O piloto Nicolas Giaffone, mais conhecido como Nic Giaffone, é campeão Sul-Americano, vice-campeão brasileiro, duas vezes vice-campeão paulista e vice-campeão no Torneio de Verão KGV. Colecionando títulos com apenas 17 anos de idade, Nic é filho do também piloto e comentarista da F1 Felipe Giaffone, e foi com o pai que descobriu seu talento e paixão pelo automobilismo. Correndo na estreia da Fórmula 4 Brasil, o piloto se destaca por sua autonomia e performance nas pistas, seguindo sempre disposto a brigar pelo pódio.
Ocupando o 4o lugar na classificação geral da F4, em entrevista concedida à MENSCH, o piloto fala sobre o início de sua carreira, sua primeira vitória em Interlagos, a conquista mais recente no último fim de semana, no autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu, onde Nic celebrou sua segunda vitória na competição. Na ocasião, o piloto da Cavaleiro Sports largou na pole position e sustentou a liderança durante toda a corrida, se tornando o segundo piloto a vencer em mais de uma etapa no ano. No papo, Nic também compartilha sua experiência de correr na F4 e seus desejos para o futuro no automobilismo, além de abordar a relação especial que tem com o pai, revelando seu carisma e potência na Fórmula 4.
Como iniciou a carreira no automobilismo? Felipe Giaffone foi o seu maior incentivador para chegar onde chegou? Meu início no automobilismo teve uma trajetória natural. É claro que a primeira introdução ao automobilismo veio do meu pai, mas quem pediu para andar fui eu e acredito que por mais que ele seja um incentivador, ele sempre deixou claro que eu não precisava fazer isso se não quisesse. Por isso, se hoje eu estou no mundo do automobilismo é pela minha afeição a ele. Um esporte que foi trazido a mim pela minha família, mas um esporte que me apaixonei sozinho.
Como tem sido a experiência de correr na F4? Acredita que a nova geração do automobilismo está na competição? Correr na F4 esse ano tem sido um privilégio. Nesse primeiro ano de monoposto a gente começa a entender melhor como funciona a dinâmica dentro de uma equipe grande, aprendemos muito sobre o carro na parte técnica e o mais importante, estamos aprendendo a nos comunicar com nossos engenheiros para poder fazer o carro andar cada vez mais rápido , e a gente guiar cada vez melhor. Esse ano nós temos um grid super forte na F4, realmente começo a achar que veremos muitos pilotos da F4 Brasil na Europa, nos Estados Unidos, e quem sabe até na Stock Car daqui um tempo. Acredito que puxando uns aos outros igual nós temos feito, vai nos tornar pilotos melhores, e mais bem preparados para o futuro, onde quer que ele seja.
Como foi vencer em Interlagos, uma pista com tantas histórias para o automobilismo? É um sentimento que nenhum outro descreve. Acho que é um conjunto de sentimentos e reflexões de tudo que acontece e já aconteceu com você, por isso ele se torna único e incompreensível pra quem não vivenciou ele ainda. Interlagos é Interlagos, nosso templo, nosso autódromo, nossa história. Poder colocar meu pequeno nome dentro de uma história tão extraordinária igual a de Interlagos é uma honra.
Como foi vencer no Velocitta, conquistando a pole position? Olha, vou te dizer que não esperava vencer porque perdi dois dias de treino no Velocitta, então vencer ali por duas vezes só mostra minha evolução e estou muito feliz com mais essa conquista. E foi ainda mais especial estar no pódio em família, com meus primos Fernando Barrichello e Felipe Bartz.
Qual o seu maior desejo na carreira de automobilismo? Meu principal objetivo é poder viver do que mais amo. Você não faria nada direito se não fizesse o que ama. Pensando assim, se eu estiver correndo de Fórmula 1, Fórmula Indy, ou qualquer outra categoria, o que importa é que independente do lugar que eu estiver, se eu estiver correndo, pode ter a certeza que vou estar feliz. Esse é meu principal objetivo.
Como é a relação de pai e filho, Felipe te dá muitas dicas ou fica mais no papel de pai torcedor? Meu pai viveu na pele tudo que estou vivendo e tudo que estive vivendo desde que entrei no automobilismo. Por causa disso, ele me ajuda muito com as frustrações, lições que devo levar a cada passo, e como evoluir. Ele me dá espaço para acertar e errar sozinho para que eu possa crescer, mas tá lá sempre que eu precisar. É uma relação muito boa no geral.
Para quem quiser acompanhar o desempenho de Nic Giaffone na F4 Brasil, a próxima etapa da competição será no dia 23 de outubro, em Goiânia.