O grande fenômeno de audiência que foi a novela “Avenida Brasil” fez questionamentos sociais e estéticos, elevou os índices de audiência, fez a macharada assumir que também assiste novela e revelou grandes talentos. Como é o caso do ator José Loreto, um cara simples, boa praça e muito talentoso. Sua estreia no horário nobre atraiu os olhares femininos e fez os cuecas de plantão invejarem o cara romântico que conquistou a gata Tessália. Atleta do judô e fã incondicional dos dias de sol e praia, Loreto conversou com a MENSCH e falou um pouco da sua trajetória até o sucesso que seu personagem Darkson trouxe para sua vida.
Você passou por um grupo de teatro amador, se formou em artes cênicas pela CAL (Casa de Artes de Laranjeiras, RJ), fez sua estreia em Malhação e foi Mutante na Record. Como foi todo esse processo até chegar ao horário nobre da Globo? O processo foi justamente esse, ter passado por tudo isso até ser chamado para o teste de Avenida Brasil e entrar no horário nobre. Escolhi ser ator aos 17 anos de idade, quando fiz uma peça na escola para apresentar aos pais e alunos. Desde então, nunca parei de estudar e de correr atrás do meu sonho. Sou ator porque nunca me imaginei fazendo outra coisa. Sou apaixonado pelo que faço.
Foi a partir daí que você descobriu sua veia artística e decidiu transformar em profissão? Espelhou-se em alguém? Descobri nessa peça que fiz no colégio. Foi nesse momento que descobri o ator. Me senti muito à vontade no palco e, a partir dali, nunca mais perdi o foco do que queria para a minha vida. Me espelhei em vários artistas incríveis, maravilhosos e que eram (e ainda são) uma grande referência pra mim. Um deles, Marcos Caruso, virou meu parceiro de cena! Nossa… como aprendi com o Marcos!! A generosidade dele é proporcional ao tamanho do grande artista que ele é. Me emociono só de lembrar, sempre!
Malhação é uma porta de entrada e uma grande escola para jovens atores. O que guarda dessa época? Todo mundo fala isso, mas não tenho como negar que “Malhação” é uma grande escola. Não poderia ter começado na televisão em outro lugar. Guardo só boas recordações dessa época. Fiz muitos e bons amigos.
Novela das 21h dá um frio diferente na barriga? Estrear no horário nobre dá um frio diferente na barriga de qualquer um…(risos). Talvez pela responsabilidade, pelo tamanho do alcance que o seu trabalho tem. Mas é um frio na barriga bom, desafiador!
Darkson cativou o público, causou suspiro na mulherada e te colocou em destaque. Imaginava isso tudo? E mais, estava preparado para isso tudo? Não sei se imaginava, mas, com certeza, superou as minhas expectativas. Quando passei no teste para fazer a novela, eu sabia que seria uma oportunidade de ouro. Eu sempre acreditei no carisma do Darkson, na capacidade que o personagem teria de cativar o público. Também sabia que, para isso, ele teria que ser muito bem construído. Me dediquei muito e tentei humanizá-lo ao máximo! Acho que deu certo, né? (risos)… Aproveito para deixar o meu muito obrigado ao João Emmanuel Carneiro.
Depois desse sucesso todo com a novela, as manchetes se dedicaram agora a falar do seu namoro com Débora Nascimento. Isso de alguma forma te incomodou (ou incomoda)? Como lida com a exposição vinda da fama? Não é uma questão de incomodar. Acho que as pessoas podem se dedicar a falar sobre o que quiserem, mesmo que, em alguns casos, não exista o mínimo de veracidade. Prefiro sempre o respeito e o foco no meu trabalho.
O seu personagem em “Avenida Brasil” tinha como função seduzir a esposa de outro homem a mando dele como um teste de fidelidade. Algum relacionamento pode resistir à falta isso? Testar alguém, na minha opinião, também é uma forma de traição, de ser infiel. Acho, no mínimo, desleal. Se alguém tem dúvidas sobre estar sendo traído, essa não é a melhor forma de se ter certeza.
“Avenida Brasil” foi um projeto ousado que apresentou uma forma diferente de contar uma história em novela. Questionou valores e para muitos, expôs uma estética questionável através de personagens populares. Você acha que foi um culto ao popularesco ou mais uma crítica social? Não acho que a novela tenha esbarrado no culto ao popularesco ou à crítica social. Muito pelo contrário! Valores são questionados todos os dias, seja na vida real ou na ficção. Cada um tem a sua “tabela de valores”. Quanto à “estética questionável”, também discordo. Avenida Brasil trouxe uma estética bem próxima da realidade que vemos no subúrbio carioca. Existem muitas Suelens, Darksons e Tessálias por ai.
No fundo seu personagem Darkson, com seu jeito brutamontes, era um cara romântico e sensível. Que chora, que não tem vergonha de expor seus sentimentos. Você acha que hoje em dia o homem está mais sensível, mais romântico? Como você se vê nesse sentido? No fundo, não! O Darkson sempre foi romântico e sensível, apesar de ter mostrado um sedutor no início da trama. Claro que o amor pela Tessália deixou isso mais latente nele, mas a sensibilidade e romantismo sempre estiveram ali… A mesma coisa acontece com os homens de um modo geral. Não é que eles estejam mais sensíveis ou românticos. Eles sempre foram, apesar de só estarem externando mais isso nos dias de hoje. Quanto a mim, me confesso um romântico incorrigível.
O que é mais apaixonante nas mulheres? O que torna uma mulher bonita aos seus olhos? Muitas coisas podem tornar uma mulher bonita ou atraente: uma palavra, um gesto, um olhar… Beleza não é nada sem conteúdo, sem atitude.
Antes você lutava judô. Desde quando pratica e o que aprendeu com esse esporte? Pratico judô desde os cinco anos de idade. Aprendi muito com esse esporte. Minha dedicação aos estudos, minha vontade em descobrir novos horizontes, a disciplina… Devo muito ao judô.
Você morou por 4 meses nos EUA, como foi essa experiência? Tem planos de uma nova temporada fora do Brasil? Foi um período mágico na minha vida! É como se tivesse vivido outra vida. Uma experiência que vou guardar para sempre. Tenho muita vontade de passar longos períodos em lugares diferentes. Fazer um mochilão na Europa! Acho que esse tipo de viagem nos faz amadurecer e enxergar outras culturas sob outro ponto de vista.
Como cuida da saúde e da estética? Sou mais do dia do que da noite. Prefiro acordar cedo, me exercitar na praia e praticar esporte, no mínimo, a cada dois dias. Assim, acabo cuidando da saúde e também da estética sem me preocupar em excesso.
E como cuida da espiritualidade? Alguma religião ou crença? Cuido da mente lendo muito! Também estou aprendendo a meditar, a encontrar mais o meu eixo. Minha religião é Deus. São dele todas as minhas preces e todos os meus agradecimentos.
E pra relaxar, o bom é curtir um bom (ou boa)… Filme, peça e música. Uma boa companhia também é fundamental!
Quais os planos para depois de “Avenida Brasil”? A próxima novela…? Sim. Estou me preparando para viver o Candinho, meu próximo personagem em “O Caribe é aqui”, de Walther Negrão, novela das 18h que irá substituir “Lado a Lado”. Estou muito feliz!
Direção de Produção – Márcia Dornelles
Fotos – Alan Chaves
Stylling – Sued Jr e July Oliveira
Beauty – Fabiano Windres
Assessoria – Georgiana Guinle
Tratamento de imagem – Will Wesa
Agradecimentos – Breno Motta
JOSÉ LORETO VESTE – Terno preto e camisa branca Armani, terno cinza Armani + camisa preta gola V Fast Fashion, camisa polo azul Ellus, calça branca Armadillo, sapatos sociais Jorge Bischoff e sapatênis Armadillo. Agradecimento: Armani (Shopping.Leblon) – 021-2294.2290