Ou Rock in Brasil? Acredito mais nessa segunda opção, haja vista que meio mundo de brasileiros estarão lá, como também outros malucos sulamericanos. Malucos? Como assim? Não, não achem que estou metendo o pau em que vai. Longe disso. Loucos por uma ótima causa: o velho e bom rock’n roll que estará bem representado nessa mais nova edição. Ok, haverá outros ritmos também.
Para os que torcem o nariz diante das apresentações de Claudia Leitte e Ivete Sangalo, musas da Axé Music, o criador do Rock in Rio, o publicitário Roberto Medina, costuma dizer que rock é antes de mais nada transgressão e não nada mais transgressor que misturar ritmos. Ele também costuma lembrar que já na primeira edição o evento já apresentava a mistura de gêneros com os artistas Elba Ramalho, George Benson, Al Jarreau, Ivan Lins, Ney Matogrosso e Gilberto Gil. Então, sendo assim, melhor pensar o Rock in Rio como um evento grandioso de música, e não de rock em si, que tal?
E o que acontecerá de inusitado dessa vez? Anos atrás, Rod Stewart até futebol jogou, mas na suíte do hotel que estava hospedado. Lembram da meia 7/4 que o Anthony Kiedis…? Deixa pra lá!. E quem diria que Axl Rose, com aquele jeito de freqüentador da Delegacia para Mulheres, jantaria com camareiras, produtores e outros profissionais? Não há como esquecer que ao sobrevoar o evento, Roberto Medina ficou %$#@& ao ver os roqueiros fazendo aquele sinalzinho que sempre fazem com a mão para celebrar o rock e ele achou que o estavam aclamando como corno. Pode?
A 1ª edição foi um divisor de águas. Após o evento, vários shows internacionais começaram a aportar em terras tupiniquins, como também vários gêneros da música começaram a ter mais visibilidade. Antes, não se tinha muito a ideia certa de como seria a receptividade e vendas; mas depois quem passou por aqui foi Paul McCartney,que na época acabou realizando no Rio de Janeiro o maior show do mundo, indo parar nas páginas do Guinnes Book.
Outras edições do Rock in Rio vieram. Em 1991 o Maracanã recebeu os fãs do rock para celebrar artistas como A-HA, Billy Idol, e George Michael, ídolos da década de 80. A terceira edição aconteceu em 2001 em Jacarepaguá, assim como na 1ª edição, mas já com o nome de Cidade do Rock. Quem deu as caras dessa vez, entre outros, foram Aaron Carter, Britney Spears, Dave Mathews Band, Deftones, Foo Fighters e Oasis.
Em 2004 o evento cruzou os mares e aportou em Lisboa, que foi a casa do Rock in Rio ainda em 2006 e 2008, para curtir o bom e velho rock and roll com os nossos patrícios se tornando um produto de exportação. Ainda em 2008 logo após Lisboa, as guitarras, baixos e baterias viajaram até Madrid, mais precisamente em Arganda Del Rey para dessa vez fazer a Espanha tremer. Em 2010 a dobradinha Lisboa/Madrid se repetiu e finalmente em 2011, o Rock in Rio volta ao lar, ao seu lugar de origem para sorte e aproveitamento de nós brasileiros. E volta com novidades.
Este ano o Rock in Rio mostra que rock é sustentabilidade também. O evento está pleiteando a Certificação 100R, que se alicerça no econômico, ambiental e social, para atestar 100% de reciclagem e emissão zero de Carbono nos dias 23, 24, 25, 29 e 30 de setembro e 01 e 02 de outubro. Para tanto, haverá cuidado com os dejetos, diminuição e compensação da emissão de carbono, programas educacionais e outras ações.
As ações sociais desenvolvidas pelo Rock in Rio 2011 receberam o nome de “Por um mundo melhor”, e envolvem também doação de instrumentos musicas, no intuito de contribuir para a formação de novos músicos; instalação de sala de músicas em escolas municipais do Rio e campanha contra o uso de drogas. O Rock já não tem a cara de mau que fazia os pais de antigamente abominarem os acordes das guitarras, não é mesmo?
Bons motivos não faltam para se ir ao Rock in Rio, fica até difícil escolher uma ou até mesmo 02 bandas preferidas. Tem rock na roll pra tudo que é gosto contemplando a diversidade musical mundial. A festa será tão singular no cenário musical que já deu filhos. Em Pernambuco haverá a Rock in Rio Doce. Pois é, um ótimo desdobramento, hein? Será que aprenderam com a Al Qaeda a gerar células independentes?
Quem viver, verá.
Por Alfredo Galamba*
*Alfredo é publicitário, DJ e fanático por música
O que rolou nas edições antigas no Brasil
1ª Edição – RIO DE JANEIRO – JACAREPAGUÁ – 11 a 21 de Janeiro de 1985
Número de bandas: 28 Bandas
Público 1.380.000 pessoas
Artistas Internacionais:AC-DC, All Jarreau, B’52, George Benson, Go Go’s, Iron Maiden, James Taylor, Nina Hagen, Ozzy Osbourne, Queen, Rod Stewart, Scorpions, White Snake e Yes
Artistas Brasileiros:Alceu Valença, Barão Vermelho, Blitz, Eduardo Dusek, Elba Ramalho, Erasmo Carlos, Gilberto Gil, Ivan Lins, Kid Abelha, Lulu Santos, Moraes Moreira, Ney Matogrosso, Paralamas do Sucesso, Pepeu Gomes e Rita Lee
2ª Edição – RIO DE JANEIRO – MARACANÃ – Entre 18 e 27 de Janeiro de 1991
Número de bandas: 44 Bandas
Público 700.000 pessoas
Artistas Internacionais:
A-HA, Billy Idol, Colin Hay, Debbie Gibson, Dee-Lite, Faith No More, George Michael, Guns N’Roses, Happy Monday, Information Society, INXS, Joe Cocker, Judas Priest, Lisa Stansfield, Megadeth, New Kids on the Block, Prince, Queensryche, RUN DMC, Santana e SNAP.
Artistas Brasileiros:
Alceu Valença, Capital Inicial, Ed Motta, Elba Ramalho, Engenheiros do Hawaii, Gal Costa, Gilberto Gil, Hanói Hanói, Inimigos do Rei, Laura Finokiaro, Leo Jaime, Lobão, Moraes & Pepeu, Nenhum de Nós, Orquestra Sinfônica, Paulo Ricardo, Roupa Nova, Sepultura, Serguei, Supla, Titãs, Vid e Sangue Azul.
3ª Edição – RIO DE JANEIRO – JACAREPAGUÁ (CIDADE DO ROCK) – Entre 12 e 21 de Janeiro de 2001
Número de bandas: 160 Bandas
Público 1.235.000 pessoas
Artistas Internacionais:
Aaron Carter, Beck, Britney Spears, Dave Mathews Band, Deftones, Five, Foo Fighters, Guns N’ Roses, Iron Maiden, James Taylor, Neil Young, N´Sync, Oasis, Papa Roach, Queens of The Stone Age, Red Hot Chili Peppers, REM, Halford, Sting, Sheryl Crow e Silver Chair.
Artistas Brasileiros:Barão Vermelho, Capital Inicial, Carlinhos Brown, Cássia Eller, Daniela Mercury, Elba Ramalho, Engenheiros do Hawai, Fernanda Abreu, Funk ´N Lata, Gilberto Gil, Ira, Ultraje a Rigor, Kid Abelha, Milton Nascimento, Moraes Moreira, O Surto, Pato Fu, Pavilhão 9, Sandy & Junior, Sepultura e Zé Ramalho.
LIVRO: Rock in Rio – A história do maior festival de música do mundo, de Luiz Felipe Carneiro, reúne um amplo trabalho de pesquisa, que incluiu a leitura de mais de dois mil artigos e entrevistas com dezenas de artistas, críticos de música e os principais organizadores do festival, incluindo Roberto Medina, em busca dos mais marcantes e inusitados episódios de cada edição. Tudo isso num livro com mais de 200 fotos e muitas histórias. Para quem foi ao Rock in Rio, o livro aquece a memória. Para quem nunca foi, mas ouviu histórias a respeito, o livro traz uma compilação das melhores delas. À venda nos quiosques oficiais do Rock in Rio; nas maiores redes de livrarias do país e no site da Globo Marcas por R$ 44,90
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