DESTINO: Natal, muito além de Ponta Negra e do Morro do Careca‏

Por Mônica Tavares & Adriano Charles / Fotos Alex Uchôa
Que a capital do Rio Grande do Norte é um dos melhores destinos turísticos do Nordeste, todos já sabem. Afinal, por lá, o sol reina quase todos os 365 dias do ano, há uma longa extensão de praias com areias brancas e uma gastronomia de tirar o fôlego. A cidade de 804 mil habitantes recebe em média 2 milhões de turistas por ano ávidos pelas dezenas de belezas naturais daquelas terras. Mas apenas uma delas é mais e famosa, a Praia de Ponta Negra. Como o nome já diz, a região está na ponta sul da cidade, afastada do centro e dos moradores locais. O bairro pertence aos turistas inteiramente e é tanto que os natalenses chamam, ironicamente, a região de Gringolândia, afinal, estrangeiro é o que não falta por lá! E, por isso mesmo, Ponta Negra é uma diversão à parte na cidade. Com seus morros, é possível avistar o mar de praticamente qualquer andar dos muitos, muitos hotéis que tem por ali. Para todos os gostos e bolsos, o que não faltam são hotéis com belíssimas vistas para descansar os olhos e repousar a alma.
Mas Ponta Negra já tem sua fama merecidamente conquistada e a Grande Natal tem muito mais a oferecer. As belezas não terminam no Morro do Careca. E é para além dele que vamos seguir, basta continuar descendo rumo ao sul e conhecer o resto do litoral da região metropolitana da cidade com belíssimas surpresas para o viajante que quer mais que o mainstream! Iniciamos pela Rota do Sol, que nome mais apropriado e convidativo. A primeira parada é a Barreira do Inferno, base de lançamento de foguetes criada com ajuda americana, em 1965. O local, além de ser pioneiro no Brasil, ainda realiza pesquisas espaciais e recebe visitantes ávidos por história ou a fim de apenas uma foto em frente a um antigo avião ou foguete.
A próxima parada é literalmente grandiosa. O maior cajueiro do mundo está lá na sua imensidão de 8.500 m² e com todos os certificados do Livro dos Recordes para provar que ele realmente é único. E quanta originalidade, nada mais tropical e brasileiro que o caju. Lá, o visitante pode se perder no verde, colher e degustar o fruto que estiver ao alcance da mão e subir no mirante para ver até 80% da imensa copa que continua a crescer. Não tem como não ficar boquiaberto com esse recorde. E melhor ainda, o cajueiro fica na praia de Pirangi, onde a gente já pode aproveitar o sol e o mar e um bom peixe no coco, especialidade local. Com muitas barracas na areia, o bom mesmo é sentar por ali e pedir uma água de coco bem gelada. Se isso não bastar, é possível ainda desfrutar das muitas piscinas naturais da Praia de Pirangi e Cotovelo onde é possível ver os peixinhos coloridos fazendo festa na água.
Descendo um pouco mais, a apenas 35 km de Natal, encontramos a Praia de Buzios, no município de Nísia Floresta. Linda, mas perigosa. Mar aberto é preciso ter cuidado com redemoinhos que se formam. Mesmo assim é muito apreciada para a prática do surf. E para quem não curte emoções fortes, vale um passeio de buggy pelas suas dunas.
Na sequência dessa rota do paraíso, chegamos a Tabatinga com mais uma vista de tirar o fôlego. Por lá, as falésias dominam a paisagem e podemos ver, além das enseadas, golfinhos que costumam frequentar a região para encher ainda mais nossos olhos. Então encontramos Cumurupim para coroar esse conjunto de praias do litoral sul. Depois de muito sol e sal, podemos aproveitar a experiência sensacional de um banho refrescante de água doce. É a Lagoa de Arituba que faz a gente agradecer os deuses tantos presentes da natureza. Com muitos restaurantes, toboáguas e até patinhos na lagoa literalmente, o passeio é o preferido das famílias, pois a água azul, rasa e tranquila é um convite tentador. Ainda tem a tirolesa para quem quiser a aventura de atravessar a lagoa suspenso por um fio. Tudo isso a apenas 46 km da capital.
Na volta, quando a fome apertar, a dica é a rústica Casa da Tapioca em Tabatinga. O local funciona no quintal de Dona Maria, há mais de sessenta anos como parada obrigatória para o turista. Com direito a casa de farinha e um forno à lenha são fabricados os tradicionais quitutes nordestinos: tapioca, grude, bolo de mandioca, ou melhor, “macaxeira”, batata doce e o bolo preto (pé-de-moleque).  Dá pra tomar um cafezinho preto e ouvir a maravilhosa trilha sonora de nomes como Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Sinta-se em casa e passe o tempo que quiser, é o que dizem os muitos dizeres fixados nas paredes, mas não se esqueça de colocar a moeda do cafezinho no cofre sob pena da “praga do tapioqueiro”. É melhor não arriscar.
Essas são algumas dicas para abrir os horizontes (literalmente) e mostrar que Ponta Negra faz sucesso e com razão, mas a visita a Natal pode ficar ainda mais marcante se a gente se permitir descobrir a beleza além do Morro do Careca.
Distâncias
Piuim – 18 km
Cotovelo – 21 km
Pirangi do Norte – 24 km
Pirangi do Sul – 29 km
Búzios – 35 km
Tabatinga – 43 km
Cumurupim 46 km
Barreta – 55 km
SERVIÇOCasa da Tapioca – Avenida José Alceu, 1400 – Barra de Tabatinga / Nísia Floresta