ESPECIAL: PAUL NEWMAN 100 ANOS – UM GRANDE ASTRO E UM HOMEM ADMIRÁVEL

Nascido num subúrbio em 26 de janeiro de 1925, Paul Newman foi guiado para as artes dramáticas pela mãe, que adorava teatro. Ator, dublador, produtor, empresário, filantropo e diretor cinematográfico. Paul Newman foi um dos grandes astros do cinema dos anos 60, fosse por sua atuação, fosse por ser considerado um dos grandes sex symbols da época.

Filho de um bem sucedido comerciante de artigos esportivos, Newman começou a carreira em peças do colégio e, após obter a dispensa da marinha americana em 1946, foi estudar no Kenyon College. Após a formatura, ele passou um ano na Yale Drama School indo depois para Nova Iorque, onde entrou para a renomada escola de formação de atores Actors Studio, dirigida por Lee Strasberg.

Depois de uma primeira atuação na Broadway, assinou contrato com a Warner Brothers. Seu primeiro filme, ”Cálice Sagrado/The Silver Chalice”, (1954), foi quase o seu último: considerou sua performance muito ruim e publicou um anúncio de página inteira num jornal pedindo desculpas a quem tivesse visto o filme. Foi quando Newman pensou em desistir da carreira. Mas logo a seguir, com “Marcado pela sarjeta”, dirigido por Robert Wise, no qual interpretava um boxeador, recebeu elogios da crítica. Era o começo a fazer sucesso.

Nesse mesmo ano de 1954, Newman apareceu em um teste de tela com James Dean, dirigido por Gjon Mili, para ”Vidas Amargas/East of Eden”, lançado em 1955. Newman foi testado para o papel de Aron Trask, Dean para o papel do irmão gêmeo de Aron, Cal. Dean ganhou sua parte, mas Newman perdeu para Richard Davalos. Nesse mesmo ano, ele co-estrelou com Eva Marie Saint e Frank Sinatra em uma transmissão ao vivo e colorida de ”Our Town”, uma adaptação musical da peça teatral de Thornton Wilder.

Newman, que também substituiu James Dean após a morte de Dean como boxeador em uma adaptação televisiva de AE ​​Hotchner de uma história de Hemingway, “The Battler“, transmitida ao vivo em 18 de outubro de 1955, e dirigido por Arthur Penn. Até que sua atuação em “Gata em teto de zinco quente” (abaixo), ao lado de Elizabeth Taylor, o filme foi um sucesso de bilheteria, e Newman conquistou sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Ator o que acabou por consagrá-lo definitivamente. E com “O Mercador de Almas” receberia o prêmio de melhor ator do Festival de Cannes.

Desde então Paul, tornou-se um líder de bilheterias na década seguinte estrelando filmes como ”Exodus (1960), de Otto Preminger; ”Desafio à Corrupção/The Hustler” (1961), de Robert Rossen, que lhe valeu sua segunda indicação Oscar de Melhor Ator; ”O Indomado/Hud” (1963), com Patricia Neal, recebeu elogios de todos e obteve sua terceira indicação ao Oscar de Melhor Ator; ”Criminosos não Merecem Prêmio/The Prize” (1963), com Edward G. Robinson e Elke Sommer.

Em 1964, aproveitando um intervalo entre as filmagens, Newman volta ao teatro. Desta vez mostrando o seu lado de comediante, a peça é ”Baby Want a Kiss”, em que contracena com sua esposa Joanne Woodward – ela revela igualmente um talento insuspeitado para a comédia. Mas a parte do leão, porém, fica mesmo com Newman: ”Divertido, admirável, inteligente…”, diz a crítica.

Em 1973, ele se juntou ao ator Robert Redford e ao diretor George Roy Hill para fazer “Butch Cassidy and the Sundance Kid” (1969) (abaixo). Baseado em fatos, o filme conta a história dos bandidos do oeste selvagem Robert LeRoy Parker, conhecido como Butch Cassidy (Paul Newman), e seu parceiro Harry Longabaugh, o “Sundance Kid ” (Robert Redford), fugindo de um invadir a posse dos EUA após uma série de assaltos a trens, o filme foi o de maior bilheteria lançado em 1969.

Apesar de seu inesquecível desempenho em “Butch Cassidy – Dois homens e um destino”, ao lado de Robert Redford, e “Golpe de mestre”, o Oscar de melhor ator viria somente em 1986, por seu papel em “A Cor do Dinheiro” (abaixo), ao lado de Tom Cruise, de Martin Scorsese. Newman já havia sido indicado sete vezes ao prêmio. Por curiosidade, no ano anterior havia recebido um Oscar especial pelo conjunto da carreira.

Paul reapareceu em grande estilo, já aos 77 anos, em ”Estrada para Perdição/Road to Perdition” (2002), trabalhando com Tom Hanks e o futuro James Bond, Daniel Craig, e foi novamente indicado ao Oscar, desta vez como Ator Coadjuvante. Em 2003, Newman apareceu em um renascimento da Broadway de Wilder’s Our Town, recebendo sua primeira indicação ao Tony Award por sua performance.

Em 2005, ”Golpe de Mestre”, foi selecionado para preservação no Registro Nacional de Cinema da Biblioteca do Congresso dos EUA como sendo “cultural, histórica ou esteticamente significativa”. Também em 2005 Newman ganharia um Emmy e um Globo de Ouro por sua aparição na minissérie televisiva, “Empire Falls“. Indicado dez vezes pela Academia, Paul também recebeu indicações ao Oscar de Melhor Ator pelos filmes ”Ausência de Malícia/Absence of Malice” (1981); ”O Veredicto/The Verdict” (1982), de Sidney Lumet, muito elogiado pela crítica e público.

VIDA PESSOAL – DAS PISTAS DE CORRIDA A QUESTÕES HUMANITÁRIAS

Sua paixão pelo automobilismo e pela velocidade foram famosas. Apesar de daltônico, dos anos 70 aos 90, Newman se destacou como piloto amador, correndo em carros esporte nos Estados Unidos e na Europa, onde chegou a conseguir um segundo lugar na categoria esporte das 24 Horas de Le Mans com um Porsche 935. Nos anos 1980 se envolveu com a Fórmula Indy, onde se tornou sócio-proprietário da equipe Newman-Haas Racing, equipe vencedora dos quatro últimos títulos da Champ Car. Aos setenta anos, foi o mais velho piloto a vencer uma corrida de prestígio, ao fazer parte do time de pilotos do carro que venceu as 24 Horas de Daytona de 1995.

O ator também deixou sua marca através da Newman’s Own Foundation, com a qual financiava várias organizações humanitárias. Ele fundou ainda a Hole in the Wall, uma organização que oferecia férias de verão a crianças que sofrem de doenças graves.

Seu filho Scott Newman, que apareceu em filmes como ”O Trem do Inferno/Breakheart Pass”, ”Inferno na Torre/The Towering Inferno” e o filme ”Fraternity Row”, morreu em novembro de 1978 por overdose de drogas. Newman iniciou o Scott Newman Center para prevenção de abuso de drogas em memória de seu filho.

Em junho de 2008, foi amplamente divulgado na imprensa que ele havia sido diagnosticado com câncer de pulmão e estava recebendo tratamento para a doença no hospital Sloan-Kettering, na cidade de Nova York. AE Hotchner, que fez parceria nos anos 80 com Newman para iniciar o Newman’s Own, disse à Associated Press em entrevista em meados de 2008, que Newman havia lhe dito sobre ser atingido pela doença cerca de 18 meses antes. O porta-voz de Newman disse à imprensa que o astro estava “indo bem”, mas não confirmou nem negou que ele tinha câncer. O ator era um fumante pesado de cigarro até que ele largou o vício em 1986.

Em agosto, após encerrar as sessões de quimioterapia contra o câncer, o ator Paul Newman foi informado de que teria poucas semanas de vida e pediu aos médicos e a seus familiares para deixar o hospital e ser levado à sua casa, em Westport, no estado americano de Connecticut, onde morreu em 26 de setembro de 2008, rodeado dos seus familiares e amigos, incluindo a sua esposa, Joanne Woodward, com quem esteve casado 50 anos e os seus filhos. O seu corpo foi cremado, após um serviço fúnebre privado, perto da sua casa, em Westport.

Cônjuge: Joanne Woodward (de 1958 a 2008), Jackie Witte (de 1949 a 1958)
Filhos: Scott Newman, Nell Newman, Melissa Newman, Claire Olivia Newman, Susan Kendall Newman, Stephanie Newman.

Fontes UOL, Filmow, Folha de S. Paulo e El País