Por Sandrinha Sampaio
A revolução que a pandemia nos trouxe fez surgir maneiras de passar o tempo e formas de aliviar o período de distanciamento social. Foi aí que, no meio de tudo isso, as redes sociais conheceu Max Petterson, do Cariri cearense, para o dia a dia de milhares de seguidores que viram em seus vídeos um momento para relaxar e dar boas risadas. Sua viagem para Paris anos antes foi o ponto de partida para tudo isso. Seus vídeos falando sobre o calor francês bombaram no YouTube. Max viralizou, tendo mais de 20 milhões de visualizações. E o mundo descobriu o talento de Max que vem de um estado de humor que já revelou muita gente talentosa. Daí em diante, Max viu sua vida dar uma reviravolta total. Na sequência, veio o primeiro filme, Bem-vinda a Quixeramobim produzido pela Globo Filmes. Na sequência, Max foi convidado para participar da série de humor dirigida por Halder Gomes e produzida pela Netflix, O Cangaceiro do Futuro que conta com Edmilson Filho, Chandelly Braz e Dudu Azevedo. E neste ano, Max deu o que falar com sua participação no seriado Cine Hollíudy. Sem dúvida, esse cearense arretado ainda vai dar muito o que falar.
Você acha que os atores cearenses ficaram mais em evidência por conta da pandemia? As redes sociais e novas plataformas ajudam ou atrapalham? Acho que, na pandemia, muitos artistas e criadores de conteúdos foram descobertos. Não só cearenses, mas pessoas do mundo todo! As redes sociais são como uma faca. Você pode cortar uma laranja ou se cortar, tudo depende de como você manipula a faca.
Você foi descoberto assim? Pelos vídeos do YouTube e TikTok em Paris? Sim, eu caí nas graças do público em junho de 2017, por conta de um vídeo ironizando o verão europeu. Foi viral no Brasil e me impulsionou bastante. Porém, não era minha intenção viralizar ou criar conteúdos para Internet. Isso surgiu por conta da visibilidade e da demanda. Desde então, eu nunca mais parei.
Eu lembro que em meados de 2020 chegou pra mim um dos seus vídeos e não de te larguei mais. Chega pra você relatos que seus vídeos de humor ajudam as pessoas? Sim! De 2020 para cá, muita gente tem me dado esse feedback! É incrível saber que o seu trabalho e sua arte conseguem alegrar tantas pessoas. Até hoje, eu falo que é uma relação de troca. Da mesma forma que os meus conteúdos alegram as pessoas no dia a dia, criar conteúdo me mantém vivo e buscando sempre oferecer o meu melhor. Gosto de pensar nos frutos que as sementes de alegria podem gerar.
Como veio o primeiro filme? Ainda estávamos no auge da pandemia quando Halder Gomes, diretor do filme, me ligou e me convidou para fazer parte do projeto. Eu me lembro bem onde estava, nesse dia. Eu estava na França em um trem a caminho da Normandia. Lá, já estávamos no processo de desconfinamento, era uma das minhas primeiras viagens do ano (2020). O telefone tocou quando eu ainda estava na estação para o desembarque, era o Halder! O convite veio nesse dia! Lembro-me da sensação de euforia quando recebi o convite, uma das melhores sensações da minha vida.
‘Bem-Vinda A Quixeramobim’, achei a cara das redes sociais. Sabe a cena que o seu personagem chama o personagem da Monique Alfradique para barrar a “tour pelo mundo”? Você tem noção que isso é muito atual? Essa necessidade de mostrar algo que não existe, é prejudicial? O que acha? O filme tem várias críticas sociais. Essa é uma delas! Estamos o tempo todo em busca de uma perfeição que não existe. Procurando belezas em lugares que estão fora do nosso alcance. É muito bonito ver a relação que o meu personagem (Eri) tem com sua terra. Quando eu cheguei pela primeira vez em Juatama, distrito do município de Quixadá/CE, onde gravamos o filme, muita gente ficou encantado com os meus stories na região (Sertão Central). Um seguidor comentou “Tu só viaja pra lugar lindo!” Respondi que não adianta estarmos num lugar, pensando e comparando uma cidade com a outra. Cada canto tem o seu charme e algo de interessante para lhe oferecer. Procure as belezas do lugar onde você está! Se você ficar num lugar sempre comparando com outro, você nunca será feliz em lugar nenhum.
E os novos projetos, o que temos? TV, cinema, streaming? Conta tudo pra MENSCH. Tem um filme novo vindo aí! As Aparências Enganam é uma produção da Coração da Selva com a Disney/Star+. Eu faço o Jerome, personagem esse que considero uma virada de chave na minha carreira. Fazer esse personagem foi um presente lindo que ganhei dos diretores, Luciano Patrick e Sabrina Greve. E na França, estamos de volta com a Descobrindo Paris, minha empresa em Paris, voltada ao público brasileiro. Agora, além de dicas e assistência na ‘cidade luz’, entramos no ramo de e-sim para oferecer serviços de Internet para os turistas na Europa.
Você quer fazer novelas? Assiste? Lembra de alguma que lhe marcou? A última novela que assisti de verdade foi Avenida Brasil. Depois disso, me mudei para a França e não pude mais acompanhá-las. Gosto muito de novelas, mas confesso que nunca parei para me imaginar nelas. O que não é uma resposta negativa – seria um prazer analisar algumas propostas caso surjam.
Max, na culinária francesa, o que você mais gosta? Sabe cozinhar? E em nossa culinária, o que não pode faltar no dia a dia? Na nossa culinária não pode faltar o bom arroz com feijão. Nosso tempero é único! Já na culinária francesa, eu gosto muito de Boeuf Bourguignon, um prato de carne vermelha cozida no vinho tinto. Eu não sabia cozinhar. Aprendi na pandemia para sobreviver! (risos).
Franceses e Brasileiros. Cite algumas diferenças e aspectos parecidos. No final somos todos iguais? São tantas coisas! Os franceses fumam mais do que os brasileiros. Somos muito mais táteis do que eles! Acho o povo brasileiro mais animado também! Claro que estou puxando a bola para o nosso lado (risos)! Mas eu amo a cultura francesa e sou muito grato ao aprendizado que tive com ela e seu povo.
E hoje, o que o Max está lendo? Do que se trata? Gosto de ler, mas nem sempre tenho tempo ou juízo para ler algo com calma. Agora estou lendo BONINA, um livro da Sally Lacerda, escritora caririense. O livro fala de uma menina misteriosa que vivia nos anos 70 no Cariri cearense. Muito lindo e hipnotizante.
O que é moda pra você? E Paris, foi uma grande escola? Muita gente elegante ? Isso abriu sua cabeça para a moda? Paris foi a maior escola de moda para mim! Aquele lugar é incrível! A qualquer lugar que você for, terá alguma referência ‘escrachada’ na sua cara. Acho os parisienses muito elegantes! Moda, para mim, é você se sentir bem com o que você usa. É assumir o que gosta de vestir e ousar!
Marcas que você não conhecia e por conta de Paris começou a olhar e até apreciar? Quase todas! Gucci, Dior, Channel, LV, McQueen. Apesar de nem todas essas marcas serem francesas, eu aprendi muito sobre elas na França. São marcas icônicas de moda que fizeram história e entraram para a história. É muito interessante conhecer a origem de cada uma delas. Sem falar que os desfiles da PFW são verdadeiros espetáculos artísticos, incríveis!
Fotos Francisco Jr.
Stylist Luca Bouday
Assessoria Pass Comunicação
Max veste costume Rives (@rives_paris) / camisa Steven Passaro (@stevenpassaro)