CAPA: A HORA E A VEZ DE NICOLAS PRATTES

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Por Ivan Reis

Com apenas 26 anos, Nicolas Prattes já tem uma carreira consolidada com personagens marcantes na teledramaturgia brasileira. Ainda criança, ele estreou na novela Terra Nostra, de Benedito Ruy Barbosa em 2000. Por influência da mãe, também atriz, o jovem ator mergulhou na arte da interpretação. Além dos papéis centrais em Malhação: Seu Lugar no Mundo (2015), Rock Story (2016), O Tempo não Para (2018), Éramos Seis (2019) e Fuzuê, seu último trabalho, o ator também possui filmes, peças de teatro no currículo e já teve a oportunidade de contracenar com grandes nomes da televisão nacional, como o ator Edson Celulari.

Em conversa à MENSCH, Nicolas Prattes revelou alguns momentos dos bastidores da profissão, o que pensa sobre trabalho, fama e, sobretudo, a paixão pela arte da atuação. “O ator está sempre contando histórias porque a sociedade está sempre se renovando. O mundo está sempre em transformação, em movimento, e, assim, os artistas têm que acompanhar esse ritmo para poder contar boas histórias sempre”, afirmou ele. Confira a entrevista.

Sua trajetória começou cedo na televisão com apenas dois anos de idade na novela Terra Nostra, de Benedito Ruy Barbosa. Quando você percebeu que a atuação seria o seu caminho profissional? Desde criança, fui acostumado a acompanhar minha mãe nas peças de teatro que ela fazia. Eu não tinha nem 1 ano de vida, e já tinha entrado na coxia de um teatro, estava presente nos ensaios. Então, isso desde sempre esteve no meu sangue, mas foi com 10, 11 anos de idade que eu queria, que eu entendi que deveria, que não conseguiria fazer outra coisa da minha vida.

Você já esteve no ar em dois trabalhos simultaneamente, no drama Todas as Flores e na novela Fuzuê. Como é viver personagens tão diferentes na televisão? O sonho de qualquer artista, de qualquer ator, de qualquer atriz, é poder mostrar diferentes partes do seu trabalho, mostrar trabalhos diferentes e mostrar versatilidade e ter oportunidade de fazer isso é um presente muito grande.

Nessas produções, você esteve no folhetim da Globoplay e na novela da TV aberta. Para você, qual é a diferença de público da televisão e do streaming? Eu acredito que Todas as Flores foi a inauguração de uma estrada nova e que vai ter muita longevidade porque muita gente que dizia ter parado de assistir novela, disse que voltou assistindo Todas as Flores. Então, acredito que era um público que estava no streaming, mas que já foi da TV aberta e se encontrou ali nessa produção. Então, é  por isso que eu acredito que parte dessa potência de ter sido um marco tão grande no audiovisual brasileiro porque possibilitou a junção desse público. E eu acho que a TV aberta, ninguém faz como nós, faz como os brasileiros. Em novela, nós somos o número um e continuaremos sendo porque a gente ama o que a gente faz. O nosso público segue acompanhando e agora com o streaming, no caso do Globoplay, a possibilidade de se assistir a uma novela que não está mais na TV aberta, mas está disponível naquele streaming, faz com que essa novela não só tenha uma longevidade maior, como também o público possa reassistir a novelas que um dia já acompanhou na TV aberta.

Dos personagens que já interpretou ao longo da carreira, qual deles é mais parecido com a sua personalidade? Não consigo te dizer qual personagem é o mais parecido comigo. Eu acho que todos têm um pouco de mim, ainda que não conscientemente. Hoje, eu acredito que o ator é a junção de todas as personalidades, de todas as personagens que ele já interpretou, porque ali a gente precisa criar empatia e precisa se reconhecer para poder dar a verdade e entregar o que o público merece que seja entregue.

Recentemente, você retornou com a segunda temporada de Vicky e a Musa, primeiro musical produzido pelos Estúdios Globo. Qual é o maior desafio na preparação para atuar em musicais? O musical é uma engenharia. São muitas partes que você ensaia isoladamente e quando você junta, forma aquele mecanismo incrível e perfeito. O ator é corpo e voz, o musical permite você explorar e desenvolver todas as ferramentas necessárias pra você ter longevidade nessa indústria. Você dança, você canta, você conhece mais o seu corpo, a sua voz, você interpreta. É uma grande paixão que eu tenho. Eu amo atuar e amo cantar.

Como foi ser reconhecido como o “melhor ator coadjuvante” no Prêmio Melhores do Ano? Acredito que o homem dá o prêmio e Deus dá a recompensa. Eu acho que o prêmio é um ato ali, é um objeto físico, mas que representa, na verdade, a recompensa maior, que é a oportunidade de contar a historia ao lado de pessoas que amam tanto o que elas fazem, que se entregam demais. É a junção de uma equipe muito unida, muito entregue, muito comprometida em entregar uma história incrível para todo mundo.

Sua semelhança com o ator Edson Celulari é bastante comentada entre os fãs, e vocês viveram na pele de pai e filho na novela Fuzuê. Como é trabalhar e conviver com o ator veterano dos estúdios e dos palcos? O Edson é um cara incrível. Eu levo ele não só na minha vida profissional, mas na minha vida pessoal como um grande mentor, um cara que eu admiro, que eu respeito, que eu escuto e pra mim é uma honra poder caminhar do lado dele.

Marlon Brandon foi um ícone de estilo, atuação e beleza em Hollywood. Quais são as suas referências para os dias de hoje? E onde buscou referências para esse ensaio para MENSCH? Marlon, James Dean, Denzel Washington, Di Caprio, Daniel Day-Lewis, Robert De Niro, Al Pacino… São tantos os atores que me inspiram! E ali eu tinha figurinos muito parecidos com os que Marlon usava. Então, eu não precisei ir muito longe – estava tudo ali na minha frente. E criou-se uma atmosfera muito especial, principalmente por a gente estar fazendo uma homenagem a um dos maiores de todos os tempos!

Em se tratando de trabalho sob os holofotes, qual é o lado obscuro da fama? Qual o maior pecado para um ator? Não sei te dizer um lado obscuro. Eu sonhei em poder fazer o que eu faço e hoje, eu vivo um sonho. Não é um conto de fadas porque tem muito trabalho. É necessária uma dedicação eterna, assim como os médicos nunca vão parar de estudar, o ator não tem uma idade de aposentadoria. Ele está sempre contando histórias porque a sociedade está sempre se renovando, o mundo está sempre em transformação, em movimento, e assim os artistas têm que acompanhar essa transformação para poder sempre contar boas histórias. E o maior pecado, acho que é você se esquecer do motivo de você ter começado. Acho que isso seria um grande pecado.

Sua primeira capa na MENSCH foi em 2016 quando você despontava em Malhação como um dos grandes destaques e promessas da sua geração. E pelos seus trabalhos mais recentes podemos perceber que isso tem se concretizado. Como você percebe isso? Lá em Malhação, eu lembro que sempre que me perguntavam se eu tinha um sonho, qual era o meu grande objetivo, eu sempre dizia que o meu sonho era nunca parar, era sempre continuar, sempre saber o meu próximo passo. E eu acredito que, se uma coisa tem se concretizado é esse sonho, e que continua sendo o meu sonho.

Em maio do mesmo ano você voltou a ser nossa capa, só que dessa vez ao lado da sua mãe (também atriz). Que incentivo ou influência você teve dela? Como é a relação entre vocês? Sobre a minha mãe, eu nem preciso dizer muita coisa, né? Eu escolhi a mesma profissão que ela. Nossa conexão é muito grande, nossa afinidade. Enfim, ela é uma grande mentora na minha vida e tem um papel fundamental no ser humano que eu sou. Eu sou muito sortudo de ter a família que eu tenho.

Pausa no trabalho. Como cuida do corpo e da mente? Pratico bastante exercício físico, bebo muita água, tenho um bom sono, uma boa alimentação, vejo bons filmes… E sempre tiro um tempo para absorver novos ares e me manter equilibrado.

O que podemos esperar de Nicolas Prattes para este ano ainda? Este ano está sendo e será de muito, muito trabalho! Mais de um, sem contar Fuzuê, que terminou no início de março. E, em breve, vou poder atualizar e será um prazer poder contar pra vocês tudo que está por vir!

Assista o making of:

Direção de arte e moda Marco Antônio Ferraz 

Fotos Hugo Romo 

Direção de vídeo @ropaganelli

Styling Aline Sanson

Produção executiva Marcelo Araripe 

Grooming Graciane Vázquez com produtos Erik Kened e Lancôme

Looks Dior vintage, Zara, Junio Dias, Hugo Boss

Locação Hotel Carioca 

Agenciamento Piny Montoro 

Assessoria Stampa comunicação