Acabou o carnaval.
Acabou o tempo da balbúrdia, da folia momesca que a tudo e a todos permite seja lá o que for.
O tempo do beija-beija em toda esquina, ladeira ou meio-fio. Acabou o período do: “Mas é carnaval!”.
Essa é uma das frases mais proferidas pelos foliões masculinos sempre que alguma mocinha se desvencilha de alguma investida deles. A cara de espanto deles chega a ser hilária, como se já fosse hilária a falta de semancol*.
Fala sério?!
Não é porque é carnaval que a gente vai dá mole pra qualquer um não, viu? Imagina, podendo beijar príncipe a gente vai beijar sapo, só porque “é carnaval”?!
Necas de pitibiriba**. Que todo mundo fica mais soltinho ao som dos clarins, ah fica, não nego. Mas daí a beijar cafuçu***? No way. (A não ser na prévia pernambucana “I Love Cafuçu”, aí a gente abre um exceção, é claro… rs)
Pois então, que fique claro que isso não é frescura. A gente adooora ser paquerada, que vocês brinquem com as nossas fantasias, que nos dêem cantadas (não as baratas, viu?) mas daí a querer beijar a força sob o pretexto do contexto carnavalesco, sinto muito, não!
A gente costuma ficar mais “dada” no carnaval, digamos assim, mas isso não implica em “mais dada pra todo mundo e qualquer um”.
Entendam, mesmo menos seletiva (?!) continuamos seletivas, queremos beijar os carinhas que nos atraem, que nos parecem interessantes, que nos despertam o desejo… os feios-desinteressantes-sem-noção-e-charme que nos perdoem, mas certas coisas nem o carnaval salva!
E boa ressaca pra todo mundo!
* falta de noção
**de jeito nenhum
*** cara malandrão, brega, feioso