O ator Lucas Wickhaus, de 30 anos, natural de Cubatão (SP), seguiu um rumo diferente dos jovens da sua cidade ao enveredar pela dramaturgia. Sonho antigo que vem desde que pisou no palco pela primeira vez, isso aos 14 anos. Mudou-se para a capital onde estudou e se formou na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), e foi adquirindo uma grande experiência teatral. Participou de inúmeros espetáculos, entre eles o musical “Marrom”, que conta a história da cantora Alcione, de Miguel Falabella. Participou também de “Isto é um Negro?” com direção de Tarina Quelho, Garrincha, texto de Darryl Pinckney e A Falecida, de Nelson Rodrigues. Atualmente em reta final em horário nobre na Globo com seu personagem Iarley, Lucas em breve emenda outro trabalho com a estreia de Dona Beja, no streaming Max. E em breve vem cinema por aí com estreia em festivais em 2025. Coisa que ele nos conta aqui nessa entrevista exclusiva para a MENSCH.
Lucas como foi pra você participar de Mania de Você? Iarley seu personagem, é sensual sem se esforçar, você também é assim? Foi uma experiência incrível, um aprendizado gigante, e um desafio. Foi a minha primeira obra aberta, então eu estava gravando enquanto ela estava sendo exibida, a resposta do publico é quase que instantânea. É um trabalho que necessita de muito preparo, pois o ritmo de filmagens é intenso, são muitos meses em exibição. E tem um volume de cenas grande para gravar diariamente. Acredito que o desafio se encontra justamente nisso, aliar a qualidade, verdade em cena com ritmo intenso do trabalho. Eu gostei demais. E acredito que foi uma possibilidade de fazer um personagem muito diferente de mim e dos meus outros trabalhos, não tinha trabalhado com tanta sensualidade e sagacidade como o Iarley tem. Acredito que eu seja mais tímido que ele, bem mais na verdade.
Você está sendo apontado como o galã da vez, como é ocupar esse lugar? Não tava sabendo (risos), mas vou começar a me acostumar com a ideia então (risos).
Você sempre quis ser ator? Já teve outra profissão antes? Eu sempre assisti muita novela com a minha mãe e muitos filmes com a minha vó. Então criei esse hábito de ver um filme por dia, podia ser algum que minha família tinha alugado, ou algum que estivesse passando em algum canal de TV por assinatura (isso veio já mais tarde e foi uma festa em casa) ou algum que estivesse passando na Sessão da Tarde. Depois eu comecei a ficar ligado nas premiações, ver quais filmes estavam mais indicados ao Oscar e passei a baixar para assistir em casa.
Dai veio o teatro logo na adolescência, e ai foi paixão a primeira entrada no palco. E foi por acaso, como muita coisa na minha vida. Fazia um curso perto da sede do teatro do Kaos, em Cubatão, litoral de SP, e vi uma faixa escrita “VENHA FAZER PARTE DA HISTÓRIA”, era uma peça ao ar livre que contava a passagem de D. Pedro I por Cubatão horas antes de proclamar a independência. Toda comunidade participava, dai eu nunca mais quis fazer outra coisa. Fui pra SP fazer faculdade de teatro, tive alguns trabalhos paralelos para me manter na cidade e estudando. Mas só pra deixar o caminho de atuar mais possível, e menos difícil, afinal, pra poder sonhar mais alto, eu não podia tá com a barriga vazia.
Você é um ator eclético, faz TV, teatro e cinema. Qual ponto em comum na atuação em todas essas frentes? A presença. Pra mim não importante o veiculo que você esteja, todos tem as suas diferenças e modos de fazer. Mas é preciso estar presente no que ta acontecendo a sua volta. Isso te torna muito mais sensível, e possível de você ser afetado e deixar se afetar pelo que está acontecendo agora.
Dona Beja estreia ainda esse ano, conta um pouco sobre o seu personagem? Eu faço o Avelino Montes, que é um jovem advogado, abolicionista, que é muito sensível, muito humano e tem uma paixão pelas artes, mas precisamente pelo violino. Em algum momento ele vai encontra um grande amor que mudar o rumo da sua vida.
Algum novo projeto agora que a novela chegou ao fim? Tenho alguns filmes para lançar nos próximos meses, e uma longa pra rodar em breve.
Como é o Lucas nas horas vagas, o que gosta de fazer? Eu gosto de ler, de ir ao cinema sozinho, e atualmente tenho ouvido muito podcast. E sempre que da vou ao teatro.
Fotos Marcio Farias
Styling Samantha Szczerb
Beleza Igor Leite Agradecimentos Amil Confecções, Zduoz, Portinho RJ