O mundo está produzindo uma quantidade recorde de resíduos plásticos de uso único, principalmente feitos de polímeros criados a partir de combustíveis fósseis. Apesar dos esforços globais para reduzir a poluição plástica e as emissões de carbono, de acordo com um novo relatório divulgado nesta segunda-feira (6).
Segundo o Plastic Waste Makers Index (Índice de Fabricantes de Resíduos Plásticos, em tradução livre), compilado pela filantrópica Minderoo Foundation, o mundo gerou 139 milhões de toneladas métricas de resíduos plásticos de uso único em 2021, 6 milhões de toneladas a mais do que em 2019, quando o primeiro índice foi lançado. O relatório aponta que o desperdício de plástico adicional criado nesses dois anos equivale a quase 1 kg a mais para cada pessoa no planeta e foi impulsionado pela demanda por embalagens flexíveis, como filmes e sachês.
Nos últimos anos, governos de todo o mundo anunciaram políticas para reduzir o volume de plástico descartável, proibindo produtos como canudos, talheres, recipientes para alimentos, cotonetes e sacolas. Em julho, a Califórnia se tornou o primeiro estado dos EUA a anunciar suas próprias metas – incluindo uma queda de 25% na venda de embalagens plásticas até 2032. Em dezembro, a Inglaterra ampliou sua lista de itens proibidos para incluir bandejas descartáveis, alguns tipos de copos de poliestireno e recipientes para alimentos. Outras proibições também estão em vigor na União Europeia, Austrália e Índia, entre outros lugares.
O relatório afirma, porém, que a reciclagem não está aumentando rápido o suficiente para lidar com a quantidade de plástico produzida, o que significa que os produtos que ainda são usados têm muito mais probabilidade de serem despejados em aterros, praias, rios e oceanos do que serem enviados para a reciclagem. Ao fabricar polímeros destinados ao plástico de uso único, 20 empresas lideradas pela americana Exxon Mobil, a chinesa Sinopec e a também americana Dow geraram cerca de 450 milhões de toneladas métricas de emissões de gases de efeito estufa – aproximadamente a mesma quantidade de emissões totais do Reino Unido, de acordo com Carbon Trust e Wood Mackenzie, que analisaram os dados.
Fonte: @um_so_planeta/