
Por Ivan Reis
Em sua 59 ª edição, a São Paulo Fashion Week agitou o circuito da moda. De 6 a 11 de abril, 17 marcas e designers apresentaram suas criações no Shopping JK Iguatemi, além de espaços históricos e icônicos da capital paulista, como o Estádio do Pacaembu. Desta vez, a edição celebrou os 30 anos da maratona de desfiles que consagrou o Brasil no calendário da moda global e reafirmou o país como território de expressão e inovação cultural.
A MENSCH foi conferir de perto a semana de moda paulista e selecionou 4 tendências que prometem sair das passarelas e ir para o guarda-roupa masculino na próxima temporada. Confira!

ALFAIATARIA RECONSTRUÍDA
Há tempos que o traje formal ganha novas e surpreendentes versões a cada temporada. Dessa vez, a apoteótica apresentação de João Pimenta, na Estação CCR das Artes, espaço anexo à Sala São Paulo, reforçou os códigos da alfaiataria masculina. Com produções feitas a partir do molde ao corpo, paletós, camisas, calças e casacos aparecem com dobras, cortes, tecidos e sobreposições inovadores.
Na releitura desse universo, a estreante Mnmal SP trouxe o caimento elegante aliado ao minimalismo em uma malharia sofisticada. O moletom – estrela da vez – é trabalhado em peças com gramatura especial, mais encorpada em produções cheias de estilo. Por isso, as peças trazem uma atmosfera casual, elegante e atenta aos novos movimentos do homem contemporâneo.

VOLUMES E TEXTURAS
Sobreposições marcaram presença nesta temporada. Para além dos itens básicos, a forma de combiná-los apareceu em marcas que conseguiram aliar visual e styling. Para Lino Villaventura, o DNA da marca aparece na forma única que reveste o corpo. Essencialmente elegantes, as nervuras dos tecidos criam movimentos essencialmente elegantes na passarela.
Na Reptilia, marca que apresentou produções masculinas pela primeira vez, os volumes também são resultado de sobreposições espertas em tons terrosos e estampa fluída ao corpo. Em outro momento, a Mnml SP também cria proporções surpreendentes com um trabalho de styling que prioriza um lifestyle urbano com personalidade para o streetwear brasileiro.



CAMISETA ESTAMPADA
Um dos itens mais básicos do guarda-roupa também apareceu! Em momentos pontuais, a camiseta foi uma verdadeira forma de expressão. Na marca baiana Dendezeiro, há motivos esportivos na peça que remetem ao futebol e à cultura brasileira, temas fundamentais da etiqueta criada por Hisan Silva e Pedro Batalha.
A Normando surpreendeu ao adotar o látex amazônico para confeccionar a peça. Na coleção, baseada na obra Chove nos campos de cachoeira, do escritor paraense Dalcídio Jurandir, os criadores Marco Normando e Emídio Contente exploraram a relação do ser humano com a natureza, assim como o tema foi tratado no livro.
Com humor e uma pitada de sarcasmo, a Led trouxe estampas inspiradas no imaginário brasileiro das novelas. Para além do crochê – um dos pontos-chave da marca – as estampas foram pontuais e traduziram o bom-humor na passarela.



XADREZ
A padronagem clássica foi reinterpretada por algumas marcas que apostaram em peças solitárias ou em produções monotemáticas. Com inspiração nos anos da década de 1970 e 1980, a Herchcovitch; Alexandre trouxe a estampa para algumas peças em cores contrastantes para a pista de dança transformada em passarela na Blue Space, casa noturna icônica da cena paulistana.
Na À La Garçonne, o xadrez apareceu em looks monotemáticos e se tornou – ao lado de outros elementos, como estampa militar e verde – um ponto-chave da coleção que reforçou os códigos da marca na semana de moda. Em outros momentos, o xadrez apareceu no reconhecimento de temas clássicos. É o caso da Piet que fez uma apresentação grandiosa no Estádio do Pacaembu para produções fortemente inspiradas no universo do futebol.



