A trajetória da modelo araranguaense, Babi Beluco, é pura superação. Onde um acidente de trânsito na Argentina, rompeu as vértebras C1,C2 e C3 do pescoço, a fez repensar muita coisa e criar outras. Da vida de modelo nas passarelas internacionais para uma atleta de primeira linha em maratonas mundo afora. Babi, que era considerada “o corpo” título herdado de Elle Macpherson, após concorrer com 200 garotas para estrelar a campanha da marca da modelo australiana, nunca se intimidou diante de grandes desafios. Como foi o período de sete meses em que esteve se recuperando. Pronta para ganhar o mundo, Babi segue sua trajetória entre o esporte e o mundo fashion, e seu próprio canal no Youtube, Bebang, onde dá dicas de corrida para os já iniciados e incentiva aqueles que querem se aventurar no esporte. “…como modelo, influencer e principalmente corredora encontrei meu nicho e junto a moda com o esporte no estilo sportfashion”, conclui Babi em entrevista exclusiva para MENSCH.
Babi, você começou a trabalhar como modelo aos 14 anos. Como foi descoberta e como foi esse início? Foi! É engraçado pois diferente da geração de hoje eu era super menininha e ao invés de achar o máximo vir morar em SP, NY, Paris eu morria de saudades dos meus pais. Mas foi bom, amadureci e encontrei na corrida (hoje em dia sou semi pró) uma bela válvula de escape para as pressões do mundo da moda, a saudades de casa.
A vida de esportista surgiu em que momento? Muito por influência do seu pai? Super influenciada pelo meu pai. O melhor ensinamento que pode existir é o exemplo. Crescer vendo meu pai saindo para correr todos os dias, aflorou essa essência de continuar o que ele sempre faz. Acho que a maioria das pessoas precisa de um gatilho para começar algo novo né? No meu caso a corrida veio forte com a mudança de vida, eu costumo dizer que a corrida se instalou como paixão pra mim quando eu tive que crescer, virar mulher e encarar o mundo sozinha, (risos) com 15 anos.
Como esportista e modelo terminou que você girou pelo mundo conhecendo lugares. Como isso começou e o que ficou desse período? Somos o que vivemos né? Momentos de glória e perrengue fazem parte de quem somos hoje. Logo no primeiro lugar que morei trabalhando como modelo em SP eu já desbravava a Rebouças e corria por calçadas. Foi um dos piores momentos, depois morando em NY, Paris, Milão, foi mais fácil, pois com as cidades mais seguras tudo facilita. E aí sempre penso: quando você treina e vive no pior cenário você brilha no melhor cenário. Entre altos e baixos eu sempre soube usar os problemas para me impulsionar.
Como modelo o que te instiga a um novo trabalho? Qual foi mais marcante e desafiador até agora? Foram tantas, mas agora em menos evidência para mim Victoria Secret sempre foi um sonho. Aquelas asas… que mulher não se imagina nela né? Trabalhei por um ano com eles fazendo catálogos menores e showrooms em NYC, sou frustrada até hoje por não ter insistido mais tempo lá dentro, por ter colocado mais energia nesse sonho, mas a gente aprende.
Você sofreu um acidente de carro indo fotografar que fez você rever muita coisa. Como foi isso? Quando a morte quase bate à porta é um marco na vida de qualquer pessoa. Mudei muito depois daquele momento. Tenho uma grande gratidão por ter sido tão sério e em sete meses de recuperação ter voltado a ser eu mesma que coloquei muito da vida em perspectiva. Eu costumava guardar tudo dentro de mim, fossem coisas ruins ou boas, depois disso não tenho mais vergonha de dizer “como gosto de você” a gente percebe que amanhã pode ser tarde demais. Fora isso, como falei antes, limões são limonadas pra mim, foi depois desse acidente que eu encontrei meu lado competidora e me joguei de cabeça (risos), opa não literalmente como no acidente, mas nas maratonas. Esse acidente foi o empurrão que eu precisava para me aventurar nos 42 quilômetros de prova.
Trabalhar como modelo te deixou mais vaidosa? Do que não abre mão? Viver a moda, pelo contrário, me fez enxergar a beleza na ruptura de padrões. Acho o diferente lindo, o estranho instigante e o natural um sucesso. Claro que aprendi a valorizar o natural e saudável, por exemplo, pra mim a coisa mais essencial de beleza é o protetor solar. Mas se cuidar é bom, é um ato de amor, seja cuidar da beleza do corpo e da saúde. Eu não abro mão também de uma alimentação saudável, pra mim isso é ser vaidoso e esperto.
Moda com o esporte no estilo sportfashion. É essa sua vibe? Total!! Tem coisa mais gostosa do que se vestir com a sua paixão? E cada vez mais o mundo e as grandes marcas abraçam isso. Vida é movimento, movimento é vida.
Na hora de relaxar, o que faz sua cabeça? Eu adoro um belo balde de pipoca fit (risos) e uma série. Caminhar pela rua, deitar no chão, andar descalça… isso tudo me revigora.
O que precisa para chamar sua atenção? Se eu olho para a pessoa e vejo que ela tem um item de quem pratica esporte já abro um sorriso (seja um relógio, um tênis específico) e se for de uma das marcas que sou embaixadora então (polar e ON) já quero proximidade. Se correr, pronto, é minha best friend.
Quais os planos para este ano? O que vem por aí? O ano promete, final de abril corro a minha 4 major marathon, Londres (São 6 majors marathons e conquistar as 6 é épico para quem corre). Uma nova temporada de um podcast que participo (Running Talks). Também terei muitos trabalhos pontuais em lugares incríveis como Cannes, GP de Mônaco. O primeiro semestre mais voltado para o esporte e o segundo para o fashion.
Para conquistar Babi basta… Correr, (risos) brincadeiras à parte, mas a corrida não é um verbo e sim um estilo de vida, quem corre geralmente tem os atributos que eu prezo. Ser leve, educado, respeitar o próximo. Ser autêntico é algo que eu respeito muito, a pessoa até pode ser ranzinza, mas se é dela, tá tudo bem, tem um lugar no meu coração também.
Fotos Anthenor Neto (@anthenorneto)
Stylist Frabrício Rodrigues (@fabricu)