
NA TELEVISÃO HÁ MAIS DE DUAS DÉCADAS, O APRESENTADOR FALA SOBRE OS MOMENTOS IMPORTANTES E OS DESAFIOS DA CARREIRA, A EXPERIÊNCIA INTENSA DA PATERNIDADE E O QUE PENSA SOBRE A JUVENTUDE DE HOJE
Por Ivan Reis
Um dos nomes mais conhecidos da televisão brasileira vive uma fase surpreendente na vida e no trabalho. Desde o início dos anos 2000, Marcos Mion comanda atrações que marcaram uma geração e que falam com o público jovem de maneira única. Desde Os Piores Clipes do Mundo e Supernova, programas exibidos pela extinta MTV, o apresentador paulistano de 45 anos entra na casa dos brasileiros com humor, carisma e irreverência inconfundíveis.
Há quatro anos à frente do Caldeirão do Mion na Rede Globo, ele já tem lugar cativo nas tardes de sábado e no coração dos telespectadores. O pai dedicado do Romeo, da Donatella e do Stefano também aproveita inúmeros momentos em casa e abre o álbum de família – ao lado da esposa Suzana Gullo – para as lembranças e as lições valiosas que a paternidade lhe proporciona.
Em conversa à MENSCH, Marcos Mion fala sobre alguns momentos inesquecíveis da vida, de sua trajetória na televisão e, mais recentemente, dos estúdios de cinema. Fora das telas, o som eletrizante da banda Foo Fighters embala sua rotina de treinos e, sobretudo, seu lifestyle à base de boa alimentação e treinos regulares para manter o corpo em forma. “Amo o que faço e me orgulho de cada passo (e cada loucura!) que fiz para chegar até aqui”, disse Mion que ainda deu um spoiler de uma novidade que chegará ao público em breve.

Desde o começo da carreira, você convive com o público jovem. Com a experiência desses anos de televisão – como ator e apresentador, o que você percebe que mudou na juventude hoje? Não dá para ignorar que muita coisa mudou. A juventude de hoje tem muito mais acesso à informação e voz ativa do que há alguns anos. O avanço da tecnologia e, principalmente das redes sociais, contribui para esse protagonismo maior dos jovens na nossa realidade atual. Eles estão mais conectados, mais conscientes e também mais exigentes. Querem mudar o mundo, procuram representatividade e transparência em tudo o que consomem – seja na TV, no cinema ou nas marcas que seguem.
Mas ao mesmo tempo, não era justamente isso que os jovens que ligavam a TV na MTV dos anos 2000 buscavam? Vejo muitos paralelos entre as gerações, mas acredito que a maior diferença entre elas, de fato, esteja nessa exposição constante que enfrentam agora e que traz desafios muito maiores do que enfrentávamos. Tudo é potencializado pelas redes: a pressão pela aprovação, a comparação intensa, a necessidade de se posicionar o tempo todo – o fato de ter sua vida, seus gostos e opiniões registradas e compartilhadas com milhões de pessoas… Acho que, no fundo, os anseios continuam os mesmos: ser ouvido, ser compreendido, encontrar seu espaço no mundo. A diferença é que, agora, tudo acontece em uma vitrine gigantesca, onde cada acerto e cada erro ganham uma proporção inimaginável. E isso pesa. O desafio dessa geração não é só transformar o mundo, mas também se proteger dele.
Como pai de adolescentes, minha maior missão é manter o fluxo de comunicação aberto e a proximidade constante. Afinal, nós também fomos afetados pelo celular e pelas redes sociais que causaram um abismo na arte da comunicação presencial. Faço um apelo para todos os pais e mães da minha geração – lutem contra a dominação do celular, o máximo que puderem! Nós vamos perder, isso é um fato, mas só de conseguirmos oferecer para nossos filhos o máximo de tempo possível em relações reais, humanas, no mundo real, já estamos ajudando demais o psicológico, a maturidade, a densidade, o cognitivo e o “estar preparado para o que a vida guarda”. Se formos pensar como serão as relações e a profundidade dos filhos dos meus filhos ou, ainda pior, dos netos dos meus filhos, ficamos inoperantes. Precisaríamos de um Isaac Asimov para imaginar! (risos)

Entrar para a Rede Globo em 2021 e estar à frente de um dos programas mais populares da televisão aos sábados, foi uma virada de chave na sua trajetória? Depois de anos de emissora, qual é o balanço que você faz desse período? Com certeza, foi uma virada de chave gigante! Até hoje, antes de entrar no palco do Caldeirão, ainda me pego pensando “Será que eu tô sonhando?”. A Globo é esse lugar de encontro, onde a gente se conecta diariamente com milhões de brasileiros. E não é modo de falar. No ano passado, o Caldeirão falou para mais de 121 milhões de pessoas, de todas as classes sociais, homens, mulheres… É louco pensar nisso! É uma amplitude para o meu trabalho que eu nunca tinha experimentado antes… Por outro lado, é muito desafiador também – traz um senso de responsabilidade que eu carrego comigo todos os dias – a cada gravação, a cada reunião de pauta, a cada parte do processo do qual faço parte. Já percorremos um bom caminho com o Caldeirão desde 2021, mas também sinto que nossa história está só começando!
Sou completamente apaixonado e obcecado pelo que eu faço – trabalho com uma equipe incrível, que está sempre focada em trazer entretenimento e diversão para o público, tenho parceiros comerciais que acreditam na nossa entrega. Então, o saldo dessa jornada não teria como ser diferente – diria que hoje me sinto ainda mais feliz e motivado do que quando entrei. Estar à frente do Caldeirão, comandando os sábados da Rede Globo é uma honra, ainda mais em um ano tão emblemático em que a emissora comemora 60 anos. Quero entregar o melhor cada vez que apareço na tela da TV, desde o primeiro dia até hoje – e assim vai ser sempre.
O que mais lhe orgulha em sua carreira? E o que mais lhe chateia? Difícil responder essa pergunta… quando olho para trás, já fiz tanta coisa! Mas, talvez, a beleza esteja justamente aí – ter vivido tantas fases, experimentado diversos formatos e criado tantas memórias na vida das pessoas, que me acompanharam durante todo esse tempo. Não consigo encontrar algo que me chateia em relação à minha carreira… Me orgulho de ter me jogado de cabeça em todos os desafios que encontrei ao longo da minha vida. Desde que me descobri comunicador, não houve um dia que não tenha trabalhado para isso. Eu amo o que faço e me orgulho de cada passo que dei e cada loucura que fiz, para chegar até aqui.
Para você, qual é o lado obscuro da fama? Eu lido com essa posição há muitos anos. Hoje, tenho mais tempo de vida debaixo dos holofotes, em frente às câmeras, do que como anônimo. Então, diria que estou acostumado e que acabei, ao longo do tempo, criando minhas próprias estratégias para lidar com essa exposição. Bom lembrar que a “fama”, em si, não é algo necessariamente bom. Assassinos são famosos, por exemplo. Mas o reconhecimento e identificação com minha arte, minha criatividade, minhas escolhas e ideais é algo que considero 100% bom! É incrível receber o carinho e aquela sensação de amizade, de proximidade que o público sente por mim. Afinal, são décadas entrando na casa deles! Tô criando gente desde o Piores Clipes do Mundo! (risos)!
A única coisa ruim dessa exposição é a liberdade que as pessoas acham que têm sobre a vida de uma pessoa pública. Na maioria das vezes esquecem que, no fim do dia, somos pessoas reais, de carne e osso, lidando com nossos próprios problemas que são bem reais também. E que o impacto do que é dito, postado ou publicado vai muito além de mim, afeta e machuca também quem está ao meu redor.

Em MMA – Meu Melhor Amigo, um de seus últimos trabalhos, você viveu na pele de Max Machadada, um lutador que descobre ser o pai de um menino autista. Como foi levar para o cinema a experiência da paternidade atípica na vida real? A causa autista está intrínseca à minha vida e desde muito cedo eu assumi um compromisso comigo mesmo – usar minha voz para dar visibilidade à causa, independentemente de onde estivesse e de qual fosse a plataforma. Por isso, carrego essa missão em tudo que faço – seja no meu Instagram, onde reservo um espaço especial para que pessoas do espectro autista sejam ouvidas e se encontrem, ou no Caldeirão, onde mantenho um quadro fixo para destacar e celebrar talentos PCDs, com um olhar especial para artistas autistas. A causa está em tudo que faço, porque é o mundo que vivo 24 horas por dia, há quase 20 anos! Então, quando surgiu a oportunidade de fazer o meu próprio filme, era óbvio que o autismo precisaria estar presente.
Mas é importante dizer que não é um filme SOBRE autismo, é um filme que tem um personagem central que é autista e, apesar de o filme ter muitos elementos próximos da minha vivência, ele não é autobiográfico. Algumas situações retratadas eu nunca vivi pessoalmente, mas sei que fazem parte do dia a dia de muitas famílias atípicas. Eu não sou autista, mas sou pai de um autista e convivo com esse universo há 19 anos. Então, trouxe para o roteiro e para o olhar da equipe muitas conversas, percepções e experiências que acumulei ao longo desse tempo. Além disso, ao longo da produção, tivemos workshops com a Fátima de Kwant, minha parceira de anos e especialista em autismo e comunicação, para preparar toda a equipe, além da presença da consultora Kenya Diehl – autista, mãe de autista e especialista no tema – tanto na preparação do Gui Tavares quanto no set de filmagem.
Todo o nosso esforço foi voltado para trazer uma representação feita com responsabilidade. Afinal de contas, eu tenho um compromisso com a comunidade autista, que faço questão de honrar, e jamais poderia entregar algo estereotipado ou exagerado. Nosso objetivo era contar uma história que, por meio da relação entre pai e filho, trouxesse identificação, emoção e uma reflexão sobre empatia, paciência e aprendizado mútuo. E deu certo! Foi muito impactante ver esse filme chegar às telonas e perceber que ele tocou o coração não só das pessoas da comunidade autista e seus familiares, mas também daqueles que não tem envolvimento direto com a causa. A conexão com o público e os relatos cheios de amor que recebi e recebo até hoje por conta do filme – que está no Globoplay e no DisneyPlus, fazem com que todo o esforço que é fazer cinema no Brasil, valer a pena.

Sabemos que, você também é conhecido por ser ativista da causa autista e, em 2020, foi sancionada a Lei Romeo Mion, batizada com o nome do seu filho. Como você avalia a questão da inclusão no país? O que é preciso fazer hoje? Hoje em dia eu recuso o termo ativista. Sou apenas um entre milhões de pais de autistas. Tomei essa decisão porque descobri, de uma forma muito triste e dura, que a opinião popular irresponsável é destrutiva e machuca muito. Senti ainda mais quando entendi que os ataques contra minha família e eu, muitas vezes, vem de autistas. Por isso, hoje minha motivação são as mães autistas. Os pais também, avós, cuidadores e autistas nível 2 e 3 de suporte, que realmente se beneficiam demais com meu apoio e poder de palavra, que me encontram e não conseguem segurar as lágrimas… tudo que faço é por eles.
Claro que tudo que eu conquisto em nome da causa, principalmente a exposição enorme em rede nacional, levar o autismo pro centro do palco, para pauta principal da conversa é para uma maior conscientização que beneficie TODOS autistas. Acredito muito que minha missão é usar minha vida e minha voz para fazer o máximo que posso para o mundo enxergar, aceitar e respeitar meu filho. Nesse sentido, temos avançado, mas ainda temos um longo caminho pela frente. A Lei Romeo Mion, sancionada em 2020, foi mais um grande passo, depois da Lei Brenice Piana. A Lei garantiu a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CIPTEA) para facilitar o acesso a direitos básicos. Mas, na prática, muita gente ainda encontra dificuldades no atendimento prioritário e na garantia de um suporte adequado. Muitas vezes falta o básico!
Um dos maiores desafios é a falta de dados precisos sobre a população autista no país. O IBGE só incluiu uma pergunta específica sobre autismo no Censo de 2022, e os resultados ainda são aguardados. Hoje, estima-se que existam cerca de 2 milhões de autistas no Brasil, mas sem números mais concretos, fica difícil criar políticas públicas realmente eficazes. A gente acaba usando um dado de 2023 do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos de que 1 a cada 36 crianças que nascem, é autista. Pra vocês terem ideia, em 2004 esse dado era de 1 pra 166 crianças. Ou seja, o autismo está e vai estar cada vez mais presente em nossas vidas. Por isso, é tão importante a gente falar sobre acessibilidade e inclusão.
Só que, para a inclusão de verdade acontecer, a gente precisa garantir que as leis saiam do papel e cheguem a todas as pessoas, em todas as cidades. E isso não vai acontecer sem o empenho e a cobrança da sociedade. Isso significa capacitar profissionais da saúde e da educação, conscientizar a sociedade para reduzir o preconceito e investir em políticas públicas que sejam baseadas na realidade de quem vive o autismo todos os dias.

Qual é a maior lição que você aprendeu com a paternidade? Eu sempre quis ser pai, desde muito novo, e sinto que tudo que tinha vivido até então foi um ensaio. O espetáculo verdadeiro começou quando meu primeiro filho, Romeo, nasceu e teve continuidade com a chegada da Doninha e do Tefo. Foi algo tão impactante que me transformou para sempre. Quando segurei o Romeo na mão (sim ele cabia na palma da minha mão, quando nasceu), fui dormir moleque e acordei homem. Existe um antes e um depois em mim e isso responde a uma das perguntas que mais me fazem – como aquele maluco da MTV, inconsequente, o “rei da zoeira” na televisão se transforma no apresentador da família brasileira, no pai mais dedicado possível, que é movido pelo amor à sua esposa, filhos e fé? Paternidade é o início desse caminho.
Ser pai justifica a minha existência e eu me entrego a esse papel com 100% de dedicação. Vivo por eles, sou presente, me esforço diariamente para ser um bom modelo de gratidão, de humildade e respeito. Penso neles o tempo todo e falo com eles todos os dias, não importa onde eu ou eles estejam. Uma lição que a paternidade me trouxe, que vale a pena dividir, é que a vida não é sobre você, mas sobre o que você pode fazer pelo próximo. A maior força que temos é o serviço.
O triste episódio com seu irmão Marcelo o levou a um período delicado da vida há anos. Como é enfrentar o luto hoje? O luto nunca termina. Como toda dor constante a gente se adapta. Não quer dizer que para de doer, mas o ser humano tem uma capacidade admirável de seguir em frente e se reorganizar. Eu costumo dizer que o luto é proporcional ao tamanho do amor, e não acaba. O tempo não cura, mas amortece. Na minha experiência tem sido assim. Me uni com a minha família ainda mais e juntos, seguimos.
Se você pudesse congelar um momento que viveu em família, qual seria? Que pergunta difícil… mas eu congelaria as milhares de noites que nós 5, mais as nossas filhas peludas, ficamos amontoados na cama conversando, cuidando um do outro, dando risada e tendo conversas profundas com nossos filhos em todas as etapas de suas vidas. Graças a Deus é algo que fazemos até hoje! Com a Doninha morando fora, ficou um pouco mais raro o time estar completo, mas sempre que ela vem ou nós vamos, é sagrado no início da noite ficarmos todos amontoados juntos!

Você se considera um homem vaidoso no cotidiano? É adepto de rotinas de autocuidado? Não sou adepto a nenhuma rotina específica além dos meus treinos que, pra muita gente, me deixam feio! (risos)! Eu respondo brincando que se fosse para ficar bonito eu ia fazer a sobrancelha! (risos)! Falando sério, eu sempre tive uma obsessão pelo corpo esculpido como boa cria do Stallone. Então, sempre cuidei do meu corpo. É até engraçado porque as pessoas se surpreenderam com a minha transformação para o M.M.A Meu Melhor Amigo, mas na verdade eu já vivo uma vida de atleta fisiculturista há mais de 15 anos. Então, já estou acostumado com uma rotina regrada em relação à alimentação e a exercícios. Acho que apareço pouco sem camisa, aí as pessoas não percebem! (risos)
Em se tratando de estilo, os sneakers ocupam um lugar importante no seu guarda-roupa. Quais são os seus critérios na hora de adquirir um novo modelo? Tem algum favorito hoje? Hoje em dia eu não compro mais qualquer tênis – tem que ter uma motivação especial… mas eu acabo achando essa motivação especial muito facilmente! (risos) Sou fã de sneakers desde moleque. Eu morava fora do Brasil e era muito fã de basquete e do Michael Jordan. Naquela época, quando tinha por volta de uns 9 anos de idade, meu maior sonho era ter um Jordan. O que era algo muito difícil! Foi meu presente de aniversário porque chorei pra ganhar, o ano inteiro! E quando eu, finalmente, ganhei meu primeiro, um Jordan 4 Fire Red, minha vida mudou! Foi mais do que um tênis – foi um motor de mudança na minha vida, na minha relação com o esporte, com os amigos da escola, tudo. Depois disso, nunca mais abandonei essa paixão. Atualmente, gosto muito dos trainers da Louis Vuitton e da collab do Travis Scott com a Nike.

Em entrevista, você afirmou que está com o melhor corpo de sua vida. Quando surgiu o interesse em praticar o fisiculturismo? O fisiculturismo entrou na minha vida como um desafio pessoal, algo que eu queria experimentar de verdade. Queria saber como era ser como aqueles caras que eu tanto admirava, como o Schwarzenegger e o Stallone. Sempre treinei por saúde, mas chegou um momento em que percebi que queria levar isso a um outro nível, como um esporte. Mas quando comecei a me aproximar de verdade desse universo, percebi que ia muito além de simplesmente um esporte… é um estilo de vida. É um estado de espírito que transforma vários aspectos do seu dia-a-dia e de como você encara sua rotina e seus desafios. O esporte é parte fundamental da minha vida e uma boa parte dos meus conceitos, que me moldam como ser humano, eu adquiri através da musculação.
E o que faz para manter o físico em dia? Como é a sua rotina de exercícios? O que toca na playlist do seu treino? Sou muito focado em tudo que eu faço e com a minha rotina de exercícios não é diferente. Treino todos os dias, sem falta, esteja onde eu estiver. Não importa se estou viajando, se é feriado, se tem gravação… eu organizo a minha rotina para garantir que eu tenha esse tempo para mim, para meu corpo, meu espírito e para minha mente. Hoje, consigo me dar ao luxo de tirar as manhãs para meus treinos, fisioterapias, treino de core, aeróbio e alongamento… sim, vai chegar o dia pra todo mundo quando o alongamento é tão importante quanto o treino! E sou muito regrado, para não dizer obcecado, em relação à minha alimentação… Abro raras exceções para eventos especiais, mas via de regra como todos os dias a mesma coisa, faço 6 ou 7 refeições iguais por dia. Todo dia. O segredo não é o que você faz, mas por quanto tempo consegue fazer. No meu treino não pode faltar Foo Fighters e obviamente, a trilha dos filmes do Rocky Balboa dos anos 80.

Você é um cara muito religioso. Em que você crê? A minha relação com a fé foi construída. Eu não fui sempre esse cara devoto que hoje as pessoas estão acostumadas a ver. Apesar de ter sido criado católico, com uma avó que me ensinou a rezar desde muito cedo, eu era aquele cara que ia na missa uma vez por ano, que fazia o sinal da cruz quando o avião ia levantar voo, mas não lembrava de fazer quando pousava. Isso já resume tudo. A minha fé foi despertada dentro de mim pela minha esposa, aprofundada em um momento muito desafiador da minha vida, que foi a batalha contra o câncer da Suzana.
Durante o tratamento dela, ela sempre pedia para que eu pendurasse na janela do hospital a imagem de Nossa Senhora. Ela sempre foi uma pessoa de muita fé, e testemunhar isso de perto me trouxe uma reflexão muito profunda. No auge da minha prepotência eu acreditava que a minha fé inabalável de que sairíamos vencedores era minha! Mas não…depois entendi que o que me dava essa força era Nossa Senhora. Foi um momento de luz, um reconhecimento sobre como o controle da nossa vida muitas vezes não está em nossas mãos, que vai além de nós. Aquele momento me trouxe o despertar da fé. Não existe vitória sem fé e é NECESSÁRIO ajoelhar e entregar. E eu passei a levar esse conceito para todas as esferas da minha vida. Sou, com muito orgulho, um homem de fé e que fala de Jesus e de nossa Senhora na frente de milhões.
O que podemos esperar de Marcos Mion para este ano? A inquietação e a criatividade estão no meu DNA! Estou sempre buscando novas formas de me conectar com o público. Então, pode ter certeza de que coisas boas sempre vêm, para desespero do meu time e da minha família que sempre têm que entender minha obsessão pelo legado que vou deixar. O Caldeirão é sempre meu foco principal, além de alguns projetos que estão em andamento, mas que, por enquanto, não posso revelar. Mas, só para terminar com um spoiler, tem livro novo vindo por aí…

Fotógrafo @pedrodimitrow
Produção executiva @marcia_dornelles
Styling @hfilippo
Beleza @lavoisier
Assistentes @guga_develey @ademir_032
Business Dimitrow @viviarnaldi
Tratamento de imagem @rgimagem
Equipamentos @3t_locadora
Coordenaçao @adrirocha
Video @wallysondennes
Mion veste Dolce & Gabbana, Ferragamo, Louis Vuitton, Cohí, Hugo Boss
Agradecimento Fitó Pina Contemporânea (@fitocontemporanea) e os chefs @cafira e @mario_panezo
Assista o making of: