CARREIRA: OS CIRURGIÕES PLÁSTICOS ALESSANDRO MARTINS E GABRIEL BASÍLIO ESTREIAM “ALTA ESTIMA”

Quando a autoestima dá sinais de que não vai bem é necessária a ajuda de um especialista. Nesse caso, de dois grandes nomes da cirurgia plástica, Alessandro Martins e Gabriel Basílio que, juntamente com a ajuda de uma psicanalista e uma psicóloga, estreiam o “Alta Estima”, novo reality do Canal E!. O programa é a primeira produção com temática médica na América Latina em formato de docu-reality. No currículo dos médicos, ao longo de suas trajetórias recheadas de sucessos, existe uma grande jornada de conhecimento médico. Alessandro,   formado em cirurgia plástica pelo Instituto Nacional do Cancer (INCA), no Rio de Janeiro, tem se dedicado à cirurgia plástica, estética e reparadora, com experiência em reconstrução das mamas pós-mastectomia por câncer. Já Gabriel, formado em medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo, procura trazer para os seus pacientes o que há de mais moderno, seguro e natural em cirurgia plástica, principalmente na área da cirurgia de face e rejuvenescimento. Juntos vão apresentar o “Alta Estima”, que tem gerado uma grande expectativa. A MENSCH foi bater um papo com eles e o resultado você confere logo abaixo.

Dr. Alessandro e Dr. Gabriel, vocês estreiam, dia 29 agosto, junto com a psicóloga Cíntia Aleixo e a psicanalista Manuela Xavier, um docu-reality no Canal E! chamado “Alta Estima” que marca a pioneira incursão da NBC Universal em uma produção com temática médica na América Latina, projeto esse que foi confiado à produtora Inffinito. Como surgiu esse convite? Gabriel: Recebemos o convite através de um dos diretores do projeto da produtora, a Inffinito e do Canal.Pessoas que nos conheciam bem e sabiam do nosso perfil. E estavam certos, pois a ideia do programa vem ao encontro do que acreditamos em nossa prática clínica e na vida, uma cirurgia plástica inclusiva, baseada em ciência médica e com responsabilidade na transformação das vidas de nossos pacientes. 

Alessandro: As ideias e propostas do canal vieram muito de encontro com nossos ideais e de como gostaríamos que a cirurgia plástica fosse vista. A parceria com a psicóloga e psicanalista foi imediata, com grande sintonia e realidade em cada conduta e construção do perfil dos pacientes. 

Qual foi o maior desafio desse projeto? Como foi abrir para as câmeras o que antes acontecia só entre médico e paciente? Gabriel: A timidez e falta de costume nos primeiros dias, sem dúvida. Uma produção muito grande, várias pessoas, várias câmeras, apesar de estarmos acostumados com aulas, palestras e redes sociais. Mas rapidamente mergulhamos nas histórias de nossos pacientes assim como na vida real, e todo entorno se abstraiu. O protagonismo dos personagens é exatamente o que praticamos na clínica. O mais importante para nós são nossos pacientes e estávamos ali para eles e ainda estamos.  

Alessandro: O desafio, a oportunidade de voz em relação a nossa especialidade médica foi um grande estímulo nesse projeto. Se ouvir falar, ver sua imagem nas gravações, tudo precisou de uma fase de adaptação que acabou decorrendo naturalmente. Claro que a equipe de produção foi muito importante nesse processo. Teve muito respeito por parte de todos os profissionais envolvidos, carinho e profissionalismo, e em poucas semanas estávamos integrados com aquela realidade e fascinados pelas histórias e pelos pacientes. 

Serão 8 episódios ao todo e 7 pacientes com diferentes histórias. Podem destacar alguma história que tenha marcado vocês durante as gravações? Gabriel: Uma personagem que logo que eu li e vi seu perfil antes de encontrá-la me encheu de expectativas para a primeira consulta. Foi uma conterrânea minha, somos capixabas, a Nicole. A transformação de vida pela qual ela passa e o fato ter casado duas vezes com a mesma parceira de vida com quem tem um filho, é incrível. Ela conta uma linda história de amor por sua família – muito emocionante! Sem mais spoilers (risos). 

Alessandro: As histórias são muito especiais e cada paciente deixou em nós uma mensagem, um aprendizado, um sorriso, uma lição de vida e família, uma força, uma nova forma de se ver e até a forma de demonstrar afeto nos marcou muito. Cada paciente teve uma mensagem especial. Uma delas foi a Joana que me mostrou com seu sorriso como devemos seguir em frente, e mesmo que a vida não dê tudo pra você, sorria, saiba ter gratidão. Essa foi uma grande lição para mim.

O programa foca no autoconhecimento e não só na transformação física. Podem explicar um pouco mais sobre como será essa trajetória? Gabriel: Todos os pacientes foram acompanhados antes e depois da cirurgia pela psicóloga Cíntia Aleixo e a psicanalista Manuela Xavier para que eles entendessem o porquê deles quererem modificar algo em seu corpo. Essas ações tornaram o ato cirúrgico muito mais responsável e assertivo. Confesso que facilitou demais nosso trabalho.  Sempre é muito importante entender esse gatilho emocional e o que leva a pessoa querer passar por uma cirurgia. 

Alessandro: Sempre digo q o paciente pode ter o melhor resultado e a melhor cirurgia, porém, se ele não conseguir enxergar essa mudança interior nunca estará satisfeito, e o programa mostra exatamente essa transformação que acontece de dentro para fora. 

No próprio consultório de vocês, quando um (a) paciente chega com uma questão estética que, em um primeiro momento, seria absolutamente desnecessária ou até mesmo arriscada sob o ponto de vista físico, é crucial falar sobre os “limites” e entender o porquê dele (a) ter buscado um cirurgião plástico? Gabriel: O mais difícil é falar “não” quando percebemos que há um descabimento na expectativa da mudança, ou que a técnica que dispomos e acreditamos ser a melhor, não vai levar ao resultado desejado pelo paciente. A adequação dessa expectativa, às vezes, é bem complicada. A gente fala que a parte mais fácil é mesmo operar. 

Alessandro: Existem duas situações diferentes: quando um paciente tem uma queixa ou expectativa que a cirurgia não tem como resolver, pode ser muito frustrante ouvir, ou quando a queixa está ligada a algum distúrbio de auto imagem e o paciente precisa  se visualizar, e que aquela intervenção ou cirurgia não deve ser realizada, porém, é muito importante ter sensibilidade e se colocar no lugar do paciente para fazer esse julgamento.  

Dr. Alessandro, você salientou em um texto que não há estética certa ou errada, e sim, algo que pode incomodar uma pessoa e não incomodar a outra. Como a cirurgia plástica trata do desejo de cada paciente? O que pode parecer somente um problema estético para uns, pode ser uma questão séria de estima para outros? Alessandro: Cada pessoa sabe o que a machuca e o que a impede de ser livre e feliz, a importância e a relevância daquele desejo. No caso de uma cirurgia o paciente precisa entender que em primeiro lugar está fazendo essa intervenção para ele e por ele e nunca para o outro. Cabe ao cirurgião definir o que é possível e se esse resultado atinge àquela expectativa, se irá melhorar, satisfazer e levar esse paciente para uma área de conforto e segurança maior. Então escutar, compreender e se colocar no lugar do paciente é a melhor forma de compreender uma insatisfação, mesmo que para cada um a queixa tenha um significado diferente. 

Gravar esse docu-reality despertou algo diferente para você como profissional e como pessoa? Gabriel: Sem dúvida nenhuma somos pessoas e profissionais diferentes, claro. O programa transformou vidas inclusive as nossas. Um resgate de nossa profissão, de nossa escolha de carreira e a confirmação do que acreditamos, e que as vezes fica um pouco esquecida na rotina corrida, além de nos aproximar como casal, olhar um para o outro e poder confiar plenamente dividindo mais esse projeto. Saímos mais fortalecidos como família. 

Alessandro: Sim. Ter mais um projeto e mais uma história com Gabriel nos uniu e nos aproximou ainda mais. Eu melhorei minha auto estima, passei a aceitar melhor a minha imagem e minhas imperfeições de forma natural. Hoje me enxergo como um homem mais seguro e mais confiante. Foi realmente um projeto transformador. 

Dr. Gabriel Basílio, a cirurgia plástica transforma um paciente em quais esferas? O físico sempre vai interferir, invariavelmente, no emocional? Por quê? Gabriel: O emocional e o físico são indissociáveis, mesmo que às vezes não percebamos. Sempre tem um gatilho emocional que leva a vontade de mudança física. Vemos isso diariamente em nossa clínica. E quando como cirurgiões e pessoas conseguimos nos colocar no lugar do outro e perceber esse motivo emocional é aí que acertamos 100% na cirurgia. Falamos sempre sobre a responsabilidade de uma incisão que vai deixar uma marca – uma cicatriz para sempre nos nossos pacientes. Isso é muito profundo, essa transferência, essa responsabilidade.

No final das gravações, qual foi a sua impressão sobre tudo que foi falado e gravado? Gabriel: Acho que fizemos um trabalho muito bom, muito real, do qual acreditamos, de nossas convicções. Estávamos ali de corpo e alma, entregues 100% e isso nos dá a sensação do dever cumprido. Todos podem se enxergar em alguma personagem, todos estarão representados em alguma situação ou história, se sentirão representados e incluídos de alguma maneira. Isso é muito legal.

O perfil dos pacientes mudou após a pandemia? Alessandro: Não é exatamente o perfil do paciente que mudou, o mundo inteiro mudou. Percebemos pessoas mais imediatistas e ansiosas de uma maneira geral. Claro que alguns pacientes foram na contra mão e se conectaram mais com suas verdades o que é muito bom, mas por outro lado outras ficaram com uma expectativa utópica, acho que devido aos filtros das redes sociais, que ao nosso ver, nem sempre são adequados, porque na vida real eles não existem e isso pode frustrar uma pessoa que não esteja preparada emocionalmente para o processo de cirurgia que tem um pré-operatório, um pós-operatório e que por vezes pode ser longo. Todo esse processo de mudança mexe muito com o emocional de quem não está preparado.

Quais são as especializações de vocês? Gabriel: Sou cirurgião plástico e cirurgião crânio maxilo facial. Amo cirurgias reparadoras de lábio leporino e fenda palatina que posso realizar através de uma organização não governamental em missões no Brasil e no mundo e cirurgias faciais estéticas em geral. Mas atuo em diversas áreas da cirurgia plástica, pois coordeno o serviço de cirurgia plástica em um hospital de trauma (queimados, traumas automobilísticos), e na clínica temos a porta aberta a todos os pacientes. Todos são bem-vindos. Discutimos os casos e vemos a melhor forma de tratar. 

Alessandro: Cirurgia plástica estética e reparadora (premiado em congresso brasileiro em 2007) com experiência em reconstrução de mamas pós mastectomia por câncer. Também realizo cirurgias de cabeça e pescoço por câncer, como reconstrução nasal, de pálpebras e labial. Cirurgia de contorno corporal, rinoplastia reparadora e estética, reconstrução facial e rejuvenescimento facial. 

O conceito sobre cirurgia plástica mudou nos últimos anos. Não só no sentido da evolução do procedimento cirúrgico, da medicina estética de um modo geral, como no que cada paciente busca para se sentir com a autoestima melhor. Qual a mensagem que vocês dariam para um paciente que tem a necessidade ou “sonho” de realizar esse procedimento? Alessandro: O autoconhecimento é essencial para quem quer fazer cirurgia plástica, seja um procedimento pequeno ou uma grande cirurgia. Toda mudança vem com responsabilidade. E a expectativa não pode ser irreal. Ela tem que combinar com a pessoa que vai passar pela transformação, respeitar sua identidade, seu biofísico. Essas são as chaves para o sucesso.  

Como andam as expectativas para a estreia do programa? O que buscam? Gabriel: Muito ansioso para ver esse trabalho maravilhoso com tanta gente competente envolvida – o time do programa é incrível – toda a equipe. Ver a reação das pessoas com as histórias das personagens, ver com quem a audiência vai ser conectar. Tantas histórias bacanas para contar. E por fim, fazer esse resgate da cirurgia plástica responsável, inclusiva, trazer a luz a ciência médica, esclarecer as pessoas sobre a real transformação que se pode promover.

Fotos Vinicius Mochizuki

Edição de moda Ale Duprat

Produção de moda Kadu Nunnes

Direção de estúdio Rodrigo Rodrigues Ass. de imprensa Equipe D Comunicação