Hoje o mundo da moda perdeu um de seus ícones de elegância, o estilista Pierre Cardin, que faleceu hoje aos 98 anos em Paris. Nascido em Veneza, na Itália, ele se naturalizou francês depois que seus pais fugiram da Itália a fim de escapar do fascismo.
Em 1944, ingressou na casa Paquin, em Paris, da renomada estilista Jeanne Paquin. Ali, foi responsável pela criação dos figurinos do filme “A bela e a fera” (1946). A sua trajetória foi marcada por encontros como a época em que se tornou aprendiz do então desconhecido Christian Dior em 1947, em seguida com Yves Saint Laurent (foto abaixo) e alguns anos depois chegou a ser mentor do estilista Jean-Paul Gautier, quando Gautier tinha apenas 18 anos.
Vanguardista, o estilista foi um dos responsáveis pela retomada da alta costura na França pós-guerra e ícone do “prêt-à-porter”. Também introduziu grandes tendências da moda, como as coleções exclusivamente masculinas e as peças unissex.
ÍCONE DA PRÊT-A-PORTER
Conhecido por usar um estilo futurista e geométrico, redesenhando a moda francesa do pós Segunda Guerra Mundial, a grife está hoje presente em 140 países do mundo e vai muito além das roupas: suas licenças de uso englobam de bicicletas a colchões, de cigarros a cortinas.
Cardin também é considerado o primeiro estilista de alto luxo a desenhar uma coleção “prêt-a-porter”, uma linha de roupas “pronta para vestir” para um público não atendido pelas grifes à época. Foi criticado por “popularização”, mas seu gesto foi seguido nos anos seguintes por praticamente todas as grandes maisons.
Nos anos 1970, Cardin deixou sua assinatura em uma nova versão do traje espacial da NASA, vestiu os The Beatles e celebridades como as atrizes Sharon Stone e Charlotte Ramplig, o cantor Alice Cooper e a top model Naomi Campbell. Em 2019, no Festival de Veneza, foi lançado um documentário intitulado “House of Cardin“, onde celebra o talento do estilista com entrevistas inéditas e inúmeras imagens de arquivo contando sobre sua vida e o legado do icônico estilista. “Não sou do tipo que se contenta com o que já foi feito e aceito. Eu estou feliz com o presente, mas nunca dou meu trabalho como terminado”, diz Cardin em uma das passagens do documentário.