Passado o furacão do BBB 22, Eliezer se viu inserido num universo que até então só acompanhava via internet. De mero anônimo se viu no posto de celebridade, o que o levou por tabela e ser colocado como influencer. Ele não levou o prêmio, mas ter participado do programa mudou sua vida para sempre. Hoje Eliezer, 33 anos, é pai de uma garotinha chamada Lua, fruto do seu casamento com a influencer Viih Tube, e o sucesso nas redes sociais fez ele ultrapassar a marca de três milhões de seguidores no Instagram. “A sensação que tenho é que vivi muitos anos”, declarou Eliezer em entrevista para a MENSCH.
Nos últimos dois anos sua vida deu uma guinada radical. Olhando friamente o que mais te impressiona? Já assimilou tudo isso? O que mais me impressionou, sem dúvidas, foi à velocidade com que tudo aconteceu. A sensação que tenho é que vivi muitos anos, tipo uma novela quando aparece na tela “dois anos depois” e o personagem está com filho, numa casa nova, outra vida, de barba, outro corte de cabelo, falando diferente, com postura diferente sabe? É muito isso. Sobre assimilar, eu não costumo ficar olhando pra trás, eu sou muito do agora e pra frente, então meu processo de “assimilar” tudo é prático e me traz uma paz porque eu sempre tenho a certeza que é Deus agindo e eu confio muito em Deus. Isso me traz paz.
Como dizem, o cavalo branco selado só passa uma vez na vida, e você soube aproveitar esse momento. Quando percebeu isso? Quando eu vi dois tracinhos no teste de gravidez de farmácia, ali tudo fez sentido pra mim. Dentro do programa eu me perguntava “Por que eu to aqui?” “Por que isso caiu no meu colo desse jeito” “Por que eu fui escolhido?” essas perguntas foram todas respondidas pra mim quando eu descobri que ia ser pai. Não sei explicar, minha ficha caiu e tudo fez sentido.
Eli, participar de um reality foi impactante na sua vida. Você imaginava? Foi tudo uma surpresa para mim, pois eu não acompanhava o programa. Uma amiga iniciou a minha inscrição e eu acabei indo até o final e fui um dos selecionados (risos). A experiência de conhecer novas pessoas e passar um tempo confinado me interessou bastante. No entanto, sempre fui um homem muito aventureiro, estava em busca de novas experiências e viajando muito. Quando me deparei com o reality, várias coisas mudaram, principalmente a visibilidade, você está 24 horas na casa dos telespectadores e isso acaba se tornando uma vitrine que pode contribuir de forma positiva como também negativa.
Além do aspecto profissional, de carreira, teve uma mudança na sua vida pessoal. Hoje você está casado e é pai. Era um desejo íntimo seu ou tudo foi acontecendo? Eu sempre falo que nunca sonhei ser pai, ter uma família não era algo que estava nos meus planos de vida. Mas, depois que conheci a Viih e com a chegada da Lua, tudo mudou. Passei a enxergar a vida com mais leveza e acabei criando uma vontade de deixar um legado na vida, fazer a diferença de alguma forma. Hoje, tenho uma pessoa que depende de mim para ter segurança, educação e, principalmente, amor. É um sentimento sem explicação, tenho aproveitado cada segundo dessa etapa da minha vida.
Como está essa nova vida? O que é mais desafiador? Sem dúvidas é a melhor fase da minha vida. Enxergo como um momento de mais maturidade e perspectivas. Nem todos os dias são fáceis, pois é tudo novo para nós que somos pais pela primeira vez, mas decidimos viver intensamente cada momento e estamos nos permitindo aprender juntos. O mais desafiador agora tem sido conciliar a rotina de cuidados da Lua, com a nossa vida como casal e os nossos trabalhos. Eu e a Viih resolvemos empreender juntos e abrimos a nossa própria marca de brinquedos infantis, a Baby Tube. É um projeto que foi pensado e organizado por nós quando a Lua ainda estava na barriga e agora estamos nos dedicando com as vendas e processos da empresa. Graças a Deus tem sido um sucesso e vem muito mais por aí!
E como é o Eli pai de Lua? Tá tirando de letra? Estou me dedicando muito para que a minha filha tenha o melhor cuidado, mas tudo ainda é novo e nos deparamos com muitas surpresas (risos). Eu não busco ser melhor do que um outro pai, por exemplo, eu busco ser sempre o melhor de mim. Olho para os olhinhos da minha filha e quero que ela me com orgulho. Quando a Viih descobriu a gravidez, procurei fazer alguns cursos de puerpério, rotina, paternidade e etc. Foi algo que tem ajudado bastante, principalmente a direcionar um cuidado especial para a Viih também. No momento que a criança nasce, todos os olhares se voltam para ela, mas muitas vezes esquecemos das necessidades da mãe. Hoje, vejo o quanto é importante a Viih estar bem, pois a Lua depende dela e a conexão das duas é muito bonita de se ver.
Hoje em dia você também atua como influencer. Já se acostumou com essa vida de exposição digital? Viih Tube te dar uma consultoria free às vezes? (risos) Acordar e me ver em alguma página de fofoca ainda é muito estranho pra mim. Isso me causa muita ansiedade, e se você me perguntasse o lado ruim da fama, por exemplo, na minha opinião é exatamente esse, não ter o controle do que falam sobre você, porque no meu caso, muitas vezes tudo toma uma proporção que assusta. E a Viih sempre me ajuda, ela cresceu produzindo conteúdo para internet desde muito nova e isso trouxe bastante experiência. Ela está sempre me alertando sobre várias coisas e ajudando também. A internet acabou se tornando uma ferramenta de trabalho, então precisamos ter certo zelo, pois queremos sempre passar uma mensagem que gere conteúdo de valor para quem nos acompanha.
Como lida com haters, cancelamentos e engajamentos? É a pior parte? Me preocupo com a transparência e conexão que construo com a minha audiência. Acredito que as pessoas sentem a nossa energia por meio da nossa comunicação. Eu gosto de comunicar nas minhas redes de forma honesta com o meu público, porque eu acho que a verdade é que cria conexão e identificação. As pessoas estão na internet buscando também referências onde elas possam se sentir de alguma forma acolhidas e compreendidas. A internet é um lugar onde a gente pode dialogar sobre assuntos sociais que são importantes e que promovem mais consciência e também mais reflexão para a sociedade como um todo. É o que proporciona também esse engajamento que eu considero um processo orgânico. E claro, se a gente está falando de uma questão que vai para o extremo dos haters como as que possam violar a nossa segurança física ou psicológica, é importante que medidas cabíveis sejam tomadas porque a internet não pode ser considerada uma terra de ninguém.
E falando em vaidade, como lida com o espelho? Já fez todos os ajustes que achou necessário? Do que não abre mão? Vejo a vaidade com um olhar de acolhimento interno. Acredito que todo mundo quer se olhar no espelho e se sentir bonito. E há múltiplas formas de se sentir bonito. Há pessoas que querem fazer intervenções, há pessoas que não. Mas desde que você faça as coisas também com consciência, sem levar essa vaidade para o extremo, penso ser algo saudável. No meu caso aconteceu dessa maneira, pois faz parte de um processo de autoconhecimento.
E o Eli brincalhão e de bem com a vida, como tem ido? O que curte nesses momentos leves? Ele está aqui (risos), de vez em quando ele não acorda tão animado, mas sabe a importância que tem no meu dia-a-dia para deixar leve toda essa onda de novas emoções, sensações e experiências. A maternidade é um dia de cada vez, um dia, outro bom e assim vai. Nos dias ruins, tudo vem à tona, o cansaço, o medo, a insegurança, o desespero e eu tento sempre pegar esses sentimentos e transformar em algo que não seja tão pesado.
Voltando no tempo, faria tudo novamente em relação ao BBB? Mudaria algo? Quando me perguntam se eu entraria novamente no BBB, minha resposta é sempre não, justamente porque eu fiz tudo o que quis fazer lá dentro. Quando eu penso no programa, meu sentimento é de “feito, próximo” entrei no BBB pra viver o BBB, viver uma experiência que metade do país quer viver, e Deus e o Boninho me deram a oportunidade e foi isso que eu fiz. Eu não entrei no BBB pra ganhar o BBB, eu entrei pra viver intensamente todas as coisas. Acredito que existiram várias situações em que hoje vejo e não me enxergo mais naquele momento. Tudo é parte de um processo e estou vivendo uma mudança em todos os aspectos.
Quais os próximos passos? É um ano que estou dedicado à minha família e aos negócios. Pretendemos voltar cada vez mais à rotina de trabalho, aproveitar os momentos com a Lua, não queremos perder nada (risos), passa muito rápido como as pessoas sempre falaram. E também vamos nos mudar para uma nova casa em que a Lua terá mais espaço para poder aproveitar, brincar e estar conectada com a natureza.
Foto Bruno Fiorentino
Stylist Gabriel Saraiva
Beleza Studio DiCavalcanti
Assessoria Melina Tavares Comunicação