Nascido em Manaus, Leonardo Bittencourt logo cedo já dava sinais que a vida de ator era o que ele queria para sua carreira. Das pacas da escola até sua mudança para o Rio de Janeiro aos 19 anos, Leo já fez de tudo um pouco. Sua estreia na TV foi em “Malhação: Vidas Brasileiras” (2018), e de lá para cá ele não parou mais. Depois do drama tenso de “O Menino que Matou meus Pais”, no cinema, ele agora encara um personagem mais leve e carismático na nova temporada de “Rensga Hits”, o cantor sertanejo Cauã Almeida. A MENSCH conversou com Leo para saber mais desse novo personagem e momento da sua carreira.
Em Rensga Hits, você interpreta um produtor musical Cauã Almeida. Pode falar um pouco desse personagem? Cauã é um produtor musical nascido em Goiânia e acaba de chegar à cidade, após uma longa temporada nos Estados Unidos. Ele traz uma expertise e entra para o time da Rensga Hits!. Então, ele cruza com Raíssa Medeiros (Alice Wegmann). Os dois têm ideais muito parecidos e uma identificação muito forte com a música. Enquanto existe toda essa visão de mercado sobre emplacar sucessos e que dão mais importância aos números, tanto Cauã como Raíssa têm essa identificação em fazer arte. Querem criar música com alma e coração. E o desenrolar disso vamos conferir a partir da estreia da segunda temporada.
Qual é a sua conexão com a música? Ainda na pré-escola, lembro de um exercício que davam para os alunos responderem sobre o seu hobby favorito. Naquela época, respondi “tocar violão em volta de uma fogueira” mesmo sem nunca ter feito isso. Acho que é sobre o que a música provoca em nós quando escutamos e como ela é capaz de mudar nosso humor. Escuto música para me concentrar em uma cena difícil, escuto música pra animar para uma festa e também como trilha sonora para uma ocasião especial. A música está sempre presente. Em Rensga essa paixão pela música pôde ser traduzida tocando alguns instrumentos, que aprendi para a série, e ao cantar.
Como foi a preparação para este personagem? Quais foram as referências? Já no teste para o personagem tinha uma música do Gusttavo Lima chamada “Ficha Limpa” e que tínhamos que cantar como parte do conteúdo a ser avaliado. Desde então, voltei a escutar bastante o gênero e ter como referências os grandes nomes do sertanejo, como Leandro e Leonardo, João Paulo e Daniel e o próprio Gusttavo Lima, para me conectar com esse universo. Fiz aula de prosódia para o sotaque goiano e vi muitos vídeos sobre produção musical. Esse último não só como pesquisa, mas porque é um tipo de conteúdo que naturalmente consumo em rede social. Acho que se tivesse aprendido a tocar um instrumento ainda criança, passaria horas fazendo isso como hobby.
A região Norte do Brasil vem ganhando muito mais espaço na mídia, por exemplo esse ano houve a exibição do Festival Parintins na TV aberta. Como você enxerga essa crescente no interesse das pessoas pela cultura nortista? Fico feliz com o espaço que finalmente foi dado. Nosso país é muito rico em cultura e ficamos acostumados a associar os costumes do que está mais perto do eixo Rio-São Paulo. A região Norte é muito rica em gastronomia, em música, em eventos culturais e religiosos. A mina de ouro está ali e quem não olha para o Norte está perdendo tempo.
Quais são seus hobbies? O que curte fazer nos dias que não está gravando? Gosto muito de cozinhar e acredito que a gastronomia transporta a gente para lugares que nem mesmo visitamos. Foi assim que me interessei por cozinhar, assistindo a vídeos de receitas das comidas de outros países ou estados, e tentando reproduzir em casa. É um grande passatempo que tenho e gosto muito.
Você curte muito gastronomia e vem fazendo muitos conteúdos legais sobre esse universo, como surgiu a ideia? Veio justamente da vontade de mostrar outras facetas que o público não conhece do meu universo pessoal. Não só na gastronomia ou nas visitas em restaurantes que gosto, mas com as viagens e compartilhando minhas experiências com os costumes locais. Acho que quem assiste pode se conectar comigo através dessas visões e agrego um público além do que me assiste das novelas e filmes.
Seu trabalho anterior você fez um vilão e agora fez um personagem com uma carga emocional muito diferente. Como você se desafia como ator? O desafio está na mudança necessária para contar cada história. São energias diferentes, estados de vida muito contrastantes e o desafio mora nessa disponibilidade que precisamos ter ao emprestar nosso corpo para o ofício. Gosto muito de poder atuar nas duas frentes, personagens leves ou pesados, mas sempre com camadas para, para quem assiste poder olhar com um entendimento de que não existe ser humano que é uma coisa só.
Fotos Gabriel Bertoncel