DESTINO: Islândia – Um dos melhores destinos para amantes da natureza

Ainda fora do radar de muitos brasileiros que viajam à Europa, a Islândia a poucos anos só era notícia por suas erupções vulcânicas. A maior delas, recentemente, fez quase o mundo inteiro tentar pronunciar o nome do vulcão Eyjafjallajökull, depois que ele parou a Europa por uma semana em 2010. Nesse ano a história era diferente, a seleção de futebol da Islândia virou a zebra da Eurocopa e avançava para as quartas de finais estampando a capa dos maiores jornais europeus com a alegria de sua torcida. O feito histórico levou 8% de toda a população da Islândia à França.

Hoje em dia, chegar à ilha virou tarefa fácil. Além da tradicional companhia Icelandic Air, que antes dominava a rota de voos para o país com preços pouco camaradas, a Wow Air opera voos entre as principais cidades da Europa aos Estados Unidos passando pelo aeroporto internacional de Keflavik. Além da maior oferta de voos, a Islândia se desenvolveu como destino turístico de maneira impressionante. A “ring road” oferece aos visitantes a possibilidade de dar a volta na ilha atravessando paisagens maravilhosas com uma oferta enorme de experiências e pontos turísticos. A riqueza e variedade da paisagem faz da Islândia um dos melhores destinos da Europa para os amantes da natureza.

Começamos nossa viagem na simpática capital Reykavik. Situada a quarenta minutos do aeroporto de Keflavik, a capital é normalmente a primeira parada de todos que chegam à ilha. Além de ser um dos poucos destinos que os turistas são capazes de pronunciar, Reykavik é uma capital deliciosa, repleta de pequenas galerias de artes, bons restaurantes e bares. No cardápio, uma variedade enorme de frutos do mar que vão do tradicional linguado aos deliciosos lagostins do Ártico. Na seção bebidas, uma vasta carta de cervejas artesanais capaz de cativar qualquer bom bebedor.

Caminhar pelas ruas da cidade em um fim de semana de verão é a melhor maneira de sentir a boa energia do lugar. A cidade tem uma agenda cultural impressionante e um apetite por exposições pouco convencionais, que variam de arte moderna à coleção bizarra do museu do pênis. Para os que preferem curtir uma boa música, a bela ópera de Reykavik, conhecida como Harp, tem uma programação de qualidade, que vai da música clássica ao Rock ao longo de todo o final de semana. O Rock se estende pelos muitos pubs da cidade fazendo da vida noturna outro grande motivo para conhecer Reykavik.

Nosso plano inicial era cair na estrada no domingo para fazermos a famosa Ring Road, dando a volta completa na ilha. Dessa vez um momento histórico mais positivo que a erupção de um vulcão fez com que mudássemos nossos planos e ficássemos mais uma noite em Reykavik. Um telão gigante foi montado na praça principal para que 50.000 pessoas assistissem ao jogo “Islândia e França” nas quartas de final da Eurocopa. Considerando que a ilha inteira tem pouco mais de 300 mil habitantes, não poderíamos perder esse dia épico. O momento de celebração foi presenteado com um belo dia de sol, no ápice do verão Islandês, com temperatura de 20 graus. No verão, nunca anoitece completamente na Islândia, portanto a festa prometia ser longa e ensolarada. Apesar do resultado desfavorável, a energia nas ruas foi contagiante. Mesmo com boa parte da ilha reunida na mesma praça, a sensação era de paz, alegria e tranquilidade. A simpatia dos Islandeses era tanta que os poucos franceses que balançavam suas bandeiras na praça viraram a casaca no segundo tempo.

SEGUINDO A RING ROAD

No dia seguinte pegamos nosso carro alugado e seguimos rumo ao oeste na Ring Road. A melhor forma de desbravar a Islândia é, sem dúvidas, alugando um carro. e E no verão não é necessário alugar um 4X4. Infelizmente, a alta temporada exige reserva de hospedagem com antecedência, o que demanda um bom planejamento prévio. Outra boa alternativa é alugar um trailer e aproveitar a ótima estrutura de camping da ilha. O grande barato de viajar de carro é o contraste espetacular de paisagens que não vimos em lugar nenhum do mundo. Em um mesmo dia é possível atravessar montanhas verdes à beira mar repletas de fazendas de carneiro, e algumas horas adiante se deparar com geleiras ou um deserto. Cada região tem algo muito especial e simpáticas vilas para usar como base de hospedagem. A ilha ainda conta com poucos hotéis, portanto as melhores alternativas são casas de famílias transformadas em pequenas pousadas onde os hóspedes dividem a casa com os proprietários.

Dar a volta completa na ilha exige no mínimo uma semana, mas quem tiver o luxo de duas semanas de viagem vai poder conhecer cada região com mais calma. Por cada província que passamos, nos surpreendemos com a beleza incrível do lugar, tornando a missão de eleger a região mais bonita impossível. Para quem não tem tempo suficiente para desbravar toda a ilha, usando Reykavik como base, é possível conhecer belas cachoeiras, glaciais, vulcões e fiordes que já dão uma boa introdução à ilha. A principal diferença está na capacidade de sentir a paz e a beleza natural pura das regiões mais remotas e pouco turísticas. No oeste escalamos um vulcão extinto e caminhamos sozinhos em volta de sua cratera. No extremo leste nos hospedamos em uma base de pesquisa de pássaros, acessível por uma trilha de 4 km e debruçada em um fiorde com milhares de ninhos. No norte nos hospedamos em uma fazenda de carneiros, onde os campos terminavam em penhascos com vistas panorâmicas da praia, de onde assistimos a um pôr do sol espetacular de madrugada. No sul, atravessamos um deserto com lagoas de enxofre de cor azul turquesa e gêiseres, até nos depararmos com uma catarata que nos lembrou Foz do Iguaçu.

Depois de dez dias explorando esse país maravilhoso, terminamos nossa viagem na atração turística mais famosa da ilha, as águas termais de Blue Lagoon que ficam a poucos quilômetros do aeroporto. Comemoramos o fim daquela viagem inesquecível com uma cerveja gelada nos vapores vulcânicos. No primeiro gole já elegemos a Islândia como sendo o destino mais bonito da Europa.