O faro fino de Paula Rossetto com o mercado de luxo paulista foi sendo construído ao longo de sua trajetória até se tornar uma referência na área. Trajetória essa que começou em 2015, mas que em 2017 enveredou pelo luxo em morar bem. Principalmente durante e após a pandemia, o mercado está cada vez mais aquecido e com possibilidades de grandes negócios. E Paula, sempre atenta às novidades, não deixa passar uma ótima oportunidade de negócio. Para entender melhor esse mercado e como investir de forma mais assertiva, a MENSCH bateu um papo com Paula.
Paula, como você começou a trabalhar no mercado imobiliário de luxo? Comecei no mercado imobiliário em 2015, obra do destino mesmo, apesar da minha formação me ajudar muito nessa jornada, sou formada em Relações Públicas. Já o mercado de luxo começou a me encantar ainda mais em 2017, quando lançamos um projeto na Vila Olímpia, que inclusive fui campeã de vendas. Acho que o brilho daquele projeto me levou além. Desde então, comecei a escolher os projetos que valiam a pena como investimento. É quase um faro, quando recebo o material ou entro no stand sei se é uma boa aposta. Me encanta ou não, e só vendo o que eu amo ou compraria de fato.
E como anda este segmento após o período de pandemia? É verdade que durante a pandemia se investiu muito nesse mercado? Sim, na pandemia as vendas aumentaram consideravelmente. Inclusive os apartamentos maiores. Acredito que as pessoas pararam mais para olhar pra dentro de suas casas, e queriam mudanças. Além da pandemia, o setor é seguro e conservador, ainda mais em São Paulo. A cidade encerrou 2022 com alta de 15,52% nos preços de aluguel. E a valorização do m2 é um bônus a parte.
Como você avalia esse mercado de alto padrão em São Paulo? Tem surgido muitas novidades? São Paulo tem um público exigente, isso acaba desafiando as construtoras a inovarem, investirem em sustentabilidade e cada vez mais buscarem a perfeição. Temos projetos com assinaturas internacionais que quebram paradigmas. Plantas funcionais e que podem ser redesenhadas. Tudo vai da necessidade do cliente, temos lançamentos incríveis, no Jardins e Moema, por exemplo, falamos de apartamentos de 280 a 460m². Duas grandes apostas.
Quais os bairros de alto padrão para se ficar atento? Quais merecem o investimento? Eu falo que estar próximo ao Parque Ibirapuera, já é clichê, mas todos amam. É claro que temos alguns bairros com chances maiores de valorização, como Campo Belo e Vila Mariana, que andam se destacando. Para acertar, é preciso saber se a ideia do cliente é locação ou revenda, o “time” e o budget.
O que podemos considerar um apartamento de alto padrão? Qualidade do acabamento, possibilidades de layout, região e design.
E qual o perfil desse público? O que eles mais procuram? Muitas vezes, esse público quer tudo, quadra de tênis, piscina coberta, área verde, planta reversível, 4 vagas… Mas, sempre abrem mão de uma ou outra exigência, porque por mais que tentamos, e tentamos muito, não conseguimos ter tudo em um único projeto. O que vejo ser mais importante para meus clientes, é a projeção de vida no endereço e projeto que visitamos ou falamos sobre. Cada vez mais, vejo eles se sentirem pertencendo ao conceito, projeto e ideia, é um processo que me encanta.
E sobre os studios, ainda vale a pena investir? Quais as dicas para quem pretende investir nesse perfil de imóvel? Vale e como vale. Studios sempre vão ter demanda, o leque é amplo. Atendem empresários que passam a semana em SP, médicos e estudantes que não ficam muito em casa, servem como pouso para turista, e até como home office para aqueles que não conseguem trabalhar de casa. A dica principal é buscar qualidade, localização e preço, para ter uma rentabilidade atrativa, vale a pena buscar lançamentos ou projetos em campanha.
Casais recém-casados ou solteiros seriam o perfil atual para os estúdios. Mas existem diferenças de interesses. Quais seriam? Os casais normalmente preferem a divisão do dormitório, os studios acabam sendo menos funcional a longo prazo. Já para os solteiros é conforto e praticidade, inclusive pelos serviços pay-per-use que muitos oferecem, imaginem que hoje temos administradores que oferecem café da manhã na sua porta através de um app.
Qual a rotatividade de um estúdio. O que um investidor deve ter em mente na hora de adquirir um? Hoje o giro maior é de endereços mais tradicionais, proximidade pela Av. Paulista, Oscar Freire, Parque Ibirapuera, e Allianz parque por exemplo. Quando o investidor busca só preço, ele abre mão de localização ou qualidade, e justamente a somatória dos três fatores que fazem a diferença. Tenho clientes que ganham 1.2% ao mês, outros que se arrependem por não terem comprado mais. As oportunidades boas, costumam zerar no lançamento.
Qual a sua definição de morar bem? Infraestrutura de bairro, lazer próximo, segurança, estar perto do trabalho e ou escola, é importante.
Chegou o momento de relaxar o que você procura? Os parques da cidade me agradam muito, gosto de uma boa caminhada, uma sessão de cinema ou teatro, uma tarde no spa, e claro, conhecer novos restaurantes. Essa cidade tem muitos lugares bons para comer, sou uma boa taurina.
Quais os planos pessoais e de trabalho para este ano? Quero aumentar minhas conexões com meus clientes, alguns já são grandes amigos, mas quero ter mais tempo para essa troca que acho sempre de grande aprendizado e valia. No trabalho, quero continuar estudando e me aprimorando cada vez mais, o mercado carece de profissionais dedicados, isso se torna um grande diferencial e auxiliar meus clientes é o que eu gosto de fato, então espero fazer isso cada vez com mais maestria.