NOVA ERA: GRAZI GONÇALVES – A ARTE DE SE FAZER FELIZ

Grazi Gonçalves é estilista, santista, autora do livro “Se não eu quem vai fazer você feliz – Minha história de amor com Chorão” (ed. Paralela), lançado em setembro de 2018 onde conta a história dos dois desde que se conheceram até últimos dias da relação, além de fazer uma reflexão sobre o que viveu. Destaque nas redes sociais, ela é arte em todas as suas vertentes, vivência valiosas resultantes de sua história de vida. Superação e otimismo permeiam suas postagens. Graziela se mostra sempre com o pé na realidade, um apurado senso estético e inteligente de sobra.

Na madrugada de 6 de março de 2013, uma quarta-feira, eu junto ao uma legião de faz perdíamos um dos maiores ídolos do brasil, o Alexandre Magno Abrão, o chorão vocalista e líder do Charlie Brown Jr, e Graziela Gonçalves perdia o grande AMOR da sua vida. Grazi, tinha 23 anos quando conheceu o Chorão. Uma paixão que virou amor, casamento e uma parceria linda de quase 20 anos. Grazon, como ele a chamava, estava lá quando o Alê, como ela o chamava, deu os primeiros passos para criar o Charlie Brown Jr. (na época, só Charlie Brown). A musa inspiradora do chorão, Grazi bateu papo incrível com a gente, e trazendo a novidade do seu segundo livro.    

Nova Era: Como foi para você dar um “stop” na vida nessa pandemia Grazi, o que mudou na sua rotina? Acredito que não está sendo fácil pra ninguém lidar com o isolamento e com a ameaça constante de ser infectado com uma doença que já matou mais 166 mil brasileiros. Doença sobre a qual ainda não sabemos tudo ou muito pouco e que expôs ainda mais as fraturas da desigualdade social no nosso país. Na minha vivência até agora nesse contexto, inicialmente a sensação de impotência e medo me paralisaram, mas depois procurei perceber que todo esse caos me oferecia uma oportunidade única de dar um mergulho em mim mesma, de olhar para questões que essas sensações estavam escancarando dentro de mim. Não é nada fácil encarar as próprias sombras, mas tem sido um aprendizado muito valioso, como aceitar a minha fragilidade e que “estar no controle” é uma grande ilusão.

Você e o Alexandre (Chorão) tem muitos anos e muitas histórias juntos, dentro da linha do tempo do amor e relacionamento. Como você decidiu o que deveria estar no livro? Decidi pela mensagem positiva, de união, de amor. Não deixei de falar de algumas situações problemáticas, mas quis dar ênfase a tudo de melhor que vivemos.

Quando você se sentiu segura emocionalmente para escrever e falar dessa história? Recebi o convite para escrever o livro após dois anos da morte dele e demorei mais três para que a obra chegasse no formato final. Acabou sendo um processo terapêutico maravilhoso que me ajudou a equacionar muitas questões.

Após a morte do Alexandre, você viveu momentos bem difíceis, não só por conta do seu próprio luto, mas por conta de todas especulações, questões com familiares e acusações. Como lidou com isso Grazi? Com o apoio da minha família e amigos, mas principalmente porque eu sempre soube que fiz tudo o que eu poderia ter feito na época.

Se passaram sete anos da morte do Alexandre, como está sua vida hoje? Levo a vida de maneira leve, assimilando todo o aprendizado que essa experiência me proporcionou.

Quais as melhores lembranças você vai guardar pra sempre da sua história com o Ale? Quando penso na minha vida com o Alexandre o que vem é um sentimento lindo de parceria e amor, muito aprendizado e uma imensa gratidão por tudo que dividimos no tempo que essa vida nos deu juntos.

Todo mundo sabe que você era a musa inspiradora do chorão. Das músicas que ele fez para você, qual é a sua predileta? Tem várias que eu amo, como Ela vai Voltar, mas não posso deixar de falar de Proibida pra Mim, que conta como nos conhecemos e que foi e é um dos maiores hits da banda até hoje.

Segundo livro, o que podemos esperar por aí? Vou contar sobre as lições da minha trajetória desde a morte do Ale até hoje, passando por altos e baixos e como cheguei na mulher que sou hoje. Não é um “manual de superação” e sim um relato e reflexões sobre a minha experiência. 

Quem é você na Nova Era Grazi? Sou uma mulher em constante transformação, cada vez mais buscando estar em sintonia comigo mesma e com o mundo ao meu redor. Com muito mais coragem de enfrentar minhas próprias sombras. Hoje tiro elas pra dançar sem receio de perder o ritmo.