Em seu novo desafio, a personagem Luna na série DOM (Amazon Prime) Malu Falangola encara novos desafios e surpreende saindo da sua zona de conforto. “Com a Luna eu tive esse desafio de poder construir algo novo num registro bem diferente das outras que fiz”, declarou Malu durante entrevista para MENSCH. E Malu não se desafiou apenas com a personagem, mas também com esse ensaio de capa que traz uma inspiração mais sexy.
Malu, seu novo desafio foi a personagem Luna na série DOM (Amazon). O que essa personagem trouxe de mais desafiador para você? Sempre que recebo uma personagem nova, a minha expectativa é que ela me tire da zona de conforto. E, com a Luna, eu tive esse desafio de poder construir algo novo num registro bem diferente das outras que fiz. A partir daí a ideia de que meu corpo é meu principal instrumento de trabalho se materializou ainda mais. Uma jovem autêntica e sedutora, que nada no mar, sozinha, nua e completamente livre de pudores numa praia deserta. Ser mulher no século 21 ainda é tão difícil e poder representar a liberdade de ser quem ela é, sem traumas, consequências ou julgamentos me ganhou e tornou esse desafio muito mais prazeroso.
Soubemos que é uma personagem mais sensual. Isso já seria um desafio para você? Já tinha feito algo parecido? A sensualidade em si não é o grande desafio, pois já fiz personagens sensuais e cada uma demonstra isso de uma forma diferente. A objetificação da sensualidade me incomoda e me desafia mais nesse quesito. Entretanto, no caso da Luna, que eu nunca tinha feito, a nudez foge do banalismo erótico e se demonstra como algo pertencente a quem ela é, dentro da sua liberdade e vontade, sem ser importunada por isso. Dentro dos desafios que eu tinha para fazer as cenas, o contexto me assegurou e me trouxe à tona maturidade e certeza que eu estava preparada para fazer um papel que representasse também, até um certo ponto, a mulher que eu venho me tornando.
Aliás, foi bem no clima de Luna que veio esse novo ensaio pra lá de sensual? Como é para você explorar esse lado mais sexy? Como lida com isso? Foi uma junção de amadurecimento, novidades e até mesmo a personagem trouxe a ideia de fazer algo diferente. Acho que exibir um lado mais sexy pra mim, tem a ver com mudanças de pensamentos, afirmações e empoderamento de quem eu sou e sobre o que me faz sentir bem. Me amar em primeiro lugar, me olhar e gostar do que sou hoje sem cobranças. Eu me acho cada vez “mais sexy” quando encontro o meu próprio e exclusivo jeito de ser. Assim como cada um é, sem buscar padrões.
O que podemos esperar de Luna na trama? Algo em comum com ela? Luna é aventureira, tem uma passagem na série com reviravoltas e uma intensidade de perder os limites. Mas, consigo me encontrar nela até certo ponto, em ser uma mulher que busca sua autenticidade.
Ser atriz é ser todas as garotas em você? Acredito que tudo que terminamos fazendo em cena vem de nós mesmos, lá de dentro. Muitas vezes só não tivemos contato ou tivemos a chance de viver tudo que podemos ser e as personagens nos trazem a tona muitas sensações nesse âmbito. Sobretudo, todas que passam por mim me transformam para sempre.
Indo para o início de sua trajetória… Você nasceu em Recife e depois mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar teatro aos 17 anos. Como foi a adaptação e os desafios dessa mudança? Os desafios foram todos possíveis, entre distância da família a financeiro. Hoje tem 11 anos que moro aqui no Rio de Janeiro e vejo que demandou muita coragem e dedicação para isso estar acontecendo. Sou muito focada no que quero, às vezes até impulsiva quando me deparo com desafios e acho que essa impulsividade me fez caminhar a passos largos, por não ter medo de arriscar. Isso tudo, claro, com muito pé no chão e o apoio da minha família.
Você é neta do fundador (Ugo Falangola) da primeira empresa cinematográfica do Nordeste, a “Pernambuco Film”, e um dos pioneiros do cinema brasileiro. De certa forma ele teve influência na sua vida como atriz? Na verdade, sou bisneta. Não tive a oportunidade de conhecê-lo mas o legado que ele deixou me faz ter muito orgulho e me emociona. É uma sensação de dar continuidade a algo que fez parte da minha família e que foi muito importante para o lugar de onde vim.
Como é sua ligação com sua cidade natal? Acompanha o que rola por lá no meio artístico? O que te inspira mais por lá? Eu tenho a maior admiração e sou apaixonada pela minha terra, Pernambuco. Sempre viajo para lá e acompanho todo cenário artístico que só evolui. Faço questão de ouvir o que tem de música nova, novos cantores. Continuo consumindo as músicas antigas que amo (entre bregas e MPB), filmes que eu nem comento, sou aquela que vê não só uma vez, mas várias! Acho riquíssima a cultura nordestina em escala geral e corro atrás de buscar mais conhecimento sempre.
Trabalhar por obra te dá mais liberdade, porém pode deixar o artista mais inseguro na profissão. Como você vê isso? É verdade, mas hoje com o crescimento das plataformas de streaming isso vem mudando. Estamos vivendo essa mudança de cenário na nossa classe, é uma nova era, portanto demanda tempo e atenção para que nosso mercado esteja sempre crescendo e criando mais oportunidades para todos os profissionais. Acho que é bem positivo todo esse movimento.
Com o crescimento do streaming novas oportunidades de trabalhos. Algum novo projeto no streaming à vista? Não. Por enquanto, vou acompanhar a estreia de DOM, que é meu primeiro trabalho no streaming e estou terminando de gravar a série “Reis” na Record TV.
Na hora de relaxar, o que faz sua cabeça? Onde é mais fácil te encontrar? Na praia ou num barzinho conversando com amigos. Adoro bater um bom papo com música, comes e bebes.
Para conquistar Malu basta… Bastante coisa… Mas, para um início de conversa, ter mente aberta para saber ouvir e existir troca.
Fotos Priscila Nicheli
Styling Samantha Szczerb
Beleza Titto Vidal
Agradecimentos ao Hotel Windsor Marapendi
Malu usou Index, Nup, Dona Mocinha, Gutê, Manot