Ícone da fotografia mundial, o brasileiro Sebastião Salgado tem um olhar apurado quando se trata de fotografar o homem e a terra onde vive. Seu mais novo livro, Amazônia, traz fotos de matas, rios e montanhas da região amazônica, como o Monte Roraima. Num momento mais que oportuno em meio à crescente preocupação, no Brasil e no exterior, com a conservação da Amazônia. O livro virou exposição que foi aberta ao público na Filarmônica de Paris em setembro passado.
São 200 grandes painéis fotográficos sobre a região amazônica, que foram tiradas entre 2013 e 2019 durante viagens de Salgado à Amazônia. A exposição também inclui imagens de tribos indígenas que habitam a região. A exposição vai passar ainda por Roma, Londres, São Paulo São Paulo que começa nesta terça-feira (15) e no Museu do Amanhã (RJ) a partir de julho. A curadoria é da ambientalista Lélia Wanick Salgado, que contou com a contribuição do arquiteto Álvaro Razuk na distribuição de obras pelo espaço — ele também cuidou da expografia nas Bienais de São Paulo em 2016 e 2018.
Entre as fotografias, o livro e a exposição trazem imagens pouco conhecidas do país, de rios, matas e montanhas da Amazônia. Ao longo de quatro décadas, o fotógrafo fez registros da floresta em 48 viagens, onde também foram fotografados diferentes povos indígenas que vivem na região. Um belo exemplo disso é o Monte Roraima, localizado na Tríplice Fronteira do Brasil com a Venezuela e a Guiana, que possui uma fauna e flora que ainda são um mistério para a humanidade. Assim como registros fotográficos de tribos indígenas que habitam a Amazônia, e levam a vida de um modo associado à natureza.
Ao todo, Lélia, que é casada com Salgado, selecionou mais de 200 fotos em preto e branco feitas entre 2013 e 2019. São retratos de integrantes de etnias indígenas e de paisagens variadas que dão conta da grandiosidade dos territórios e dificuldades enfrentadas para a preservação desse bioma, que está presente em oito estados do Brasil. O livro e a exposição servem como um grito de alerta para uma região que segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), registrou 28.060 focos de queimadas em agosto – número acima da média histórica e terceiro maior índice para o mês desde 2010, perdendo apenas para 2019 e 2020.
SERVIÇO: Sesc Pompeia. Rua Clélia, 93, Pompeia, ☎ 3871-7700. Ter. a sáb., 10h/21h. Dom. e feriados, 10h/18h. Grátis. Até 10/7. sescsp.org.br.