Há 10 anos Guilherme Winter estreava na novela Cobras & Lagartos na Rede Globo para depois seguir em outras tramas da emissora até estrear na Rede Record na minissérie José do Egito. Intérprete do personagem Moisés na atual novela da emissora, Winter já tem bastante história pra contar como ator, mas deixa claro que cada personagem é único e a experiência nunca tira a ansiedade e expectativa da estreia. Com vocês o homem que abriu o Mar Vermelho em cena.
Quem foi Moisés? E no que você se aproxima dele ou gostaria de parecer? Moisés foi um grande líder, mas que também sofreu muito com seus dramas pessoais, familiares, que teve que se perder e perder tudo, pra depois se encontrar mais forte. E, fortalecido, tornar-se esse homem com um caráter lindo, nascido para a liderança. Sempre digo que tento me colocar muito mais no lugar dos outros depois que tive a oportunidade de vivenciar esse personagem tão intenso, único e especial.
O que representa pra você “abrir o Mar Vermelho”? A liberdade, o recomeço, o aprendizado. A ruptura de paradigmas de uma nação, o renascimento de um povo.
Nos conta um pouco da experiência de viver Moisés. Foi uma experiência intensa. Intensa de amor, de cumplicidade com meus colegas de trabalho, de parceria, de aprendizado, de desafios, de me reinventar como ator, de descobertas…E de poder passar a mensagem do amor. Me trouxe coisas lindas esse personagem.
Esse é o terceiro personagem bíblico que você representa, confere? Há algo de diferente entre representar um personagem fictício e um bíblico, ainda mais em um país tão religioso como o Brasil? Acho tão desafiador tanto um quanto outro. Eu sempre vou me sentir inseguro no começo de um novo trabalho. O público em geral gosta de boas histórias.
Falando em religião, quais suas crenças e como você lida com elas? O que verdadeiramente importa pra você? Eu procuro praticar o bem, ser uma boa pessoa na sociedade em que vivo, no meu trabalho. Tento deixar o ego e a vaidade em segundo plano, tratar bem meus amigos, minha família. Tentar ser menos materialista, me voltar mais pra natureza e cuidar dela. A natureza e o ser humano são uma coisa só. É dar e receber.
Sendo ator, a possibilidade de viver outras vidas é infinita e em cada uma delas se deixa um pouco de si, mas também se leva um bocado do que se aprende. Já tendo vivido um professor na novela juvenil da Rede Globo – Malhação – em 2008, que visão tem da nossa educação e a da profissão de professor? Tanto nossa educação como nossos professores são vítimas da nossa política egoísta. Mas tenho fé que aos poucos chegaremos lá. É só através da educação que nos tornaremos um país com igualdade para todos. Está em nossas mãos quem vamos colocar na política, nós temos o poder do voto e devemos ter muita consciência e informação ao usá-lo. Acho a nova geração que está chegando mais politizada e consciente do que foi a minha nos anos 90.
Você participou do quadro Dança dos Famosos, no programa do Faustão. Qual sua relação com outras artes além da atuação e qual a importância delas na formação de um ator? Venho de uma família muito musical, meu pai sempre tocou seu piano em casa, isso me influenciou muito e acabei herdando a paixão pela música. Toco violão e guitarra. Estudei artes em SP e tenho uma conexão muito forte com o desenho, que foi a minha primeira manifestação artística ainda bem garoto.
Como cuida da alma? Procuro fazer coisas que me deem prazer pra que ela possa se alimentar e se fortalecer.
E como cuida do corpo? Quais suas vaidades estéticas e até onde vai por elas? Acho importante fazer atividades físicas que te deem prazer… Comecei a fazer pilates e estou gostando muito. Tento manter minha alimentação regulada, saudável e praticar esportes.
Moda é algo importante do seu dia a dia? No meu dia a dia não, mas é algo que curto, que está presente na minha vida.
Homens têm fama de não cuidarem da saúde, você atesta essa fama ou contraria? Tem momentos em que atesto (risos), tem momentos que não. Quando estou gravando muito, principalmente pela falta de tempo.
O amor está no ar, hein? O que te conquistou em Gisele Itié? A Gi é uma grande mulher, muito amorosa com a família dela, muito parceira… Tem um coração gigante.
Sendo os dois da mesma profissão e famosos é mais fácil lidar com a exposição do relacionamento ou não? É tranquilo, não ligamos muito pra isso. Acho que lidamos de uma forma muito saudável.
Em uma relação você é do tipo que faz muitos planos ou deixa a vida acontecer? Um pouco dos dois. Deixo acontecer no começo e depois os planos vão acontecendo.
Estando hoje na Record e já tendo trabalho na Globo, acha saudável e importante para o ator “mudar” de casa de tempos em tempos? Acho saudável e importante um ator ter trabalho, ter condições e segurança pra tocar seus projetos pessoais, se produzir, estar empregado. Isso que acho realmente importante.
Como se vê hoje e como quer o seu futuro artístico? Me vejo feliz, realizado, “mas com um montão de coisas pra conquistar e não posso ficar aí parado”. Já dizia Raul Seixas.
O filósofo Mário Sergio Cortella escreveu o livro “Qual é a tua obra?”, onde, entre outras coisas, fala da importância de cada atividade e o que você busca realizar. Guilherme Winter, qual é a tua obra? Acho muito cedo pra dizer qual a minha obra (risos). Estou realizando coisas ao longo da minha vida. E espero mesmo é que eu possa através do meu ofício, influenciar as pessoas de uma maneira positiva. É essa troca que quero ter.
Fotos Rodrigo Lopes @rodrigolopes
Direção Criativa e Stylist Márcia Dornelles @marcia_dornelles
Beleza Caty Pires @catypiresmakeup
Agradecimento especial Jackie Brito (Moda Com)
GUI WINTER VESTE
Terno cinza da Raffer, camisa Poggio
Terno, sobretudo e gravata marinho da Hugo Boss, camisa Drazzo
Terno cinza claro da Raffer, camisa Drazzo