos) Tem dias que acordo e fico de mal com o espelho. Normal. Todo mundo tem esses momentos! (risos) Mas pra gente ser feliz, precisamos aceitar quem somos e como somos.
E o que torna um homem atraente aos seus olhos? A educação. Pois tem a ver com o cavalheirismo e o caráter. Um homem de bom caráter é muito atraente pra mim…
O que um homem não deve fazer de jeito nenhum se quer ganhar sua atenção? Ser alguém que ele não é…
Homens e mulheres são diferentes, isso é fato. O que eles têm melhor que as mulheres? A praticidade. A facilidade em não misturar razão e emoção.
E em que as mulheres são melhores? O que os homens ainda não sabem sobre as mulheres? Melhor eu não diria, mas as mulheres tem mais facilidade pra sentir. Ou melhor, pressentir. O sexto sentido feminino é muito avançado! (risos)
Qual seu maior pecado? Com certeza não deve ser a preguiça… (risos) Meu maior pecado é um enorme prato de brigadeiro de panela! (risos)
Você parece ser bem agitada… Então participar da Dança dos Famosos deve está sendo um ótimo desafio não é? Como está sendo a experiência? Está sendo maravilhosa! Estou amando. Dedicação e superação a cada dia. Mas como amo desafios, estou super empolgada. Sem contar que amo aprender, então aprender ritmos que sempre quis está sendo um grande presente.
Tirando a dança, quais seus próximos passos? Comecei a gravar “Amor à Vida” como a advogada Sílvia. Estou muito feliz com o convite do Wolf Maia e do Walcyr Carrasco. E agora no começo do segundo semestre lancei o filme “Concurso Público”, com direção do Pedro Vasconcelos.
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