CAPA: Juliano Laham, depois da estreia em “Malhação” mostra que veio pra ficar

O ator Juliano Laham, atualmente finalizando sua participação em “Malhação”, começou sua carreira de forma inusitada ao participar do BBB16 ano passado interpretando um falso libanês. Na verdade o que pouca gente sabia é que Juliano é filho de libaneses e era um ator colocado no reality. A repercussão foi grande e Juliano acabou recebendo o convite para Malhação e mostrou que isso foi só o começo. Como ele mesmo se auto definiu, um “papel em branco” para ser escrito por novos personagens. Conheça um pouco mais desse jovem ator que promete ir além das fronteiras do Líbano ou Brasil.

Da participação surpresa no BBB16 para sua estreia em “Malhação”. Como foi para você essa mudança de vida e exposição? O BBB 16 foi uma grande porta de entrada. Sou muito grato ao programa por me dar a oportunidade de mostrar o meu trabalho. Após essa participação eu tive uma repercussão e uma exposição mediata. Confesso que no início fiquei surpreso, porque era tudo muito novo pra mim, mas compreendi que era resultado de um bom trabalho. Em seguida recebi o convite para fazer o teste da “Malhação”, e fiz vários até receber a notícia pelo próprio diretor Adriano Mello que eu faria parte desse novo time interpretando o Rômulo. O ano de 2016 foi um marco para mim, pois consegui realizar o meu sonho. Foi uma mudança repentina, com muitas oportunidades e, inclusive, através da própria exposição que o meu trabalho gera. Mas eu mantive o pé no chão e entendo que tudo é um começo. Sei que ainda tenho muito o que aprender.

Você surgiu como um “falso libanês” no reality, mas na verdade você é filho de libaneses. Que influências você traz dessa cultura na sua criação? Exato, os meus pais nasceram e foram criados no Líbano. Hoje morando um pouco mais de três anos longe deles, eu carrego comigo a criação e o valores que me deram de respeito ao próximo. Para matar a saudade da gastronomia libanesa eu cozinho bons pratos árabes (risos). Toda vez que vou a São Paulo nós buscamos nos reunir para fazermos uma refeição em família escutando músicas árabes. Eu tenho muitos amigos que me perguntam sobre como é o Líbano: “Tem guerra? Tem homem bomba? É um país machista? O homem tem quatro mulheres?” etc. E o grande barato de você ter admiração e orgulho pelo país de onde seus pais vieram, é você explicar a história desse lugar e mostrar que nem tudo que vemos nos noticiários é o que realmente é.

 

 

Você é paulista, atualmente mora no Rio de Janeiro mas já morou no Líbano, Londres e Qatar. O que ficou dessas experiências? Eu sou um cara que ama viajar e conhecer novas culturas, novas gastronomias e até mesmo histórias locais. Pra mim, isso é um grande aprendizado. Por morar em diversos locais, a gente acaba criando uma facilidade de adaptação cultural – cada lugar tem suas riquezas e seus valores. Eu tinha mais ou menos uns 10, 11 anos quando morei em Londres e no Qatar, então dependia dos meus pais para fazer a maioria das coisas. Mesmo assim, eu consegui guardar boas lembranças de lá.

Isso te deixou mais desprendido em relação a criar raízes? As únicas raízes que eu carrego comigo é em relação à criação que eu tive. Eu sou um cara que ama conhecer novos lugares, não sou de me prender em algum específico e simplesmente me acomodar. Seja por oportunidade profissional ou mesmo por lazer, eu curto embarcar em cada nova jornada, pois não tem nada mais rico do que conhecer novas culturas pelo mundo. Sou totalmente desprendido em relação a isso.

Falando em “Malhação” como foi (é) viver o lutador Rômulo? Que avaliação faz da trajetória do personagem? Foi muito lindo e prazeroso poder fazer esse personagem. Desde que li a sinopse e vi a trajetória que ele percorreria e sua história de vida, logo me identifiquei e fiquei feliz em realizar esse desafio. O Rômulo me dá muito orgulho, porque a sua garra de querer vencer na vida com honestidade representa muitas pessoas. Um cara sem condições financeiras que segue em busca de um sonho, sem ajuda da família, e vivendo um amor mal correspondido… Ainda assim, ele consegue conquistar seu sonho maior e ficar com a mulher de sua vida após sofrer tanto. Posso dizer que ele acredita no amor verdadeiro e sabe que é preciso batalhar muito para chegarmos onde sonhamos. Ele nasceu duas vezes e pra mim ele é um grande guerreiro.

 

Já tinha praticado luta antes? Como foi o preparo físico? Quando era mais novo eu já tinha feito jiu-jitsu, mas estava um tempo parado, sem praticar. Mas para a criação do Rômulo dentro do universo do boxe e consequentemente o MMA, eu comecei a ter aulas intensivas durante a semana com o meu mestre Flavio Almendra para compormos juntos toda essa parte corporal de um lutador profissional. No começo foi bem cansativo e com uma explosão de muitos treinos e ensaios pra ninguém se machucar durante as gravações. Durante esse processo todo eu comecei a mudar a minha alimentação pra uma dieta balanceada pra ganhar ainda mais resistência e fôlego pra aguentar horas treinando e gravando.

Com a exposição que a TV proporciona vem o assédio. Como lida com isso? Tranquilamente. Eu entendo que o assédio e a repercussão que meu personagem está tendo é fruto de um bom trabalho. Eu me dedico muito pra fazer da melhor forma possível e, consequentemente, poder tocar as pessoas. E quando alguém me para pra tirar uma foto ou algo do tipo, eu sempre busco conversar e saber o que estão achando do meu trabalho. Não tem nada mais gratificante do que um fã que admira aquilo que você faz e traz tanto carinho.

Você é um cara vaidoso? Até que ponto? Sou um cara que se preocupa com a saúde e, como trabalho com a minha imagem, acho importante ter alguns cuidados com a pele, cabelo, etc. Mas nada muito exagerado, pois não deixo a vaidade tomar conta de mim. Até porque eu tenho que ser um papel em branco para o novo personagem que terei que interpretar posteriormente.

 

O que uma mulher precisa para chamar sua atenção? O que eu acho essencial numa mulher é o seu lado interior. Para alguns isso pode parecer um pouco clichê, mas para mim é fundamental a pessoa ter uma boa índole, ter uma boa educação, ser carismática, inteligente e batalhadora.

O que as mulheres ainda não sabem (ou teimam em não saber) sobre os homens? É importante termos em mente que as subjetividades entre as pessoas são muitas, independente do gênero ou do tipo de relação que construímos com as pessoas ao redor. Então sempre estaremos por descobrir um pouco mais de cada um.

Você e sua namorada (a atriz Juliana Piva) são pessoas conhecidas do grande público. Como lidam com ciúmes? É algo comum entre vocês? Quando a fama incomoda na relação? Eu a Ju nos damos super bem, inclusive em relação ao nosso meio profissional. Não temos ciúmes, entendemos, respeitamos, nos ajudamos e torcemos pelo sucesso um do outro. Somos sinceros e acredito que essa cumplicidade é que torna ainda mais forte a relação.

 

Quando quer impressionar o que faz para uma noite ser romântica e especial? Quando eu quero causar uma boa impressão na minha namorada eu busco fazer alguma surpresa pra ela, que pode ser desde um jantar romântico com um buquê de rosas (com a comida feita por mim), ou leva-la pra algum lugar que ela não esteja esperando… Mas o que torna ainda mais especial esses momentos é quando há um significado pra tudo aquilo que você está fazendo. Ou seja, não necessariamente levar para um restaurante ou dar um presente caro, mas sim a história e o carinho que esses gestos têm.

Em que homens e mulheres mais diferem? Sinceramente para mim não existe uma diferença entre gêneros, o que diferencia as pessoas é o seu caráter.

Quais os próximos passos? Estou em reta final na “Malhação – Pro dia nascer feliz” e, em seguida, vou dar início a uma nova turnê com a peça “E o vento vai levando tudo embora”, com texto e direção da Regiana Antonini e dividindo a cena com o Gabriel Chadan e a Josie Pessoa. E tenho alguns projetos pessoais que estão em andamento.