ENTREVISTA: João e Teto Marinho, a cumplicidade, o respeito e a admiração entre pai e filho‏

Ser pai nunca foi ou será uma tarefa fácil. Educar em meio a tantas influências negativas e perigos é quase uma batalha. Saber se faz certo quando nega ou consente algo a um filho é praticamente um dilema diário. Mas ainda assim, há que consiga, por amor, intuição e exemplo, ser um bom pai, formar um bom filho e presentear o mundo com uma pessoa repleta de valores e princípios de fraternidade e respeito ao próximo. Nesta entrevista você perceberá que João Marinho, mesmo iniciando a paternidade ainda muito jovem, tendo muitos afazeres profissionais e curtindo a vida, soube fazer de Teto, um de seus dois filhos (o outro é uma menina), um bom menino, que tem no pai o grande exemplo de sua vida e a referência para o dia em que também, se tornar pai.

 

ENTREVISTA JOÃO MARINHOJoão, como empresário de sucesso, tenta fazer com que o seu filho se espelhe em você para também ter sucesso profissional? Para mim sucesso e felicidade encontramos nas pequenas coisas do dia a dia, desde um amanhecer até um simples jantar em família. Meu filho ainda é muito jovem e acredito que o caminho da felicidade ele certamente ira encontrar. Se for no mundo empresarial ou em qualquer outra área contará sempre com meu apoio.

Quantos anos você tinha quando Teto nasceu? 25 anos. Como foi o impacto de ser pai naquele momento? Ser Pai muito novo mudou completamente minha vida. Me trouxe uma responsabilidade nunca antes experimentada. Passei a me concentrar muito mais no meu trabalho, pois inevitavelmente essa responsabilidade passou a ser um fator preponderante na minha vida. Qual a parte mais difícil? A parte mais difícil foi abrir mão da convivência dos meus amigos solteiros, pois a maioria não casou e não teve filhos na idade que tive. Também senti um peso muito grande de supostamente me tornar um chefe de família ainda muito novo.

O que você tem aprendido com seu filho? As lições são muitas, uma troca inesgotável de aprendizados e ensinamentos que certamente enriquecem os dois.

É difícil manter o controle do que dar acesso a Teto sem parecer que a vida é muito fácil? Como definir o valor das coisas? Do que pode ser dado e do que ele deve conquistar. Tento através de muito diálogo fazer com que ele entenda que o material não é o mais importante, por mais que sejamos cercados de uma vida muito confortável. Desde cedo, escolhemos, eu e Silvana, o Colégio Conviver, pois ali percebemos que o ensinamento condizia com valores muito mais importantes do que os valores materiais. A influência não e só dos pais, mas sim de um conjunto que formará o caráter dos filhos, tais como escola, família, amigo, etc.

Vocês têm uma relação de amizade, até pela pouca diferença de idade e pelos gostos, mas quando precisa assumir o papel de pai, como fica? Complicado. A distância é muito pequena, às vezes me sinto como um irmão mais velho, porem sei que não o sou. Por outro lado, tenho em casa um filho amigo, que hoje convive muito perto e que os meus amigos, também são seus amigos e vice-versa.

 

A relação que você tem com seu filho foi muito diferente da que você teve com seu pai? Em parte, pois não tínhamos amigos em comum, porém, sempre tive um pai presente, amigo e conselheiro. Eu gostava muito de conviver com os amigos dele, mas pela diferença de idade, ele não convivia com os meus e nem frequentávamos as mesmas festas, como é o meu caso com Teto. Acredito que minha boemia veio do convívio com meu pai e seus amigos, que sempre estavam na casa dele tomando um whisky e eu me fazia presente na maioria desses encontros.Existe algo que você gostaria de ter tido com seu pai que hoje em dia proporciona ao seu filho? Gostaria de ter feito viagens para conhecer melhor outros países e outras culturas, mas infelizmente não tive com meus pais e fico muito feliz de hoje poder proporcionar a meus filhos.

Acontece de um pedir conselho pro outro? Acredito que a palavra certa não seja conselho, estamos sempre conversando e opinando um na vida do outro. Coisa de amigos.

Qual a maior qualidade e o que você ainda gostaria de mudar nele? Não gostaria de mudar nada nele e acho que a sua maior qualidade é a sinceridade. Muitas vezes chega a ser surpreendente a forma como ele fala de certas coisas que muitos filhos não falariam para seus pais.

Qual a maior lição que você quer deixar para seu filho? A maior lição é que a vida deve ser vivida com muita felicidade, contanto que essa felicidade não prejudique outras pessoas.

 

 

 

 

ENTREVISTA TETO MARINHO

Seu pai é charmoso e faz sucesso entre a mulherada. Da sua parte rola um certo ciúme de ter um pai cobiçado ou rola um orgulho?
Orgulho, com certeza! Ter um pai como o meu é para poucos, e se faz sucesso entre as mulheres é porque ele é uma pessoa diferenciada. Nunca rolou ciúmes não, nós levamos esse tema na brincadeira.Teto, o que você mais curte no seu pai? Nossa relação. Diferentemente da maioria dos casos, eu e meu pai temos, além da normal relação entre pais e filhos, uma relação de fraternidade. Nós nos tratamos como irmãos, com todo respeito, claro.

Quando você olha para o seu pai pensa em ser como ele quando você também for pai? Com certeza. Pretendo ter com meu filho uma relação muito parecida com a que eu tenho com meu pai. É algo realmente incrível de se ter, e espero que meu filho se orgulhe de mim assim como me orgulho do meu pai.

Acontece de um pedir conselho pro outro? Sempre. Prezo muito a opinião dele e sempre considero seus conselhos antes de tomar decisões.

 

Qual a maior qualidade e o que você ainda gostaria de mudar nele? Acho que não tem isso de querer mudar as pessoas. Meu pai tem defeitos sim, mas acima disso, tem qualidades. O conjunto desses defeitos e qualidades compõe uma pessoa incrível!Seu pai é um cara de sucesso profissional comprovado. Você se imagina chegando aonde ele chegou? O que você faz para alcançar isso? Tenho meu pai como inspiração e procuro sempre aprender com ele. Chegar aonde ele chegou é um sonho e objetivo de vida!

João sempre foi muito baladeiro. Tem os gostos parecidos? Acho que os pais sempre influenciam os filhos, e ter um pai baladeiro com certeza me levou para o mesmo caminho. Curtimos praticamente tudo juntos!

Qual seu estilo de vestir? Alguma influência de seu pai no seu gosto? Com certeza! Nosso guarda-roupa é praticamente o mesmo, gostamos do mesmo estilo, mesmas lojas.

O que dizer para seu pai no Dia dos Pais? Pai, meus Parabéns continue sendo essa pessoa especial que eu admiro tanto! Tenho muito orgulho de ser seu filho.

Fotos: Newman Homrich
Produção: Júlia Salgueiro
Agradecimentos: Arlindo Pontual Neto