O Cine PE chega à 20ª edição e, em 2016, acontece entre os dias 2 e 8 de maio, no Cinema São Luiz, para onde voltou no ano passado. Longas de ficção e documentários estarão juntos na Mostra Competitiva de Longas-Metragens, que reúne seis filmes nacionais, com diversas estreias no Brasil. A Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos apresenta nove filmes e a Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais, nove. Os ingressos custarão R$ 5.
Inscreveram-se este ano 575 filmes, sendo 501 curtas e 74 longas. “Tive o prazer de assistir a 31 curtas pernambucanos, nas diversas categorias. Jovens talentos estão surgindo no nosso cinema. Surpreendeu-me observar o quão universal estão os projetos produzidos por estes jovens. Fala-se de “estiagem”, de “seca”, mas também se produz roteiros ricos na dramaturgia existencial dos personagens, nos conflitos sociais e políticos. Foi uma rica experiência e concluo este processo seletivo com um sentimento de felicidade por poder entregar uma grade de filmes pernambucanos para uma plateia que, como sempre muito crítica, saberá reconhecer os méritos dos quais exalto aqui”, diz Sandra Bertini, diretora do Cine PE.
Sobre a seleção de longas e curtas nacionais, o crítico Rodrigo Fonseca aponta o tom de valorização do lirismo e do humor. “Vários filmes, mesmo os documentais, estão buscando o lado lúdico e lírico da arte. O coletivo de filmes dessa edição espelha essa tendência, que tenho identificado nos filmes brasileiros desse ano em geral. Uma busca pela leveza do sonhar e pelo humor. Os curtas têm esse mesmo traço de valorização do riso, do sonhar e do imaginar. Esses são os pontos centrais do Cine PE de 2016, que tentou valorizar autores já consagrados, como é o caso de Walter Carvalho, Paloma Rocha e Luiz Rosemberg Filho, e também apontar jovens talentos que gravitam do curta para o longa, como é o caso do Rodrigo Grota, que estreia com a gente seu primeiro filme de fôlego longo, que é o ‘Leste Oeste’”, diz Fonseca, que também destaca “Das Águas Que Passam”, de Diego Zon, que foi exibido na mostra oficial de curtas do Festival de Berlim, a Berlinale Shorts. Entre os longas em competição, três são 100% inéditos no Brasil: “Leste Oeste”, “Guerra do Paraguay” e “Por Trás do Céu” (veja lista completa abaixo).
Além da mostra competitiva, a vigésima edição do festival vai contar com a exibição de três filmes Hour Concurs. São eles: “Vidas Partidas” (RJ), “Pedrinho e a Chuteira da Sorte” (PE) e “Vampiro 40 Graus” (RJ), este último com sessão especial às 23h59.
O QG do festival será no Hotel 7 Colinas, em Olinda, onde acontecerão os debates e seminários. O hotel também vai receber os convidados e a imprensa especializada de todo o Brasil. Os debates dos filmes serão sempre na manhã seguinte à exibição e os seminários/wokshops ocuparão o período da tarde, tratando de temas atuais que envolvem o setor do audiovisual. Entre eles, destaque para uma sessão relativa aos resultados do mais recente Rio Content Market, com o apoio do BNDES.
HOMENAGENS
No quesito homenageados, o Cine PE 2016 vem com dois nomes de peso: a cineasta Carla Camurati e o ator Jonas Bloch. “O currículo artístico destes dois profissionais e a trajetória de trabalhos realizados por ambos são dignos de muitas homenagens. Camurati se lançou como diretora, produtora, roteirista e distribuidora em 1995 com o longa-metragem ‘Carlota Joaquina, Princesa do Brazil’, filme que se tornou um marco na retomada do cinema nacional. Jonas Bloch tem uma grande identidade com o cinema pernambucano, tendo participado de alguns filmes sob a direção de Cláudio Assis”, diz Sandra Bertini, diretora do Cine PE.
Além de “Carlota Joaquina”, Carla dirigiu longas como “Copacabana” e “Irma Vap – O Retorno”. Ela ainda é atriz, atuando em novelas como “Brilhante”, “Champagne”, “Fera Radical” e Grande Pai”, e filmes como “A Estrela Nua” e “Lamarca”. A cineasta dirigiu também versões de óperas para o teatro nacional, como “Madame Buttefly”, “Carmen” e “O barbeiro de Sevilha”. Camurati deixou recentemente a direção do Teatro Municipal do Rio de Janeiro para assumir a curadoria de toda a parte cultural das Olimpíadas de 2016.
Já Jonas Bloch tem 50 anos de carreira e dezenas de novelas no currículo, como “Irmãos Coragem”, “Top Model”, “Mulheres de Areia”, “A Viagem” e “Sete Vidas”. No cinema, destaque para atuações em filmes como “Policarpo Quaresma, Herói do Brasil”, “O dia da caça” e “Amarelo Manga”.
TROFÉU CALUNGA
O Troféu Calunga é oferecido aos vencedores das mostras competitivas de curtas e longas-metragens. A “Calunga” representa a boneca carregada pela sacerdotisa dos cultos afro-brasileiros durante a apresentação do Maracatu. Ela faz parte das cerimônias religiosas, onde recebe o nome de uma princesa e representa uma divindade expressando um objeto de força e proteção. O Troféu Calunga é uma criação da artista plástica Juliana Notari.
PREMIAÇÕES
De acordo com o regulamento do Cine PE, são 12 categorias de prêmios para a Mostra Competitiva de Longas-Metragens: filme, direção, roteiro, fotografia, montagem, edição de som, trilha sonora, direção de arte, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, atriz e ator. Os filmes da Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais serão julgados em dez categorias: filme, direção, roteiro, fotografia, montagem, edição de som, trilha sonora, direção de arte, ator e atriz. Os títulos da Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Pernambucanos disputam a Calunga de filme e direção. Haverá um júri único para todas as categorias – os nomes dos jurados serão divulgados em breve.
INGRESSOS
Os ingressos para as sessões do 20º Cine PE custarão meia-entrada no valor de R$ 5,00 (preço único). A bilheteria será de responsabilidade do Cinema São Luiz, e o faturamento revertido para a manutenção do espaço. Haverá vendas antecipadas, nas bilheterias do Cinema São Luiz.
INFORMAÇÕES E PROGRAMAÇÃO: www.cine-pe.com.br