
Atualmente como um dos queridinhos do público na novela Garota do Momento, Caio Manhente vive um momento especial na sua carreira em ascensão e como um dos destaques da sua geração no audiovisual. Mas para quem não lembra, nosso “garoto do momento” está na telinha desde os 8 anos de idade, quando estreou no Casos e Acasos (Globo),e logo na sequência veio sua primeira novela, Viver a Vida (2009). De lá para cá vimos Caio crescer e se desenvolver como ator. Seu personagem, Edu, atualmente vive seus dramas e amores. O sucesso é tanto que fomos conversar com ele para entender esse momento e os planos para voltar para o teatro após a novela.
Caio você foi um garoto prodígio na infância quando estreou na TV aos 8 anos. Como foi para você começar a trabalhar tão cedo? E como conciliava trabalho e carreira? Foi uma experiência definidora da minha vida. Começar a trabalhar tão cedo me abriu portas pra um mundo novo, que me encantou desde a primeira vez que entrei em cena. Também me fez amadurecer muito mais rápido, mas no início tudo era uma brincadeira lúdica. Só com o tempo passei a entender o tamanho da responsabilidade que era. Conciliar o trabalho com a escola era sempre delicado. Acabava perdendo algumas aulas e não tinha tempo pra estudar em casa. Por isso sempre prestei muita atenção quando estava na escola, até porque tirar boas notas sempre foi uma condição dos meus pais para que eu continuasse trabalhando. Sempre fui bom aluno!


De onde veio o desejo de atuar? Alguma influência ou referência na época? Eu sempre assistia o Xuxa Só Para Baixinhos e falava para a minha mãe que queria participar daquilo, ser uma daquelas crianças. Acho que o desejo surgiu a partir daí! Me encantei com o audiovisual mesmo antes de entender do que de fato se tratava.
E como foi com sua família? Sempre teve apoio? Alguma dica ou limite imposto por eles? Sempre tive muito apoio dos meus pais. Eles só exigiam que eu não deixasse os estudos de lado. Hoje, sei o quanto eles se sacrificaram pra me acompanhar em todas as gravações. Os dois sempre trabalharam e se revezavam pra dar conta do meu trabalho também. Devo muito ao compromisso que eles assumiram com minha carreira naquela época.
Hoje em dia você é um dos destaques da nova geração e em plena ascensão. Como avalia sua trajetória até aqui? Eu acho lindo que eu seja referência para atores e atrizes da minha idade que estão lutando pelo seu espaço. Sempre foi uma trajetória de muita dedicação, muito empenho. Não acho que estou pronto como ator, acredito que nunca vou estar. Nunca deixo de estudar, aprendo muito com as minhas inseguranças e falhas e com os meus colegas de profissão. O que posso garantir é meu profissionalismo. Nessa área é muito importante que a gente entenda que faz parte de um coletivo, de uma trupe, meu trabalho só acontece porque tem um monte de gente atrás das câmeras e dos palcos que faz acontecer. Entender isso é fundamental para quem quer construir uma trajetória sólida no meio artístico.


Atualmente interpretando o romântico Edu em Garota do Momento, você tem tido ótimas cenas em família e com sua amada Celeste (Débora Ozório). É uma sorte imensa contracenar com meus parceiros de Garota do Momento. Criei uma relação linda com Maria Flor e Felipe. O Pedro virou um irmãozinho mais novo pra mim e a Débora é uma das atrizes mais talentosas com quem já contracenei. É um time muito bom, estou muito bem cercado.
Em sua novela anterior, Vai na Fé, seu personagem também sofria alguns embates com o pai problemático. É sua sina na TV ser filho de pais problemáticos?! (risos) Vê algo em comum entre esses dois pais? Como isso te toca? Total! Muita gente nas ruas e na internet traçou esse paralelo. Talvez seja uma sina mesmo! Só que são situações diferentes. O Nelson é um cara machista, um péssimo pai, mas o Theo – que o Emílio interpretou genialmente – era aquele vilão da pior espécie. O Edu é um cara mais bem resolvido, mas dono de si do que o Rafa de Vai na Fé, que lidava com um processo depressivo que a novela abordou de maneira muito sensível.
Acho que abordar a relação de jovens com seus pais é quase incontornável. Muita gente se identifica com essa família disfuncional, com a presença desse pai negligente e opressor… Levar essa realidade para as telas todos os dias é importante pra colocar um espelho na frente da nossa sociedade, ajuda as pessoas a se enxergarem ali e entenderem que não estão sozinhas.

Esses seus dois personagens são marcantes e trazem uma boa dose de dramaticidade. Se sente mais desafiado em papéis assim? O que te mais desafia? Dei muita sorte com esses meus últimos dois projetos na TV. Vai na Fé e Garota do Momento são duas novelas muito especiais, que tiveram uma aceitação incrível do público. Acho que o peso dramático do Rafa em Vai na Fé era muito complexo porque era interno. Uma luta diária contra um processo depressivo… Já no caso do Edu, o drama passa pela angústia de ser pai muito novo e ter que lidar com essa virada na vida que traz tantas responsabilidades. O que mais me motiva é poder dar vida a experiências tão diferentes que os personagens proporcionam. Quero fazer cada vez mais e mais personagens que me façam mergulhar em novos dilemas.
Quando não está gravando o que curte fazer? Onde recarrega as baterias? Gosto muito de ficar com meus amigos, beber minha cerveja, ir pra roda de samba pra cantar e encantar a vida. Amo o mar, sempre fujo pra cachoeiras… Mas sinto que recarrego as baterias estando com quem eu amo.
Você é um cara muito vaidoso? Do que não abre mão? Não sou lá muito vaidoso não. Tenho muita dificuldade de manter qualquer rotina de autocuidado que envolva passar cosméticos e coisas assim. Não sou muito disciplinado pra isso, mas amo fazer atividade física, manter o corpo em movimento. Não abro mão disso.

Para conquistar Caio basta… Não sei… Acho que não tem roteiro. O que mais me importa é ter interesse pela vida, coragem, vontade de fazer as coisas. Me interesso por quem é apaixonado. Seja pelo que for.
Hoje em dia, depois de uma carreira consolidada com novelas, filmes e peças no currículo, o que diria ao pequeno Caio do início de carreira? Consolidada mais ou menos né? (risos) A gente está sempre no fio da navalha nessa profissão, é muita inconstância. Ainda sim, sinto que hoje já conquistei um lugar meu no audiovisual brasileiro. Com muito trabalho, muita entrega. Acho que o pequeno Caio que começou lá atrás me proporcionou tudo isso. Se eu pudesse dizer algo pra ele seria: muito obrigado. Só cheguei até aqui porque você sonhou com isso. No fundo, toda vez que entro em cena, ainda sou aquela criança.
Quais os planos após Garota do Momento? Algo em vista que pode compartilhar com os leitores da MENSCH? Posso dizer que vou voltar direto pro teatro. Já tenho temporadas marcadas pra São Paulo e pro Rio. Não posso dizer muito mais que isso, mas me sinto privilegiado por poder voltar logo pros palcos. É no teatro que a gente se recicla como artista. É para onde eu sempre vou querer voltar.

Fotografa Maria Magalhães @maga.maju
Stylist Darlan Oliveira @darliveira
Make Isabela Avellar @isabelaavellar