CARREIRA: AS SUPERAÇÕES E SUCESSOS DE WAGUINHO

Last updated:

Ninguém pode negar que o apresentador Waguinho é um cara que deu certo. Com uma história pessoal com dramas familiares que poderiam ter deixado marcas, Waguinho soube lidar e transformar as dificuldades em novas oportunidades. Fosse do relacionamento com seu pai, o apresentador Wagner Montes, ou sua mãe, a Miss e atriz Cátia Pedrosa, ou mesmo nas oportunidades que teve na TV, em novos significados e uma nova história. Sem ressentimentos ou lamentações, Waguinho tem construído seu legado sem deixar de lado nada do que compõe sua narrativa até aqui. E com talento e muita naturalidade tem encarado as câmeras em programas que tem dado muito mais que apenas audiência, mas personalidade por onde passa. Nessa entrevista exclusiva para a MENSCH ele nos conta um pouco de tudo até aqui, e um pouco mais do que ainda vem a seguir.

Waguinho, como seria a chamada da sua trajetória de vida até aqui? Simples e objetivo, ainda mais diante do momento que estamos vivendo. “Waguinho, a felicidade a partir de uma história improvável.” Muitos usam as dificuldades e “injustiças” da vida como justificativa para o fracasso e isso, infelizmente, tem acontecido com cada vez mais frequência. Quando preferi usar como mola propulsora para a vitória. 

Grande parte da sua juventude você morou com seus avós. Mas como era a relação com seus pais na época? Mesmo com a distância, a relação sempre foi boa e eu de fato não podia reclamar. Uma vez que essa é a realidade de tantas famílias. Meus avós assumiram a missão de cuidar de mim e fizeram isso com maestria. Afinal de contas, amor e cuidados de avôs e avós, é sempre mais que especial, tenho certeza que a grande maioria concorda comigo! Então, eu só tenho que agradecer.

Tanto seu pai quanto sua mãe foram ícones da TV brasileira nos anos 90. Ao mesmo tempo em que eles se aproximavam cada vez mais do grande público, eles involuntariamente se afastavam de você. Como você lidou com isso na época? Isso sempre foi muito conversado comigo e com meus irmãos, então conseguimos administrar. Se eu disser que não sentíamos falta e às vezes ficávamos tristes estaria mentindo. Acontecia algo curioso, quando ligava a TV e via meus pais, era um misto de sentimentos, orgulho e saudade. Sendo que o fato de estarem ali, meio que “aproximava” a gente também. Confesso que era confuso para uma criança, sim, mas estamos aqui, não é mesmo?! Sabíamos também que estavam ali, fazendo por nós, então acreditava que não tínhamos o direito de reclamar. 

Tempos depois você se aproximou mais do seu pai e até chegou a trabalhar juntos. Como foi essa reaproximação e esse tempo de convívio mais intenso entre vocês? Não vou mentir, fácil não foi (risos)! Apesar de não ter crescido ao lado dele, sempre fui muito parecido com ele e como todos sabemos, isso nem sempre é algo fácil de lidar, principalmente se tratando dele, que sempre foi um cara super vaidoso. Mas acho que toda e qualquer “aproximação” requer paciência e respeito. Quando existe amor, a tendência é que dê tudo certo, que foi o que de fato aconteceu.

A vocação para a comunicação foi uma “herança” deixada pelo seu pai? Se espelha muito nele? Sem dúvidas o amor pela profissão veio de casa, de família. Eu tinha o melhor dentro de casa, um verdadeiro professor. Se não aproveitasse para aprender, estaria sendo ingrato com o que a vida tinha preparado para mim. 

Sem dúvidas sempre me espelhei nele e mesmo ele não estando aqui, continuarei seguindo suas orientações. Deu certo com ele em circunstâncias bem diferentes, sem ninguém para orientar, olha como eu sou abençoado em poder contar com esses ensinamentos. No meu dia a dia, sigo os valores que aprendi com eles e faço a minha parte, para que com o tempo esses valores se mantenham vivos em nosso povo.

Que legado seu pai deixou para você e qual gostaria de deixar para seu(s) filho(s)? O que de mais valioso meu pai me deixou foi meu nome e não to falando do, Wagner Montes, mas da sua história de superação, determinação e claro, gratidão sempre. Digo para o meu filho, que ele fazendo valer, vai sempre olhar para o lado e me encontrar ali. Fazendo o possível e o impossível para ver ele feliz, que eu acredito seja o mais importante. Seja lá fazendo o que, com ou sem dinheiro. A vida é um presente e temos que viver intensamente e da melhor forma possível. Afinal de contas, somos nós que fazemos o lugar, correto?!

Sua mãe e Sônia Lima eram muito amigas, tanto que após a morte da sua mãe Sônia “assumiu” (digamos assim) o papel de mãe. Como é a relação de vocês hoje em dia? Arrisco a dizer que assim como em “muitas” famílias que perdem entes queridos e que de fato existe amor de verdade, nos unimos ainda mais! Ela sempre foi uma mãezona e agora, uma “avózona” incrível. Por conta da correria não conseguimos encontrar pessoalmente o quanto gostaríamos, mas prometemos que vamos organizar melhor isso. Até porque amamos estarmos todos juntos! 

Quando você se descobriu apresentador? E o quanto seu pai influenciou nisso? Acabou se tornando algo inevitável! Trabalho desde os 14 e acreditem, já fiz de tudo, de lavar carro até assumir um cargo de grande relevância na esfera estadual do Rio, mas sabemos que o rio corre para o mar e como sempre fui muito desenrolado e sempre gostei, só me permiti, como Zeca pagodinho fala: “deixar a vida me levar”.

Qual diferencial como apresentador? Muitos dizem que é sua naturalidade. Concorda? E de onde vem isso? Lembro que uma vez perguntei para meu pai o que precisava fazer para ser um décimo do que ele era e a resposta foi objetiva, se informar e buscar ser o mais natural possível, não deixando jamais de defender o que acredita, com medo de reprovação. Sendo de verdade o povo vai te amar pelo que você é. Sustentar personagem é muito difícil, uma hora a máscara cai. Por esse digo que ser de verdade faz as coisas acontecerem e acreditem, sempre vale a pena! Não procuro me comparar com ninguém, faço tudo com muito amor para me tornar único. Amo o que faço e isso facilita muito, ainda mais estando em casas que respeitam quem eu sou e meu posicionamento. Então, é só ir lá e fazer sempre com maior amor do mundo, que o resto é consequência.

Você recentemente passou por uma transformação visual onde perdeu 40kg.  O que foi responsável por esse feito? As mudanças de hábitos já são um fato na sua vida? Então, não estava me sentindo bem, não tinha o porquê estar tão relaxado, ainda mais eu que trabalho com a “minha imagem”, fora a saúde que precisa estar em dia até porque não posso me dar o luxo de não fazer o programa. Se cuidando, tudo melhora. Autoestima, disposição… Dentre outras coisas. Estou muito feliz com o resultado e saibam que ainda to no começo, vai mudar muito ainda. Lembrando que o importante é se sentir bem, isso envolve beleza, mas não menos importante, pelo contrário, a saúde que tem que estar em dia.

Qual sua maior vaidade como homem e como profissional da comunicação? Do que não abre mão? Gosto de estar bem, rir e fazer rir. Sou desprovido de vaidade, pelo menos aquela prejudicial onde as pessoas se perdem. Na verdade, falo sempre que fama, dinheiro e poder, não muda ninguém, melhora quem é bom e piora quem é ruim. Agora, claro que me cuido e saibam que estou adorando, uma vez que o resultado tem sido incrível, tanto na vida profissional, quanto pessoal.

Quem é Waguinho hoje em dia e o que deseja para o futuro? Não sou o mais experiente, mas o mais feliz e grato. Desejo apenas continuar fazendo o que mais amo e dando minha parcela de contribuição para o mundo. Não posso fazer diferente. Deus só me abençoa. Portanto justo eu usar meu dom para abençoar o maior número de pessoas possíveis sempre.

Fotos Alexandre Araújo