CAPA: DAVID JUNIOR: “MEU TRABALHO É CONTAR HISTÓRIA”

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Um dos nomes em ascensão na teledramaturgia vive um momento próspero da carreira. No ar para os últimos momentos de Mania de Você, David Jr vive o golpista Sirley no folhetim da Rede Globo e já engrena outros trabalhos aguardados pelo público. Próximo de completar quarenta anos, o pai de Amora e Odara também segue com projetos paralelos à televisão – em especial para as crianças. Em entrevista exclusiva à MENSCH, David Junior conta um pouco de sua trajetória, a experiência de atuação na TV e streaming, além de sua rotina em família. 

Por Ivan Reis

Na reta final da novela Mania de Você, você vive o golpista Sirley no horário nobre na TV Globo. Qual é a lição que o personagem deixa para a sua carreira? Cada personagem me ensina algo novo. Sirley me mostrou que a boa escuta é a chave para uma cena bem-sucedida e que o jogo só acaba quando termina. Em cada cena com ele, faço questão de deixar minha digital, trazendo deliciosas descobertas.

Paralelamente à televisão, você está prestes a estrear em Dona Beja, aguardado remake da novela para o streaming Max. Como é a sensação de reviver uma história já conhecida pelo público? Como estão as expectativas para o personagem? É uma honra dar vida a um personagem tão icônico como Antônio, em uma história conhecida por todo o Brasil. O texto que me foi apresentado pelo Daniel Berlinsky é primoroso, poético e muito bem amarrado. A produção traz para o público discussões atuais e pertinentes como transfobia, homofobia, racismo, machismo, etarismo e tantos outros sem perder a essência da obra primária. Toda a composição artística desse projeto foi muito bem coordenada, desde a caracterização do Rubinho, ao figurino da Bety e do Reinaldo, a fotografia do Daniel, a direção do Hugo. Todos, incluindo meus parceiros do elenco, se empenharam ao máximo nessa obra e eu espero que o Brasil se orgulhe dessa releitura, assim como foi da primeira vez.

Você também estará em Americana, nova série do Disney Plus que trata de acontecimentos históricos no interior do país. Como é atuar na televisão e no streaming? O que podemos esperar da nova produção? Meu trabalho é contar história, seja no teatro, no cinema, no streaming ou na TV. Fico feliz de ser visto pelo mercado como um profissional capacitado para tais desafios e quero acreditar que seja só o começo de onde quero chegar. Espero ganhar o mundo com minha arte.

Para enfrentar a rotina de gravações, quais são os seus cuidados com a saúde do corpo e da mente? Terapia, atividade física e estar cercado de pessoas que me querem bem; família e bons amigos. Esses três itens são fundamentais para que eu execute bem meu trabalho. E beber água sempre que possível.

Você se considera um homem vaidoso no cotidiano? Sim. Gosto de andar bem vestido, com um bom perfume, alimentando minha autoestima. Às vezes, eu me permito andar mais à vontade, mas, quando decido me arrumar, faço o serviço completo: barba, cabelo e bigode (risos).

Você é pai das pequenas Amora e Odara. Qual conselho você daria sobre paternidade? Esteja disposto a aprender diariamente, com seu parceiro/a e com a criança. Admitir seus erros e pedir perdão é uma virtude, e não um sinal de fraqueza; esteja aberto a verdadeiramente ouvir o outro. Esse foi o meu real crescimento como pai e como homem.

Como é ser pai de meninas? Ser pai de menina é revolucionário! Isso me fez mergulhar no universo do feminino, em um amor incondicional, avassalador que me faz querer voltar correndo para casa todos os dias. Também me transformou em um ser humano, homem e marido melhor.

Falando em crianças, você também encabeça o projeto Hora do Blec que celebra a diversidade étnica brasileira com músicas para os pequenos. Como surgiu essa ideia? Minha esposa Yasmin [Garcez] me apresentou esse projeto que ela tinha na gaveta há muitos anos e eu me identifiquei imediatamente. Hora do Blec tem sua potência pelo ineditismo imposto através de uma família negra dona da narrativa, com um elenco multiétnico e sua musicalidade brasileira. Nosso foco é sermos a próxima turma da Mônica do Brasil.

Qual é o seu estilo de música preferido? Existe algum hit que não sai da sua cabeça no momento? Gosto de ouvir muita coisa. Ultimamente, tenho escutado Emílio Santiago sem parar. Estou viciado no álbum Caju, da Liniker; Arlindo não sai do meu fone nunca e ouço muito rap também. Emicida, Djonga e Racionais. Samara Joy foi uma descoberta musical há dois anos e volto nela com frequência também. Um hit da minha playlist é a música 40 anos do Emílio [Santiago]. Eu me identifico muito com a composição do nosso poeta Altay Veloso e também porque farei quarenta anos.

O que faz para relaxar a mente? Existe algum hobby favorito? Tenho a prática da leitura, sou ciclista e corro. São hobbies pelos quais consigo descarregar as minhas energias acumuladas e consigo relaxar. Aprendi a meditar também, mas confesso que não tenho tido o hábito de praticar.

Nas suas redes sociais, você compartilha momentos de trabalho e família. Como é a sua relação com o universo digital? Já foi vítima de haters? Não me considero dedicado ao universo digital como produtor de conteúdo. Posto o que me dá na telha e quando dá, e consumo mais do que gostaria. Não fui vítima de haters. Tem sempre pessoas que não vão concordar com minha forma de pensar, mas daí é opinião. Haters mesmo eu nunca tive.

Qual palavra representa a sua atual fase da vida e da carreira? Aprendizado. Sou um eterno aprendiz do ofício. Hoje, eu me vejo como ator, cantor, produtor e diretor. Tudo isso exige estudo e dedicação. Estou disposto a aprender mais a cada dia e crescer o máximo possível. Minha escola é estar ao lado de pessoas que me motivam a crescer e me ensinam algo novo.

Texto @reisivan2

Fotos @marciofariasfoto

Stylist @marlonportugal

Make @oicarolcaroline

Assessoria @marromglacecomunicacao