Não há dúvidas que cabe para Thomas Baccaro a máxima de que o homem é produto do meio. Filho e enteado de artistas, cresceu em um meio de pura efervescência cultural, e nada mais natural que tomasse para si o caminho da arte. E tendo o talento natural para tal, nada mais inquestionável que o caminho esteja repleto de boas histórias para contar. Histórias em imagens, de imagens, que nos fazem imaginar e acreditar nas infinitas possibilidades que a vida nos oferece.
Seja na publicidade, no autoral ou onde mais se meta a clicar, Thomas leva técnica e respeito embebidos pela paixão de fotografar. O resultado não poderia ser outro que não o deleite aos nossos olhos. São mais de 32 exibições em seu histórico artístico, através de experiências pessoais e profissionais nos últimos anos, aonde vem desenvolvendo maior interesse e respeito pela linguagem artística.
Baccaro já trabalhou em vários estúdios de fotografia dentro de agências de publicidade, como DPZ e Almap BBDO. Foi assistente pessoal de importantes fotógrafos, como Mario Cravo Neto, Claudio Edinger, Thomas Susemihl, Manolo Moran, David Zalben, Marcelo Lerner e Silvio Pinhatti, entre outros. Recebeu vários prêmios consecutivos como da Mostra Istituzionale Forte Sangallo di Nettuno Contemporary Art (primeiro prêmio), bem como o “Prêmio Jovem Revelação” (primeiro prémio) no Museu de Arte Contemporânea Americana só para citar alguns. Atualmente, vivendo em Nova York, Thomas levou para a Big Apple as histórias vividas e observadas no sertão brasileiro com maestria poética e imagética.
Thomas, quando você descobriu a fotografia? Como ela te conquistou? Desde a infância convivi com artistas como o cineasta Hector Babenco, o fotógrafo Mario Cravo Neto – que foi decisivo na minha escolha profissional – e também meu pai Giuseppe Baccaro. Todas essas referências fizeram com que eu trilhasse o caminho das artes.
O seu trabalho é intuitivo? Sim, atualmente moro em Nova York e estou sempre com uma câmera portátil registrando tudo.
Como é sua rotina de trabalho? Na verdade não tenho muito uma rotina, ainda faço alguns trabalhos que envolvem publicidade e, é claro, o tempo que sobra estou fotografando.
O que você pretendia quando fez a série de fotos sobre o sertão brasileiro? Queria apresentar a minha experiência, como as pessoas vivem bem e são felizes com o pouco que têm. Na maioria das vezes, elas não têm muito acesso às informações do que acontece nas principais cidades, estão entregues ao seu destino, com um ritmo próprio e uma profunda fé́.
Após sua exposição “New York Street View” quais são os próximos projetos? Tenho uma exposição marcada agora para março em São Paulo. Também tenho plano de fazer uma viagem para a Ásia e produzir um ensaio.
Quem são seus ídolos na fotografia? Ah, são tantos! Mas vou eleger apenas dois: Mario Cravo Neto e Henri Cartier-Bresson.