ESTRELA: DANNI SUZUKI E SEUS NOVOS DESAFIOS COM “SECRETS”

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Danni Suzuki sempre foi uma mulher dinâmica, de carreira linear e muito comprometida com seus propósitos. Seja como artista, seja como cidadã. E esse comprometimento todo sempre a fizeram ser destemida e não ter receio de encarar novos desafios. Seja com uma nova personagem, seja apresentando um programa de moda ou mesmo abraçando causas sociais em que acredita. Falando em desafios, o mais novo foi protagonizar um longa-metragem gravado totalmente em inglês, “Secrets”, que estreia no próximo dia 24/10. Feito que a coloca no patamar de primeira atriz brasileira com ascendência asiática a protagonizar umfilme. Hoje, Danni representa, ao lado da Sabrina Sato, o maior expoente entre as artistas amarelas nascidas no nosso país. A MENSCH conversou com nossa estrela de capa sobre esse e novos projetos que estão por vir, e também sobre outros temas como liberdade, relacionamento e futuro.

Dani como anda sua expectativa para a estreia do filme Secrets? E como surgiu o convite? Estou muito animada pra ver o resultado no telão! É um filme difícil com cenas fortes até mesmo em português, em outra língua, então, fica tudo mais desafiador. O convite veio através de um professor que tive quando estudei atuação na New York Film Academy, em Los Angeles, Bruce Ducat. Foi ele quem me indicou para o Emiliano e também nos preparou comocoach no filme. Então os ensaios aconteciam online mesmo.

O que o público pode esperar dessa trama que envolve drama e romance? É um filme que surpreende bastante e nos faz refletir sobre os limites do que se suporta por amor. Até onde as pessoas vão pelas aparências ou pelo ideal de família perfeita? Até que ponto ignoramos indícios de uma relação abusiva e quantas bandeiras vermelhas se fazem necessárias para interromper este ciclo?

E o que esperar de sua personagem Naomi? Como foi compor a personagem? Alguma inspiração da vida real? A Naomi ao mesmo tempo em que se demonstra uma mulher muito forte e romântica também se comporta por vezes de forma imatura. Certamente, passei por fases assim na vida. Mas temos muito mais coisas que nos diferem, Naomi veio de uma família muito rica e tradicional, por exemplo. Acho interessante ver o outro lado da moeda. Pois, muitas pessoas acreditam que nascer numa excelente condição financeira te facilita a vida, mas, cada vez mais, vejo que as dificuldades e escassez podem nos preparar para lidar com os enfrentamentos e percalços diversos que todos, sem exceção, acabamos precisando encarar durante a vida.

Sabemos que não é a primeira vez que você atua em inglês. Mas isso lhe traz algum novo desafio? Com certeza traz, mesmo tendo fluência no inglês, existe um desafio para que a carga emocional que já temos instantaneamente ao falar cada palavra na nossa língua nativa, seja equivalente em outro idioma. Somado a isso, os papeis centrais são fios condutores de todo o enredo e trama. Então, existe uma maior responsabilidade em interpretá-los. Não poderia ter recebido presente melhor e fiquei muito feliz com o que foi entregue. Estou ansiosa para que todos possam assistir.

Ser a primeira atriz brasileira com ascendência asiática a protagonizar um longa lhe traz alguma responsabilidade maior? É uma honra poder abrir mais uma porta, mas ao mesmo tempo, isso me faz perceber o quanto ainda estamos atrasados e como o mercado precisa se atentar a isso! Temos excelentes atores brasileiros com ascendência asiática prontos pra protagonizar belas obras, e são muitos! Então, que mais precisa pra esse movimento se concretizar? Quando será observado que somos tão brasileiros quanto qualquer outra pessoa que aqui nasceu? E quando teremos nas telas a diversidade que é característica do nosso povo, fora delas?

Recentemente, li que nos Estados Unidos, embora a população latina seja enorme, esse número está longe de ser compatível ao que é visto nas séries, filmes… E trazendo aqui pro Brasil, o mesmo pode-se dizer quando pensamos na população amarela, trazendo um exemplo – aqui, é o país com o maior número de japoneses fora do Japão. Em alguns municípios de São Paulo, os nikkeis somam 30% da população, é preciso repensar.

Hoje, temos um mercado audiovisual muito mais democrático para diversas etnias, raças e cores. Mas acredita que falta mais espaço para artistas amarelos? Como você vê esse mercado aqui e fora do país? Ainda falta muito, grande parte dos produtores e roteiristas ainda não pensam dessa forma sem se prender a estereótipos. A inclusão de atores asiáticos no audiovisual é fundamental não apenas para refletir a diversidade da sociedade contemporânea, mas também para enriquecer as narrativas que consumimos. A presença significativa de atores de diferentes origens culturais ajuda a quebrar estereótipos prejudiciais e promove uma representação mais autêntica das experiências asiáticas. Vários estudos mostram que a diversidade sob o olhar da câmera não apenas atrai públicos variados, mas também enriquece a qualidade das histórias contadas, permitindo que diferentes vozes e perspectivas sejam ouvidas.

Ainda falando em trabalho, você tem atuado em diversos projetos pelo streaming. Prefere essa liberdade de escolha onde atuar do que um contrato fixo de longo período? Sim, a liberdade também nos tira da zona de conforto e te permite se desafiar mais. Você se fortalece nas suas habilidades e se vê impulsionada a desenvolver outras. E você descobre que pode sempre ir mais além.

Ainda dentro do audiovisual, você atua como apresentadora. E em breve voltará ao cargo no reality de moda New Faces. Qual o barato de ser apresentadora? Já era um desejo antigo ou foi surgindo ao longo da carreira? Como apresentadora, posso ser eu mesma, e me permite ter espaço para me interessar a conhecer outras pessoas e a respeitar e refletir sobre diferentes formas de pensar. Atuar, me possibilita vivenciar essa outra pessoa na pele. São experiências muito distintas, mas muito enriquecedoras. É um gigante privilégio permear muitos universos.

Você parece ser uma mulher que preza pela liberdade em primeiro lugar. É isso? Do que não abre mão na vida, tanto pessoal como profissional? Dos meus valores e caráter. Não abro mão da minha fé em Deus e dos meus princípios. Isso é algo que não negocio. Escrever e dirigir meus próprios projetos hoje, também tem me proporcionado uma liberdade que valorizo muito, para expandir meus conceitos de comportamento e escolhas através das histórias que quero contar.  Assim, como minhas palestras. E, hoje, priorizar esses meus projetos, também faz parte da minha liberdade.

Hoje em dia o que procura numa relação amorosa? O que não pode faltar e o que não dá mais para admitir? Estou sempre em amor com a vida e com as pessoas ao meu redor, com meus amigos e familiares… Meu filho adolescente necessita hoje de outro tipo de atenção, assim como meus pais que estão idosos, e meus amigos que vivem num ritmo acelerado. E também estou construindo a cada dia uma relação a dois com o homem que amo com calma, respeitando nossa velocidade, agregando a família.

Seu lado ativista sempre foi muito forte. Tanto que atuou em projetos como Waves for Water e Make a Wish. Como você se vê envolvida dentro dessas causas? No momento, alguma em andamento? Estou sempre envolvida em causas que acredito e sei o quão são importantes e sempre estudando novos projetos e formas de atuação. Estou desenvolvendo, neste momento, um curso online voltado para refugiados, para reconstrução de vida. Estudando formas de inspirar as famílias a se fortalecerem para recomeçar.

Quem é Dani Suzuki hoje em dia? O que deseja? Pra onde quer ir? Uma eterna estudante, uma pessoa comprometida a inspirar outras pessoas a desenvolverem suas melhores habilidades, a agirem de forma construtiva no mundo, entendendo que são nossas relações que ditam o sucesso e felicidade da vida. Tenho meu comprometimento com Deus e tudo o que o mundo espiritual me alerta pelo meu propósito aqui, e vou sempre trabalhar para que eu possa estar sempre em movimento, impulsionando as pessoas através da arte, nas mais diversas formas.

Fotos @nanda.araujo.fotografia / Assessoria @brunabrandaocom