ESTRELA: Talita Younan comemora a boa repercussão da personagem em “Malhação – Viva a Diferença”

 

No ar como a divertida vilã Katarine (K1) em “Malhação – Viva a Diferença”, Talita Younan comemora a boa repercussão da personagem. Esse é o segundo trabalho direcionado ao público jovem na televisão, já que em 2014 fez uma pequena participação em Chiquititas (SBT). Antes de se aventurar no universo da novelinha teen, a atriz integrou o elenco das duas temporadas do fenômeno “Os Dez Mandamentos”, como a romântica Damarina em 2015 e 2016 na Record TV. Paulista de Presidente Prudente de 25 anos, está no Rio há quase 4 anos, tem diversas peças teatrais no currículo entre elas está o sucesso O Mambembe. Já nas telonas, poderá ser vista em breve no longa metragem franco brasileiro Calvário, com direção de Marcio da Rocha, com estreia prevista para 2018. Viciada em chocolate, e como boa representante do interior de SP, é apaixonada por música sertaneja. Para manter a forma não abre mão das aulas de dança e da corrida três vezes por semana.

Da romântica Damarina para a vilã Katarine. Qual trabalho mais desafiador? Os dois são desafiadores e prazerosos, trabalhar com o que a gente ama é sempre muito bom. Cada interpretação tem a sua dificuldade. A Damarina era muito romântica, fofa, carinhosa e sofreu muito durante as duas temporadas de Os Dez Mandamentos. A novela era bíblica, se passava em uma época bem diferente da nossa, costumes diferentes e por isso com um texto bem formal, não podíamos colocar gíria nenhuma, a personagem devia ser mais regrada. A K1 é sapeca, sem limites, uma adolescente que pratica bullying, que vende remédio sem receita, dança funk, apronta mesmo. Muito diferente de mim, mas confesso que tenho uma paixão grande por ela. Me divirto, ela é engraçada e me permite criar muito. Mas ambos trabalhos são especiais.

Uma de suas polêmicas na trama, foi vender remédios para emagrecer. Já fez uso destes artifícios? Nunca fiz. Sempre tive medo de tomar remédios sem receita médica e desde muito nova me cuido praticando exercícios físicos e nunca tive paranoia com meu corpo. Estou feliz em poder falar sobre isso e poder ajudar tanta gente que acompanha nossa novela, servir de alerta, vender remédio sem receita é crime e acontece muito em todos os cantos do mundo, triste realidade. As pessoas querem um corpo perfeito, padrão de beleza e ele não existe.

Qual sua relação com o espelho? Hoje tenho me preocupado mais com a saúde, nunca fui de fazer dieta. Sempre comi de tudo. Sou uma formiguinha, amo doce, sou chocólatra. Hoje em dia, tento diminuir um pouco, mas sem neura. Como o que tenho vontade e como saudável. Procuro manter o equilíbrio. Corro dois dias por semana e faço aula de dança três dias, exercícios que procuro manter com certa frequência.

Como é sua alimentação? Como disse, eu acho que tudo na vida é equilíbrio. Tento comer tudo o que quero com moderação, no fim de semana tem um dia que eu “jaco” total e durante a semana procuro comer saudável. A noite evito doces e frituras. Sempre comi muito e de tudo, mas não sou nem super fitness e nem tão pé na jaca.

Entre as maldades de K1, está o bullying. Na vida real já fez ou sofreu algum? Quem na adolescência não sofreu algum tipo de bullying, implicância na escola… acho que em outras épocas essas atitudes tiveram outras conotações. Hoje, a internet também contribui muito para esse tipo de agressão, as pessoas se escondem atrás de perfis e acabam se sentindo mais capazes de fazer essas maldades. Triste realidade… Nunca fiz ou sofri ou fiquei abalada com essas “zoações”, mas sei que dependendo do gravidade mexe muito com as pessoas, ainda mais com os jovens. Muito importante esse assunto ser tratado em Malhação. As pessoas precisam ainda ver que existe preconceito, falta de respeito pelo diferente…

Falando em preconceito, a Katarine deu um beijo na boca de Lica (Manoela Aliperti) durante uma festa logo no início da trama. Como foi a repercussão? A melhor que poderia esperar do público que nos acompanha. Fomos surpreendidos com diversas mensagens de apoio e carinho, demais! É bom ver que as pessoas estão com a mente mais aberta, que o que importa é o amor ao próximo, todo mundo tem que ser respeitado independente das suas escolhas de vida, opção sexual… Eu defendo muito a cultura LGBT. Trazer isso à tona principalmente no mundo jovem é muito importante porque eles são nosso futuro, nós somos o futuro.

Até conseguir uma boa oportunidade, sei que batalhou por um lugar ao sol. Quando e como foi esta decisão? Eu sai da minha cidade, Presidente Prudente, com 17 anos, mudei para longe da minha família e dos meus amigos para a capital – São Paulo, onde não conhecia ninguém. Era o maior sonho da minha vida trabalhar como atriz profissionalmente, e eu sabia que continuando na minha cidade eu não conseguiria. Eu já estudava teatro desde os 9 anos e estava em uma das melhores Cias de teatro da cidade, fui muito incentivada por amigos de lá e meu professor Thiago a ir para São Paulo. Eu trabalhava de vendedora em uma loja na época e a dona quando foi assistir uma peça minha quase me expulsou e praticamente me obrigou a mudar de cidade. Digo que ela foi minha fada madrinha, Lia Pesian, foi ela a responsável por tudo. Conversou e convenceu a minha mãe, conseguiu um emprego pra mim em São Paulo e me deu aquele empurrãozinho que eu precisava.

Sair de casa cedo foi o mais difícil? Com certeza foi a decisão mais difícil da minha vida!  Era filha única até os 15 anos de idade. Agora tenho um irmão de 9 anos. (Pedro Younan). Eu não sabia cozinhar, fazer nada em casa. Tinha receio de sair de casa e começar uma nova vida em um lugar desconhecido e longe de todos.

 

Em algum momento pensou em desistir? Nunca! Mesmo nos momentos mais difíceis, sozinha em São Paulo, desistir não estava nos meus planos. Tive pessoas essenciais que me ajudaram muito quando eu estava triste, pra baixo. Jamais passou pela minha cabeça abandonar meu sonho. Não existia um plano B, por isso meu plano A não poderia dar errado. Até hoje, mesmo adaptada, tenho momentos de incerteza, insegurança, tristeza, solidão e claro, muitas saudades, faz parte.

Como foi trabalhar em loja e o início da carreira artística? Quando mudei para São Paulo fui direto trabalhar na loja da Fabiana Justus, Pop Up Store. Comecei como vendedora e depois fui promovida a sub gerente. Trabalhava às vezes 12 horas por dia. Era gostoso, eu adorava. Desde os 15 anos, junto com o teatro, conciliei vendas. Mas chegou uma hora que tive que abrir mão, pois estava vivendo para a loja, para a equipe, nem nos estudos eu estava conseguindo 100% de presença. Daí veio a segunda decisão mais difícil. Deixar um emprego estável e fixo para correr atrás de algo que eu não sabia nem por onde começar. Mas encarei de coração aberto! Comecei a ir nas agências levar meu vídeo book e foi assim que as coisas começaram a acontecer, fiz publicidade, campanhas, vídeos internos, fiquei em cartaz, me dedicava só para isso. Me vi no momento mais feliz da minha vida até então. Estava sobrevivendo e ganhando dinheiro da minha arte.

Morar sozinha não é fácil. E agora, depois de tanto tempo da “tal independência”, como estão as coisas? Já moro longe dos meus pais há 8 anos (4 em São Paulo e 4 no Rio). Posso dizer que me superei! Minha mãe não acredita que sou a mesma Talita, lá de Presidente Prudente. Já dividi apartamento com amigos, com colegas e fui juntando experiências e receitas. No começo, falava com a minha mãe diversas vezes por dia para perguntar algo sobre casa, cozinha… nem arroz eu sabia fazer. Agora me viro muito bem, nada de pratos muito elaborados, mas minhas comidas básicas são deliciosas. Limpo, passo, lavo, troco lâmpada, prego quadros, faço tudo que precisar. Só o feijão que ainda me sinto insegura de fazer por conta da panela de pressão, minha avó e minha mãe sempre me colocaram esse medo.

Em 2018 estará nas telonas no longa Calvário. Como foi essa experiência? Foi um processo diferente. Nunca tinha feito cinema antes, fiquei encantada. Estamos falando no filme sobre violência contra transexuais. Na história sou Stela, filha da atriz Stela Rocha, franco brasileira, com quem aprendi muito sobre esse tema. Está rolando um movimento de conscientização sobre esse problema que é grave no Brasil, país onde mais se assassina homossexuais. É importante falarmos cada vez mais sobre esse assunto, termos artistas como a Maria Clara Spinelli, o Pablo Vittar, Silvero Pereira que simbolizam essa luta e que diferentes pessoas na música, na TV, no cinema se mobilizem e se expressem cada vez mais. Foi um grande presente ter sido escolhida pra fazer uma personagem tão delicada e fico feliz de ter contribuído para esse movimento.

Namora o também ator Antônio Saboia. Como é essa relação, se ajudam profissionalmente? Sim! É uma troca muito gostosa. Batemos textos, assistimos filmes, conversamos muito sobre as personagens. Ele é um parceirão!

Além do chocolate, tem outras paixões? Sou apaixonada por dança e por séries.

O que costuma fazer nas horas vagas? Que curte ler, ver e ouvir? Estamos gravando muito, então é difícil ter um tempinho vago, porque quando estou em casa é estudando. O livro que tem me acompanhado nas gravações é a biografia da Rita Lee, estou amando. Adoro ir para aula de dança, atividade que tento manter com frequência, pelo menos três vezes por semana. Amo ver séries, eu e o Antonio sempre estamos acompanhando uma, a da vez é Crime Time. Adoro assistir esses programas de música sabe? The Voice, Popstar… Sou alucinada pela música sertaneja, cresci ouvindo isso, ouço todos os dias, é um dos meus vícios.

Fotos Gustavo Paixão
Stylist Erick Maia
Beauty Lucas Almeida
Talita veste: Look 1: Cropped Florinda, Calcinha Bana Bana, Kimono Morena Rosa, Sandálias Dicristalli; Look 2: Body Bana Bana; Look 3: Cropped Bana Bana, Hot Pants CorpoLeve Beach; Look 4: Biquíni Bana Bana, cardigan Zara, Acessórios acervo pessoal.