Gaúcha criada no Paraná. Fotógrafa de gente, do retrato ao sensual, realiza ensaios de auto-retrato reconhecidos pelas comunidades de fotografia do Facebook como os mais belos e instigantes. Inspirada nos grandes mestres da pintura que retrataram o corpo da mulher em todo o seu esplendor, Raquel Duarte se oferece aos olhares masculinos (e femininos) em imagens que provocam reações intensas medidas pelos comentários a cada fotografia apresentada.
Raquel, qual o prazer em se fotografar? Passa pela autoestima ou pelo prazer de quem vê é que te instiga? O auto-retrato é o lugar onde posso ser o que sou, o que sinto que sou e o que vejo que sou — e o que não sou—, entre esses vários corpos em que habitamos. Não limito a minha fotografia a um conceito, já que é exatamente no não-limite por onde quero percorrer. Meus autorretratos permeiam o caminho da sensualidade, claro, da feminilidade. A real intenção do autorretrato, mesmo que às vezes eu me perca nisso, é o corpo num sentido plural: físico, imaginário, entregue, representado, censurado, fragmentado. Se existe algum objetivo ou significados por trás de minhas fotografias, são construídos a partir do olhar de quem observa. O que pode ou não coincidir com os que eu concebi no meu ato fotográfico.
Onde busca inspiração para seus autorretratos? Meu estilo fotográfico se expressa muito no aproveitamento da luz natural, inspirando-me em modelos — tanto na pintura quanto na fotografia — que surpreendem pela criatividade e pelas várias formas de manifestar a beleza feminina. O meu processo criativo é muito orgânico, pois mantenho a mente aberta e as ideias surgem como uma torrente à medida que fotografo. Meu ponto de vista é emocional, e quero que isso se reflita nas minhas imagens. Meu estilo é uma combinação de clássico (principalmente da pintura de nus), do sensual, do romântico e do erótico. Gosto tanto de ambientes interiores quanto de locações externas, buscando quase sempre a luz natural para dar um clima às imagens.
Posar para outro fotógrafo é tão bom quanto posar para si mesma? Produzir um autorretrato é mais difícil exatamente nesse sentido da ubiquidade, ou seja: ser o olhar atrás da câmera e, ao mesmo tempo, o corpo a ser fotografado. Entretanto, há uma maior liberdade no risco, nos movimentos, na busca em entender e problematizar a própria imagem (esse fluxo contínuo). Há sempre, porém, uma expectativa maior ao ser fotografada por outra pessoa, no sentido do que o olhar do outro irá me revelar. É preciso acontecer certa conquista e existir cumplicidade. Preciso me sentir segura quanto ao profissionalismo do fotógrafo e ter certeza de que ele estará fazendo de tudo para que eu fique o mais bonita possível. Ser fotografada e me auto-fotografar. São revelações diferentes, mas ambas prazerosas.
O que te atrai na fotografia e o que ela te provoca? Fotografia para mim não é ver, é sentir. Se você não consegue sentir aquilo que está vendo, você nunca conseguirá fazer com que os outros sintam alguma coisa quando virem suas fotos e conhecerem seu trabalho.
Por falar em provocar… Hoje você está casada, mas, quando solteira, como você provocava uma pessoa que achava interessante? Por ser autoconfiante, nunca tive dificuldades de atrair olhares. Ter classe é também primordial. Mas era exatamente quem não me observava apenas fisicamente é que me instigava muito. Aquele olhar em busca de algo além da aparência é que me provocava e me estimulava a seduzir, a pôr em prática o meu diferencial.
No jogo da sedução, o que vale e o que não vale? Pra mim, o mais importante no jogo da sedução é a autenticidade. Não vale criar personagens. Nada é mais sedutor que uma pessoa simples, alegre e positiva.
Qual parte do seu corpo acha mais bonita? E o que admira nos homens? Difícil, sou satisfeita com absolutamente tudo em mim. Mas gosto bastante do meu bumbum. O que mais admiro nos homens é a lealdade. Ser leal e ser fiel são duas coisas diferentes. E ser leal é estar sempre atento a seus princípios, a seus valores pessoais, e não se desviar do caminho que você acha certo. Gosto do tipo de homem que defende o que acredita ou em quem acredita.
Que tipo de programa faz mais sua cabeça: um jantar a dois ou uma balada mais agitada? Gosto de preparar o jantar acompanhado de um bom vinho e de uma conversa muito agradável e envolvente.
O que os homens ainda não sabem sobre as mulheres (e precisam saber urgente)? Que muitas vezes para a mulher a conquista é só por uma noite, e por isso deve ser intensa e inesquecível.