Ela não é brincadeira! A atriz e humorista do “Zorra” Karina Dohme encarou um ensaio provocante para a Mensch de deixar você com sorriso de orelha a orelha. A bela ganhou projeção nacional interpretar a carismática Beth na série Sandy & Junior entre os anos de 1998 e 2002. Depois disso, passou por novelas como Malhação, Tempos Modernos, Beleza Pura, Viver a Vida e Insensato Coração. Em entrevista exclusiva ela fala sobre a carreira, relacionamento e o que mais a atrai em um homem. E já deixa avisado: “Não há corpo sarado que ganhe de um homem com valores”.
Vamos lá pro início… onde você nasceu? Sempre desejou ser atriz? Nasci em Americana, interior de SP. Sempre fui uma criança desinibida, que convivia muito com adultos e sempre gostei de me apresentar, desfilar, brincar de teatrinho. Aos seis anos minha mãe me colocou numa escola de teatro e aos sete, quando subi ao palco pela primeira vez com o teatro lotado e fiz as pessoas rirem, descobri que era aquilo que eu queria ser pra sempre.
Você começou sua carreira muito cedo. Como foi esse início? Aos três anos já desfilava para amigas da minha mãe que tinham loja, aos seis já estava fazendo teatro e tinha feito meu primeiro book numa agencia em SP. Meu pai, um alemão super durão não apoiava a ideia de ter uma filha tão nova trabalhando e vivendo nesse “meio”. A condição era para que eu fosse muito bem na escola para poder continuar fazendo meus testes e gravando os comerciais em SP.
Minha mãe não sabia dirigir em São Paulo e muitas vezes fomos de ônibus para os testes, já tivemos que esperar horas na rodoviária para pegar o próximo ônibus para Americana, ou então pagávamos um motorista com parte do dinheiro da “feira da semana”, outras vezes as gravações duravam mais de um dia e dormíamos de favor na casa de algum amigo ou conhecido. Minha mãe sempre respeitou meu limite, minha vontade de ir ou não aos testes, e sempre esteve comigo em tudo e em todos os momentos, não descuidava nenhum minuto. Com o passar dos anos fui ficando conhecida pelos diretores e produtores e aos 11 anos já estava perto das 80 campanhas publicitárias, foi então que passei no teste para “bombons Garoto” que ganhou o prêmio “Profissionais do Ano” e fui convidada para os testes do seriado Sandy e Junior (que na época nem era um seriado ainda, era um projeto piloto para um especial de fim de ano).
Sente saudades da época de Sandy e Jr? Muita! Foi uma fase maravilhosa da minha vida. Éramos uma família, tínhamos um relacionamento ótimo, Nos divertíamos mais do que trabalhávamos. Não tínhamos consciência do tamanho do nosso sucesso e da nossa visibilidade (eram outros tempos, a internet não era como é hoje, não havia redes socias, etc). O seriado foi um marco muito importante na minha vida pessoal e profissional.
Você criou vínculos com o elenco do seriado? Se falam ainda hoje? Sim, muito. A Bruna Thedy (Ritinha) é uma das minhas melhores amigas, com a Fê (Paes Leme) falo sempre, nos encontramos quando as agendas batem, o Vilhena sempre que consigo vejo as peças dele, também falo ainda com o Wagner (Basílio) com o Zé Trassi (Dôdo), com a Camilinha (Bebel), e com a Sandy também tenho contato até hoje, nos acompanhamos no Instagram e sempre que dá corro pra ver um show dela e encontrá-la no camarim.
Como o humor entrou na sua vida? Quando montamos nossa primeira peça de teatro “Sonho de uma noite de verão, de Shakespeare”, minha professora me escalou para fazer o personagem PUC, que era um duende trapalhão, meio travesso e divertido, eu tinha sete anos, foi meu primeiro personagem. Ali, vi que tinha talento para o humor, me diverti demais fazendo. Me lembro que era uma peça misturada com um festival de dança e eu estava sempre em cena, mesmo enquanto as coreografias aconteciam, e eu ficava fazendo “micagem”, divertindo o público. Uma noite a diretora da companhia pediu para me tirar do palco porque o público não estava prestando atenção nas bailarinas e só em mim (risos). Daí em diante sempre preferi e fiz melhor papéis de comédia, também coincidiu de ser escalada mais para esse gênero. Em Sandy e Jr, por exemplo, originalmente minha personagem seria uma amiga invejosa da Patty que era apática e vivia na sombra dela, mas durante os testes os diretores e autores viram minha veia cômica e mudaram o perfil da personagem, criando então a desengonçada e divertida Beth.
O que mais te desafia nessa carreira artística? A falta de rotina, o fato de estar disponível para tudo, pronta para emagrecer, engordar, pintar o cabelo, mudar, estudar e mergulhar em novas realidades para viver outros personagens.
Se não fosse atriz, o que você seria? Fiz faculdade de psicologia e me formei, mas durante os estágios percebi que aquilo não me realizaria, então nunca segui apesar de ter trabalhado meses num hospital e ter sido muito bem avaliada, mas ali não era minha praia. Fui fazer porque achei que me ajudaria a compor personagens e porque acho uma faculdade que todos deveriam ter. Sou alucinada por animais, acho que se não tivesse sido atriz desde tão cedo talvez eu tivesse feito veterinária e me apaixonado pela área.
Quem são seus ídolos, aqueles que a inspiram como atriz? Ah muitos! Marilyn Monroe pela força que tinha, Audrey Hepburn, Scarlett Johansson é maravilhosa, admiro muito porque nossas idades meio que batem e acho ela genial. Johnny Depp incrível e um ícone do humor, que ao mesmo tempo é versátil e sabe fazer outros gêneros tão bem quanto. Matheus Nachtergaele, Hassum, Wagner Moura, Ben Stiller…
Você foi uma das atrizes que permaneceram no elenco do novo programa Zorra. O que você está achando desse novo formato? Como está sendo essa experiência pra você? Foi uma grata surpresa o convite para integrar o elenco do novo formato do programa. Somos uma trupe muito unida, o elenco só tem fera, nos divertimos muito durante as gravações, o clima é excelente. O formato é muito desafiador, temos que viver sempre diferentes personagens, nos reinventarmos a cada programa e às vezes até no mesmo programa interpretamos três ou quatro personagens diferentes. A proposta do programa é dinâmica, um humor ágil, atual, meio ácido em alguns momentos, uma delícia de fazer.
Como é o clima nas gravações? Melhor impossível, nos divertimos, criamos, rimos muito dos textos, de nós mesmos em cena.
Qual seria um papel que você gostaria de fazer e até hoje não fez? Pelo fato de sempre fazer comédia, gostaria muito de fazer algo totalmente desafiador, fazer, por exemplo, uma psicótica ou uma personagem com transtornos psicológicos seria incrível, poderia unir minha faculdade com arte e me experimentar em outros campos.
Qual é a sua maior qualidade? Acho que a generosidade, tenho um coração muito mole e me dói ver todo e qualquer tipo de sofrimento principalmente de animais e de pessoas idosas ou menos favorecidas. Sempre que cruzar com alguém em alguma situação triste ou de sofrimento e eu puder contribuir com certeza vou fazer algo.
Você é alta e magra, biotipo de modelo. Já trabalhou no mundo da moda? O que faz para manter a forma? Apesar de ser magra hoje, já briguei muito com a balança. Tenho estrutura óssea grande, sou de família alemã, tenho bundão, quadril largo… Já fiz alguns trabalhos como modelo fotográfica, mas nunca na passarela, não tenho estrutura fininha e não adianta me matar ou ficar doente pra tentar me enquadrar nesse biotipo modelete.
Você namora? O que um homem precisa fazer para te conquistar? Sim, namoro há três anos e meio. Na verdade, hoje, ele é meu “namorido” porque moramos juntos há quase um ano. Pra me conquistar o homem precisa de basicamente duas coisas: ser integro, e ter senso de humor. Não há corpo sarado que ganhe de um homem com valores, honesto e íntegro, homem de mau humor e sem capacidade de rir de si mesmo e curtir a vida com gargalhadas também não dá.
Fotografia Leon Cipriano
Stylist Willian Duarte
Figurino JR Zurc
Acessórios Paris Bijoux
Make & Hair Leon Cipriano e Willian Duarte