O Horsebit consolidou-se como elemento distintivo da Gucci a partir da década de 1950. O freio de cavalo em miniatura e um anel duplo ligado por uma barra, foi progressivamente aplicado como elemento decorativo em toda a produção, tornando-se constante de uma coleção para outra, e estabelecendo-se como um dos elementos mais simbólicos emprestados do mundo equestre.
Ao longo dos anos, tem sido aplicado em sapatos, bolsas, cintos, joias e artigos para presentes, estampado em seda e lã em roupas e acessórios, servindo como detalhe discreto ou elemento dominante. O Horsebit, na sua forma original ou estilizada, articulada ou rígida, em ouro ou prata, representa o elo entre o passado e o presente. Com o tempo, tornou-se um símbolo de status, eternizado em imagens de celebridades internacionais usando acessórios com esse detalhe. No calçado, foi introduzido como decoração em mocassins masculinos de couro marrom ou preto em 1953, quando o filho de Guccio Gucci, Aldo, expandiu os negócios da família aventurando-se na produção de calçados, coincidindo com a inauguração da loja novaiorquina, que marcou o início da a expansão americana da marca.
O Horsebit tem o poder de transformar o mocassim no produto mais icônico e atemporal da Gucci e, ao longo dos anos, tem sido combinado com uma grande variedade de materiais, desde camurça até couro envernizado, couros preciosos e tecidos, muitas vezes combinados com a característica Faixa Web. Exemplo de excelência do design italiano, em 1985, o mocassim Horsebit passou a fazer parte da coleção permanente do Metropolitan Museum of Art, representando a mistura perfeita entre o Made in Italy, o estilo de vida outdoor americano e o hipismo inglês, que eram o imaginário de referência da Gucci. A construção do mocassim exige um artesanato excepcional e apenas artesãos selecionados têm a experiência necessária para fabricá-lo. Essa construção não possui palmilha, o que torna o calçado leve, flexível e confortável.
O sucesso do mocassim foi imediato porque representou uma nova ideia de elegância – desportiva, casual e sexy, menos formal – e tornou-se um fenómeno exclusivo. Durante a década de 1950, apareceu nos pés das celebridades mais famosas de Hollywood e em locais elegantes como a Riviera Francesa e Palm Beach. Consequentemente, rapidamente surgiu uma versão feminina, tornando-se a escolha de mulheres sofisticadas que buscam conforto luxuoso. Na década de 1960, o mocassim feminino se diferenciava do masculino pelo formato cônico, dois pontos na ponta que chegavam à sola e salto mais alto. Porém, no final da década de 1970, os formatos voltaram a se assemelhar à versão masculina e os saltos foram rebaixados em busca de um ideal de beleza mais andrógino. Durante esses anos e ao longo da década de 1980, o mocassim Gucci representa um símbolo de status.