Sua marca é sinônimo de exclusividade e poder. Seus consumidores não se contentam com o excelente quando a perfeição é algo possível. Falamos do mais sublime processo industrial do mundo automobilístico: Rolls Royce. Considerado o veículo de luxo mais emblemático do planeta, entramos na linha de montagem para acompanhar a gestação única do modelo mais nobre da marca inglesa: o modelo Phantom.
O processo de montagem começa na fábrica da marca em Unterhollerau, na Alemanha e termina na Inglaterra. O estrutural do carro, formado por cerca de 200 partes resultantes de alumínio derretido, é unificado à mão através da complexa técnica de soldagem de alumínio. De 100 pessoas que são treinadas para fazer a solda, apenas 10 a farão satisfatoriamente. As peças perfeitamente alinhadas resultam num chassi tão resistente quanto o de um carro de Fórmula 1. Enquanto nas montadoras convencionais é gasto cerca de uma hora para a fabricação de um carro inteiro, na Rolls Royce esse tempo é usado para medições, encaixes e ajustes mínimos de uma única peça à carroceria. O culto aos detalhes, mesmos nos Rolls Royce mais antigos, sempre foi primordial na política de excelência da Double R. Um fato que corrobora este DNA perfeccionista é que cerca de 65% de todos os carros produzidos pela marca ainda rodam pelo mundo. Assim que a exaustiva montagem da estrutura é finalizada, ela recebe o nome de “carroceria branca”, que remete aos pioneiros da indústria automotiva.
Agora que a carroceria recebeu os requisitos mínimos para conquistar o status singular da marca, ela está pronta para ser enviada à Grã-Bretanha com o nobre objetivo de torná-la um legítimo Rolls Royce – britânico por excelência. O primeiro passo na transformação do modelo fica a cargo da primorosa pintura, famosa em todo o mundo por seu brilho incomparável. São cinco camadas de cor, e o acabamento final traduz-se numa superfície suave e profunda, perfeitamente espelhada quanto num piano. “A primeira coisa que o cliente vê quando se aproxima do carro é o acabamento. E, se não for bom, é sinal que o resto também não é” sentencia Peter Guest, diretor do Centro de Acabamento de Superfície da marca. Sobre a cor, isto fica a propósito do cliente: além da paleta padrão oferecida pela empresa, o futuro feliz proprietário de um RR também pode encomendar o tom que desejar através do programa de personalização chamado “Sob Medida”, ou Bespoke, dentre um rol de 44 mil possibilidades oferecidas.
Somente atingido o padrão de excelência da empresa é que o carro progride para a seção seguinte: a linha de montagem. Composta por 11 oficinas de caráter artesanal, a seção recebe as carrocerias pintadas para receberem alma e vida ao melhor estilo Rolls Royce. Diferente da maioria da indústria automotiva, os carros da RR são montados de acordo com o gosto e necessidades do comprador. Para os clientes, construir seu modelo exclusivo no Centro de Design e Estilo da marca trata-se de uma experiência única e emocional. As possibilidades de personalização vão desde a cor – que podem combinar com a cor da mansão, do iate ou até a joia favorita, o tipo e tonalidade do couro, da madeira, passando por opcionais como conjuntos para pic-nic no porta-malas, compartimentos refrigerados para champagne e vão até aplicações de emblemas pessoais, insígnias ou mesmo o brasão da família. Tudo é visualizado numa projeção de computador para que o proprietário tenha certeza de suas escolhas.
Na linha de montagem, diante de tantas possibilidades de personalização, cada carro é identificado por uma numeração de única, com documentos fixados à carroceria que contém todos opcionais solicitados pelo cliente. Primeira oficina: passo inicial na confecção do luxuoso interior fica por conta da aplicação de espumas de alta densidade, de tiras de elementos derivados do betume e ajustes nos mais diversos materiais responsáveis pela típica marcha silenciosa dos Rolls Royce. Graças a essa etapa de blindagem sonora, ruídos como o barulho surdo dos pneus em ruas de paralelepípedos, rangidos, solavancos e até o vento em alta velocidade passarão despercebidos pelos ocupantes. Logo atrás do banco traseiro, são instalados autofalantes de qualidade profissional da marca Lexicon, um dos melhores do mundo.
Desde os primórdios da marca, um dos traços de identidade mais marcantes dos modelos refere-se à fina madeira trabalhada no interior. Muitas superfícies no interior do carro são cuidadosamente revestidas em madeira laminada. No modelo padrão, são exatas 42 partes que conferem ao ambiente o luxo e o requinte comuns em carros desta categoria. Os artesãos da carpintaria podem gastar até 1 mês para fazer o conjunto inteiro. Uma única peça pode exigir dias de manufatura até alcançar o status da arte. Embora estejam disponíveis diversos tipos de madeiras no portfólio da oficina, o cliente pode solicitar sua espécie favorita, aquela que dará mais exclusividade ao seu Rolls Royce. Havendo viabilidade, a empresa fará o possível para atendê-lo.
O chassi do Phantom recebe o complexo sistema de transmissão feito exclusivamente para o modelo. Abaixo do capô, o coração do Phantom é um alinhado motor V12 de 6.75 litros que pulsa 453 cavalos de potência. O poderoso casamento entre a afinada transmissão e a força motriz de baixa torção traciona o carro sem solavancos e confere ao modelo a famosa marcha firme e silenciosa, típica dos Rolls Royce. Em outras palavras, é como se o motorista fosse um sultão deslizando em seu tapete mágico.
O passo seguinte representa uma das etapas mais emblemáticas de toda a produção: a instalação da icônica grade cromada da Rolls Royce. Como todos os trabalhos de encaixe, este também requer alinhamentos e ajustes precisos que resultem o vão padrão de 4 mm entre o capô e a carroceria. A oficina de couros da RR conta com o trabalho primoroso de 60 funcionários que casam precisão humana e alta tecnologia para alcançarem dos materiais os melhores resultados. Eles são incumbidos de cuidar dos 75m² de couro natural que vestirão em 17 dias o interior luxuoso da limusine. O portfólio oferece 15 cores padrão, mas, assim como funciona com a cor externa do carro, a Rolls Royce pode oferecer a tonalidade que o cliente desejar. “Uma das maiores peças que cortamos é a que fica de um lado a outro no painel. Ela ficará diretamente na linha de visão do cliente e por isso essa parte deverá ficar absolutamente perfeita. Não pode haver cicatrizes ou vestígios de picadas de mosquito. Tem que ser uma peça perfeita.” afirma Andrew Monachan, chefe da oficina de couro da Rolls Royce.
Os assentos estofados, feitos à mão, são dotados de mecanismos elétricos e mecânicos que permitem oferecer confortos como ventilação e aquecimento. Teoricamente finalizada a montagem de cada assento, eles são testados numa câmara à prova de ruídos a fim de detectar possíveis rangidos e solavancos. Aprovados nos testes, eles agora estão aptos a fazer parte de um legítimo Rolls Royce quando são, na próxima oficina, devidamente instalados.
O Phantom está quase pronto, mas ainda falta um toque todo especial dado pela Rolls Royce: o coachline. Trata-se de uma linha contínua com uma cor contrastante sobre a carroceria do carro. O trabalho artístico é feito à mão livre por um único homem em toda a empresa, o que se traduz em dizer que todos os Phantom que saem da linha de montagem passam por sua mão. Embora pareça ser um trabalho simples, não há máquinas ou robôs que o façam com perfeição, uma vez que não dispõem da natural sensibilidade humana. “Aqui eu sou o único que faz isso. Ninguém mais faz isso aqui. Foi só uma questão de desenvolver uma técnica para isso.” declara Mark Court, único especialista em coachline da Rolls Royce. O procedimento faz jus ao que se diz arte manual: são necessárias 3 horas para pintar cada linha que contorna cada lado do carro.
Na última oficina, o veículo recebe as rodas de aro 21 que apresentam logotipos que permanecem em pé mesmo com o carro em movimento. Pela primeira vez, o motor é ligado. O Phantom sai da linha de montagem através de meios próprios e é submetido a uma bateria de testes no implacável controle de qualidade. Dotados da mais avançada tecnologia e sensibilidade humana, grupos de técnicos inspecionam as partes, sistemas, mecanismos e dispositivos do veículo em busca de motivos que maculem a imagem de perfeição da companhia.
Aprovado em todos os testes que o conferem como um verdadeiro Rolls Royce, o Phantom está preparado para receber as maiores honrarias: o logotipo Double RR e a icônica Spirit of Ecstasy, a escultura prateada que reluz sobre a grade. Ícone maior da Rolls Royce, ela se recolhe quando o motor é desligado ou quando há um acidente. Em sua base são detalhadas as coordenadas da fábrica de Goodwood, onde o modelo foi feito. Um significado perfeito que coroa com majestade a marca que faz de seus proprietários verdadeiros símbolos da realeza.
Mais informações: http://www.rolls-roycemotorcars.com