ENTREVISTA: Angelo Paes Leme vive seu melhor momento com “José do Egito”

Angelo Paes Leme começou a carreira quase que por acaso, mas talvez o acaso não exista e as coisas aconteceram por que tinham de ser. Bom pra quem tem o privilégio de assisti-lo na TV, teatro ou cinema. Tendo dado vida a personagens totalmente distintos, Angelo há muito já mostrou a sua versatilidade e qualidade artística crescendo e conquistando mais destaque a cada ano, seja em novelas ou minisséries. Caseiro e do tipo tranquilo, o ator de José do Egito, atualmente em exibição na Record, prefere passeios com a família do que grandes badalações. Tendo começado ainda muito jovem, Ângelo demonstra maturidade e segurança na profissão e sem dúvida tem ainda uma bela estrada de muito brilho e sucesso. Com vocês, caros leitores, Angelo Paes Leme.

E tudo te levava para a música, mas você acabou ator. Já pensou em conciliar música e atuação? A música está sempre presente na minha vida. Interpretei um músico no filme Os Desafinados de Walter Lima Jr., foi incrível poder juntar as duas coisas. Tocar e ouvir música me dá prazer, me alegra. Às vezes pode me aproximar da pulsação dos personagens. Gosto de escolher o que ouvir para determinado trabalho como ator.

A estréia no teatro foi por acaso, pra substituir outro ator e o convite veio de uma vizinha. Pra esse convite acontecer de alguma forma você já¡ devia dar sinais de que saberia viver e interpretar personagens não é? Eu nunca tinha pensado em ser ator, mas de alguma maneira estava aberto à  novas experiências. Minha vizinha sabia que eu tocava violão, que eu cantava, e isso é uma maneira de interpretar. O teatro me despertou curiosidade. A partir daí¬ tudo foi acontecendo naturalmente.

Entre 89, quando você fez sua primeira peça e a participação em Romeu e Julieta, sob direção de Carlos Wilson em 92, você já tinha decidido pela carreira de ator? Sim, a essa altura já sabia que era isso o que eu queria continuar fazendo. Podia facilmente deixar de lado qualquer atividade para ir ensaiar no teatro. Uma prova de que isso valia pra mim como uma grande aventura.

 

Para você, qual o encanto de atuar? O que te move na sua profissão? O que me fascina é a possibilidade de compartilhar histórias que nos dizem um pouco do que somos feitos. E com isso, viver situações inusitadas que provoquem a nossa imaginação.

Na TV você estreou na minissérie “Contos de Verão”, em 93 e em 95 uma novela de Manoel Carlos, “História de Amor” e daí em diante não parou mais. O que é bom e o que é ruim em fazer novelas? O que enriquece e o que pode ser cansativo neste formato? Gosto de trabalhar em novelas. Talvez o mais difícil seja conciliar uma boa história, cheia de sub-tramas e reviravoltas com o longo tempo de duração. Mas esse é o desafio do autor. Não deixar o espectador perder o interesse, ser capaz de surpreender continuamente. Tenho uma feliz recordação de todas as novelas que participei.

Em Chocolate com Pimenta, novela das 18h na Globo você interpretou o soldado Peixoto, apaixonado pela personagem Olga que só o esnobava até que acabou se apaixonando por ele de tanta persistência e insistência do rapaz. Como você enxerga as atitudes dele? Você é do tipo que insiste até conseguir, não importando mais nada ou sabe reconhecer a hora de abrir mão? O soldado Peixoto teve muita paciência! Dizem que se você é capaz de fazer uma mulher rir, já tem meio caminho andado. O riso relaxa e une as pessoas. Mas claro que só isso não basta. Muitas vezes as coisas não acontecem como esperamos mas também podemos nos surpreender.

Na Record você foi protagonista de algumas obras. Ser protagonista é o sonho de todo ator? Fazer bons personagens é o sonho de todo ator. Protagonistas são, na maioria das vezes, bons personagens.

No cinema você já atuou também como narrador. Como é a experiência de emprestar a voz para um personagem? Já teve alguma experiência com dublagem? Nunca tive nenhuma experiência como dublador, mas acharia divertido interpretar um personagem de animação.

Como lida com o assédio dos fãs? Quando é carinhoso e quando é invasivo pra você? Nunca tive problemas com isso. Sou bem tranquilo, saio pouco, não costumo ir a lugares muito cheios. Fico muito em casa quando não estou trabalhando, mas gosto de receber o carinho das pessoas, é um reconhecimento do meu trabalho.

Atualmente você está na minissérie José do Egito, com o papel título. Quem é José do Egito e em que você se parece com ele? José é uma das figuras mais lindas da História. Foi um homem cheio de virtudes, que apesar de muito sofrimento nunca se esqueceu do mais importante. O amor. Amor pela própria vida e pelo próximo. Com o amor é possível perdoar, superar dificuldades e ser mais feliz.

Para este papel você emagreceu e definiu músculos. Vale tudo por um personagem? Cada personagem é uma descoberta de novas possibilidades e desafios. O que procuro sempre é investigar os sentimentos desses personagens, sua visão de mundo. A aparência física vem a partir daí¬.

O papel de pai do Caetano é o seu melhor papel? Ser pai está além de tudo. É uma experiência divina.

Fora do trabalho, o que te dá prazer? Qual seu sonho de consumo? O que me dá mais prazer é passar meu tempo livre com a minha família. Reunir os amigos, ver filmes e viajar.

Como cuida da saúde? E da vaidade? Considera-se vaidoso? Procuro estar sempre bem, ativo e disposto para trabalhar e para poder curtir a vida. Cuido da minha alimentação e faço exercícios fí¬sicos regularmente. Isso não é nenhum segredo, mas é preciso ter disciplina.

Fotos – Wagner Carvalho 
Direção Criativa e Produção Executiva: Márcia Dornelles – www.mdproducoes.com
Beauty – Everson Rocha
Locação – Guy Bistrô
Agradecimentos: Elba Ximenez e Guy Aziza

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